Engenheiro de produção: um agente promotor de mudança

Engenheiro de produção: um agente promotor de mudança

Crédito: Getty Images

Imagine que você e outra pessoa estão enchendo balões para decorar uma festa de aniversário. Se você enche um balão por minuto e a outra pessoa enche dois, a produtividade dela é maior, porque ela fez mais do que você no mesmo tempo.

Esse é um exemplo bobo, mas leve a mesma ideia para uma indústria e tente imaginar que cada máquina, cada processo e cada funcionário da empresa vão impactar em uma produção maior ou menor no final do mês. É bem mais complexo que uma pessoa assoprando uma bexiga, e aí que se insere o engenheiro de produção.

Para entender melhor sobre o ofício, confira abaixo a entrevista com Aline Dresch, coordenadora do curso de Engenharia de Produção da Unisinos em Porto Alegre.

É sabido que a produtividade brasileira em geral é baixa. Em quais segmentos esse é um problema mais visível?

Infelizmente, a produtividade brasileira está entre as mais baixas no mundo. Isso pode ser percebido nos mais diversos segmentos, desde aqueles ligados à manufatura até na área de serviços. Normalmente, os que estão ligados à manufatura são mais constantemente medidos e analisados, por isso mais dados estão disponíveis. No entanto, refletindo acerca dos serviços que utilizamos no nosso dia a dia (restaurantes, bancos, transporte, etc.) vemos que é extremamente baixa a produtividade do brasileiro em todo o setor de serviços, que é a maior fatia do nosso PIB atualmente.

Uma maior valorização do engenheiro de produção poderia ajudar a reverter esse quadro?

Não diria valorização, mas sim inserção do profissional em áreas distintas das quais já é comum a sua atuação. O engenheiro de produção é um ator que, no contexto em que estamos vivendo, de recessão e necessidade de aumentar a produtividade das mais diversas organizações, pode contribuir muito. Ele se prepara ao longo de diversos anos na graduação para identificar e analisar problemas complexos e projetar soluções que sejam, acima de tudo, úteis e viáveis dentro do contexto organizacional. Assim, baseado nas competências que o engenheiro de produção desenvolve ao longo da graduação, ele pode sim auxiliar para o aumento da produtividade do país em uma visão mais ampla.

Quais os principais entraves que o engenheiro de produção encontra para realizar seu trabalho no Brasil?

O engenheiro de produção, assim como qualquer profissional, precisa se adaptar para atuar no contexto e ambiente que existe na realidade. Para isso, ele precisa estar em constante atualização e deve agir como um agente promotor da mudança, independentemente do local em que está atuando e dos recursos que ele tem disponível. Nesse sentido, esse profissional precisa, muitas vezes, usar a criatividade e a sua capacidade de resolver problemas complexos para fazer com que o ambiente em que atua e os recursos disponíveis se transformem. Essa transformação conjunta é fundamental para a busca constante da melhoria do todo.

E quanto ao setor público? Uma maior colocação de engenheiros de produção ajudaria a melhorar a eficiência do Estado?

No setor público já temos vários exemplos de engenheiros de produção atuando em diversas áreas, especialmente na de processos. Nesse contexto, em especial, os engenheiros de produção podem auxiliar no projeto e na implantação de melhorias nos mais diversos processos do setor público. O engenheiro de produção desenvolve, ao longo do curso, uma série de competências e tem acesso a um conjunto de ferramentas de gestão e técnicas que podem auxiliar significativamente no aumento da eficiência do Estado.

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