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Educação bilíngue: uma proposta de integração curricular

Educação bilíngue: uma proposta de integração curricular

As metas de integração devem ser coerentes à realidade e ao propósito de cada escola

Quando se pensa em currículo bilíngue, possivelmente a primeira ideia que surge à mente é a de um ensino que envolve, no mínimo, duas línguas de instrução - a língua materna e uma ou mais línguas adicionais. No entanto, de acordo com a proposta e as características desse ensino, constituem-se escolas bilíngues com diferentes organizações curriculares.

No Unisinos Education, a assessoria proposta acompanha a escola no processo de implementação de um currículo único e autoral que integre as diferentes línguas e os diferentes componentes curriculares. Dentro dessa perspectiva, cabem alguns questionamentos: como fazer a integração? Existe um ideal de integração?

Buscando propor soluções a esses desafios, as professoras Cristina Gibk, Cristiane Schnack e Isa Mara Alves, integrantes da equipe do Unisinos Education, desenvolveram a ideia de um Continuum dos Currículos Bilíngues. Nele, estão dispostas organizações curriculares que vão da não integração ao nível máximo de integração:

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Dessa forma, partindo de suas condições e realidades, a ideia é que a escola estabeleça sua meta de integração com base nas possibilidades direcionadas ao polo direito do continuum (+ integração). Em outras palavras, é possível que os componentes curriculares, incluindo o português e a língua adicional, planejem suas atividades dentro de uma temática em comum (como, por exemplo, “A natureza como nossa mestra”). Ou, de um modo um pouco mais integrado, diferentes componentes curriculares podem unir-se em um projeto único (uma campanha pela valorização do patrimônio escolar, que mobilize os componentes de geografia, história, português e inglês, por exemplo).

No polo máximo de integração, ainda, o currículo bilíngue pode prever projetos comuns a diferentes componentes, nos quais as tarefas a serem entregues pelos estudantes sejam também comuns a mais de um componente, inclusive no que diz respeito às rubricas de avaliação. Aprofundando um pouco essa última possibilidade, é possível pensar, no contexto da campanha pela valorização do patrimônio escolar, por exemplo, na produção de panfletos bilíngues que sejam, ao mesmo tempo, avaliados pelos componentes de português, inglês, história, geografia e artes.

Seja qual for a proposta de currículo bilíngue integrado adotada pela escola, é fundamental que o trabalho com as línguas seja pensado como prática social, focado no desenvolvimento de habilidades e competências que ampliam a atuação do aprendiz no mundo.

Referências bibliográficas:

GIBK, C. et al. Formas de Integração Curricular e suas Materialidades - parte 1. U-Education: Formação de Gestores, Encontro IV. 22 e 23 set 2021.

MEGALE, A. Educação Bilíngue no Brasil. São Paulo: Fundação Santiliana, 2019.