No Dia Mundial sem Tabaco, conheça mais sobre os malefícios do cigarro

Crédito: Getty Images

O Dia Mundial do Combate ao Fumo, também conhecido como Dia Mundial sem Tabaco, é uma data criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde para alertar sobre as doenças e efeitos negativos do tabagismo. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019, cerca de 12,6% da população brasileira com mais de 18 anos fuma, um número que já foi maior anos antes e caiu razoavelmente. Ainda segundo o estudo, 15,9% dos homens são fumantes, enquanto somente 9,6% das mulheres têm esse hábito.

Classificado como uma dependência química, o tabagismo é uma das principais causas de morte no país. De acordo com a OMS, cerca de 160 mil mortes anuais estão ligadas diretamente ao uso de tabaco no Brasil. As doenças causadas pelo consumo de cigarros são inúmeras, com as mais recorrentes sendo as de cunho cardiovascular, que provocam um grande aumento no risco de infarto agudo do miocárdio e AVC.

Outra preocupação são as doenças oncológicas. Câncer de faringe, boca, traqueia e laringe são algumas das patologias frequentes, assim como o câncer de pulmão, que conta com um índice de mortalidade extremamente elevado. O tabagismo também atua como fator de risco em outros cânceres como o de esôfago, estômago, pâncreas, bexiga, rins e outros. Além disso, o cigarro é um dos causadores da DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, um grupo de doenças pulmonares composto pela enfisema e bronquite. Considerada a quarta doença mais frequente do mundo, a DPOC obstrui as vias aéreas e torna a respiração difícil, causando sintomas como tosse e falta de ar.

Apesar do uso do cigarro seguir diminuindo constantemente nos últimos anos, problemas continuam a aparecer. A nova preocupação dos pneumologistas de todo o mundo é o cigarro eletrônico. José Pedro Kessner Prates Junior, professor da graduação em Medicina da Escola de Saúde da Unisinos e pneumologista, explica que os riscos de doenças respiratórias são aumentados pela exposição à fumaça com alta temperatura misturada a produtos químicos, que podem causar danos ao pulmão. “Nós já acompanhamos vários casos de pacientes jovens que tiveram lesão pulmonar aguda relacionada ao uso de cigarro eletrônico, inclusive com evolução para internação em ambiente de terapia intensiva. Essa pneumonite química, causada pelo cigarro eletrônico, pode ser fatal.”

Como parar de fumar?

A principal responsável pelo vício no cigarro é uma substância encontrada nas folhas do tabaco, conhecida popularmente sobre o nome de nicotina. O pneumologista explica como a substância age no corpo: “Existem receptores identificados da ação da nicotina no cérebro, onde ela determina essa sensação de prazer e satisfação do usuário. Posteriormente, como todo agente químico que leva à dependência, acaba trazendo sintomas de abstinência no momento em que as pessoas tentam parar de fumar”. Segundo estudos, já é possível identificar perfis genéticos de pacientes que sejam mais suscetíveis aos efeitos da nicotina. Esse tipo de pessoa pode ter receptores genéticos que façam com que, para ela, o cigarro se torne tão viciante quanto outras drogas como a cocaína, a heroína e até o álcool.

Mesmo assim, não é impossível parar de fumar e os métodos utilizados para isso podem ser variados, dependendo muito de cada paciente. Enquanto alguns conseguem extinguir o hábito apenas com consultas ao pneumologista, em outros casos é necessário o acompanhamento de sessões de psicoterapia ou mesmo o uso de medicamentos (como o adesivo de nicotina sintética, que diminui os sintomas da abstinência). Além disso, a exclusão de hábitos que acompanham o cigarro, como o uso frequente de cafeína e álcool, e a utilização de datas importantes para marcar o tempo sem o uso da substância costumam auxiliar no tratamento dos pacientes.

O professor conta que é importante ter em mente que, para o sucesso do método, é necessário haver uma transformação nos costumes do paciente: “É muito importante que o paciente entenda que parar de fumar é um paradigma da mudança de vida. Ele precisa mudar os seus hábitos, dar uma virada nas suas rotinas e, sem dúvida nenhuma, incluir alguma atividade física na sua rotina, pois assim ele tem o prazer e a satisfação da atividade física em substituição do prazer do cigarro”. Nas palavras de José Pedro “é um processo trabalhoso, lento, mas extremamente gratificante quando se atinge sucesso.”

Atividade física como aliada

Confira o infográfico com informações sobre os benefícios ganhos ao praticar exercícios físicos.

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