Micromundos em 3D: projeto inédito transforma fósseis de ostracodes em modelos digitais para acelerar a prospecção de petróleo

Micromundos em 3D: projeto inédito transforma fósseis de ostracodes em modelos digitais para acelerar a prospecção de petróleo

O grupo de pesquisa de ostracodes do itt Oceaneon recebeu a visita do interlocutor da Petrobras Francisco Henrique de Oliveira Lima entre os dias 21 e 25 de Julho para acompanhar o andamento do projeto "Uso de microtomografia para a criação de um acervo digital tridimensional de ostracodes não-marinhos do Mesozóico brasileiro", possui como objetivo a criação de um atlas contendo informações sobre 150 espécies de ostracodes não-marinhos do Cretáceo Inferior do Brasil. 
 
Os ostracodes são microcrustáceos em torno de 0,5 a 1 mm de comprimento que surgiram na Terra a cerca de 480 milhões de anos, no período Ordoviciano, e existem até os dias de hoje. São os artrópodes mais abundantes no registro fóssil, e são encontrados em todos os tipos de ambientes aquáticos, desde lagos até os mares  profundos. 
 
Os fósseis dos ostracodes são de grande relevância para a exploração de petróleo, vendo que podemos nos utilizar deles para realizar a datação de rochas durante o processo de prospecção. Essa datação, chamada de bioestratigrafia, é feita a partir da identificação de espécies chave de ostracodes nas amostras recuperadas durante esse processo, que viveram somente em períodos bem específicos da história da Terra.
 
Encontrar essas espécies nem sempre é um trabalho fácil, vendo que elas podem estar mal-preservadas e fragmentadas., e muitos dos trabalhos que contém suas descrições são antigos, da década de 60 e 70,  sendo portanto de díficil acesso e contento imagens de menor qualidade. Sendo assim, quanto mais informações precisas e detalhadas estiverem disponíveis sobre esses fósseis, mais rápida e fácil será sua identificação durante esse processo de prospecção.
 
Esse projeto tem como objetivo reunir a maior quantidade de dados possíveis de 150 espécies de ostracodes importantes para a bioestratigrafia do período Cretáceo brasileiro em um atlas. Iremos providenciar informações como suas idades, descrições, e os locais onde elas já foram encontradas, além de imagens de alta resolução em microscópio eletrônico de varredura e, como grande diferencial, modelos 3D das espécies, gerados a partir de técnicas de microtomografia. Esses modelos irão permitir que pesquisadores possam observar o fóssil em grande nível de detalhe e por diversos ângulos.
 
Reunir todos estes dados em um ponto principal de acesso irá permitir uma maior agilidade no processo de classificação dos fósseis de ostracodes não-marinhos, facilitando assim a datação de depósitos de interesse econômico na área de hidrocarbonetos. 

Abaixo segue um modelo de ostracodes que analisamos na pesquisa:

Cypridea heliopolisenses hespera

Cypridea heliopolisenses hespera

Link para o modelo 3d: https://skfb.ly/pyrpn

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