Egressas da Unisinos cursam doutorado na Suíça

Cynthia Bortolotto e Cristhiana Albert estão estudando na ETHZ, uma das mais renomadas universidades do mundo

Crédito: Arquivo Pessoal

Você já se imaginou estudar em uma das universidades mais consagradas do mundo, que teve entre seus alunos ninguém mais, ninguém menos que Albert Einstein? Pois saiba que para duas egressas da Unisinos isso é uma realidade. Cynthia Bortolotto e Cristhiana Albert estão cursando doutorado em Matemática e Engenharia Civil, respectivamente, na Eidgenössische Technische Hochschule Zürich ou, simplesmente, ETHZ.

Amigas, Cynthia e Cristhiana se conheceram em 2015, por meio de um curso de matemática da OBMEP que acontecia na Unisinos. “A Cynthia era monitora e eu era aluna. Nós continuamos nos falando eventualmente ao longo dos anos, e retomamos o contato quando eu soube que viria para cá. Ela até me ajudou no processo seletivo para a vaga, dando opinião nos documentos e várias dicas”, conta Cristhiana.

Crédito: Arquivo Pessoal/Cynthia Bortolotto

Quem desembarcou primeiro na Suíça foi Cynthia. Ela está no Instituto desde setembro de 2020 e conta que a ideia de estudar e morar no exterior sempre foi um desejo, por isso, durante o mestrado, ela aplicou para posições de doutorado em algumas universidades no exterior, que foram escolhidas de acordo com a área da matemática em que tinha vontade de continuar estudando. “O que me levou a aplicar e posteriormente escolher a ETHZ foi a possibilidade de trabalhar com o meu atual orientador, o professor Emmanuel Kowalski, que é um grande nome na minha área de pesquisa e, também, renome da Universidade”, explica. Cynthia ainda comenta que a linha de pesquisa dela é em uma área da matemática chamada Teoria Analítica dos Números. “Nela estudam-se problemas sobre os números inteiros, usando métodos de análise matemática. A área é conhecida pelos seus resultados sobre números primos (números que só são divisíveis por 1 e por eles mesmos) e como eles se comportam.”

Crédito: Arquivo Pessoal/Cristhiana Albert

Cristhiana, por sua vez, chegou em novembro de 2021, em período sanduíche, vinculada ao Mestrado em Engenharia Civil da Unisinos e desde março deste ano, está cursando o doutorado integralmente na ETHZ.  “O meu doutorado é em Engenharia Civil, no grupo de Durabilidade dos Materiais de Engenharia. Eu busquei esse grupo devido ao meu interesse na pesquisa e admiração pelos trabalhos do meu orientador, professor Ueli Angst, que é uma referência na área”, conta. Ela trabalha com a corrosão do aço em estruturas de concreto armado. “Mais especificamente, pesquiso a cinética da corrosão em sistemas carbonatados produzidos com cimentos com menor emissão de CO₂. A motivação principal é produzir estruturas ambientalmente corretas, mas também duráveis”, esclarece.

A Importância da Unisinos

Graduada em Matemática, o curso não foi a primeira opção de Cynthia. No início, ela havia optado por estudar Engenharia de Alimentos, mas mudou de ideia quando ela conheceu o professor Rogério Steffenon. “Na época, tive muito apoio dele para fazer a transição de curso e seguir esse caminho que não sabia ser uma possibilidade para mim”, recorda. Foi na licenciatura que ela aprendeu sobre didática e aprendizagem e também teve as primeiras experiências com ensino, de início no Ensino Propulsor e depois nos estágios obrigatórios. “Foi onde descobri que gostava de ensinar. Hoje, faz parte do meu papel como doutoranda dar aulas de exercícios semanalmente para alunos de graduação e de mestrado do ETHZ e os ensinamentos e as práticas que tive na Unisinos se faz muito importante nesse processo”, enfatiza.

Crédito: Arquivo Pessoal/Cynthia Bortolotto

Durante a graduação em Engenharia Civil, Cristhiana teve a oportunidade de trabalhar com iniciação científica. “Nos projetos, eu tive os meus primeiros contatos com pesquisa em materiais cimentícios, corrosão e programação. Ter uma base nessas áreas foi essencial para eu me inserir de uma forma mais interdisciplinar no grupo de pesquisa aqui na ETHZ e, certamente, para eu ser selecionada para a vaga”, elucida. Além disso, outro fator importante para a doutoranda em sua carreira foi o corpo docente. “O exemplo dos meus professores da Unisinos, especialmente o meu orientador Maurício Mancio, foi decisivo para eu buscar um doutorado fora. Também sou muito grata aos professores Rogério Steffenon e Cláudio Kazmierczak, que me apoiaram ao longo da graduação e estimularam meu pensamento científico”, reconhece.

Crédito: Arquivo Pessoal/Cristhiana Albert

Lembrado pelas duas egressas, o professor da Escola Politécnica, Rogério Steffenon, se diz realizado e feliz com o sucesso na caminhada acadêmica e profissional delas. “As alunas Cynthia e Cristhiana sempre mostraram muita dedicação, inteligência e capacidade nos seus estudos, além de demonstrarem interesse por aprofundar mais os conhecimentos vistos em sala de aula”, recorda.  O professor ainda complementa destacando a qualidade da Unisinos. “Isso evidencia o ensino de excelência que praticamos na Unisinos, pois elas estão cursando doutorado em uma Universidade de referência mundial na Matemática e na Engenharia Civil.”

A vida na Suíça

A adaptação na Suíça foi um desafio num primeiro momento para Cynthia, muito por conta da pandemia e as restrições que estavam em vigor, mas com a situação controlada, ela está vivendo mais a Universidade. “A infraestrutura e os recursos para fazer pesquisa são impecáveis, eventos são organizados com regularidade e existem muitas oportunidades para se aprender sobre as mais variadas áreas – dentro e fora da matemática – e conhecer pessoas de todos os lugares. Existem também muitos recursos para viajar para instituições ao redor do mundo, o que torna a experiência do doutorado ainda mais enriquecedora”, relata.

Crédito: Arquivo Pessoal/Cynthia Bortolotto

Felicidade é a palavra que traduz o sentimento de Cristhiana. Ela conta que foi bem recebida na ETHZ e no grupo de pesquisa, tendo um ambiente muito aberto para colaborações, troca de conhecimento, participação em associações internacionais e eventos. “Eu me sinto muito motivada por trabalhar em um projeto de ciência fundamental e que também tem implicações ambientais muito significativas para a redução da emissão de CO₂ pela indústria do cimento. Tudo isso tem sido único para a minha evolução profissional.”

Crédito: Arquivo Pessoal/Cristhiana Albert

Sobre a Suíça, as doutorandas destacam a mesma particularidade do país: a qualidade de vida. “Todos os serviços funcionam perfeitamente bem, além de ser lindíssimo em termos de natureza”, enaltece Cynthia. “Eu fui conquistada pela qualidade de vida, tranquilidade e contato próximo com a natureza, mesmo em uma cidade com recursos de metrópole. A combinação entre pesquisa, cidade e pessoas não poderia ser melhor para o meu perfil”, percebe Cristhiana, que ainda faz uma observação quando a saudade bate: “Eu recorro ao meu estoque de erva-mate e aos meus amigos brasileiros em Zurique.”

Sobre a ETHZ

Fundada em 1855, a ETH Zürich é uma das principais universidades do mundo em ciência e tecnologia e é conhecida por sua pesquisa e inovação de ponta, tendo em sua história 21 ganhadores do Prêmio Nobel. Atualmente, possui 16 departamentos que oferecem educação acadêmica e realizam pesquisas científicas em assuntos como: engenharia, arquitetura, matemática, química, física, entre outros.

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