Café Conecta aborda a tecnologia em sala de aula com educadores

Evento foi realizado no dia 12/05, no campus São Leopoldo

Crédito: Rodrigo W. Blum

O Café Conecta, uma atividade integradora com educadores de escolas públicas e privadas do Vale do Sinos e da capital, teve mais uma edição realizada. O evento ocorreu na sexta-feira, dia 12/05, no Espaço Colaborativo da Unisinos, no campus São Leopoldo, tendo como ideia contribuir com questões do ambiente estudantil, que os educadores têm contato no seu dia a dia. “Em todos os Cafés, nós pesquisamos e fazemos escutas em busca de temáticas relevantes para abordar no evento com esse objetivo de gerar mais conhecimento para os participantes, além de terem contato com educadores de outras escolas gerando networking entre eles e entre a Unisinos durante o evento”, salienta Luca Bombardelli, integrante da Equipe Conecta.

Neste ano, a temática apresentada foi “Metaversos, ChatGPT, Midjourney: desafios para a educação do terceiro milênio”, com Eliane Schlemmer, professora da Escola de Humanidades e da Escola da Indústria Criativa, e Bruna Schuster, mestranda do PPG em Educação da Unisinos. Eliane inicia a palestra introduzindo uma breve história de determinadas tecnologias e da internet até o momento atual e uma perspectiva para o futuro. “Vamos entender a oportunidade que a gente tem de estar vivendo nessa época e a responsabilidade que temos”, coloca. 

Crédito: Rodrigo W. Blum

Ao mostrar exemplos de produtos em que o metaverso é aplicado, Eliane comenta que o aluno do Ensino Médio pode estar criando e reproduzindo tais sistemas em conjunto com as disciplinas tradicionais da escola, como português, matemática, geografia, história e outras. “Essa não é mais a nossa geração que chegava em casa, tirava os calçados e assistia TV. Essa não é uma geração que lida desse jeito: recebendo a informação. Essa é uma geração que precisa operar e mexer para aprender”, frisa a professora, que ainda orienta: “Façam parceria com os alunos de vocês, porque por mais que a gente habite esse mundo da tecnologia, nós somos estrangeiros e eles não, porque desde muito pequenos eles estão lá.”

Tecnologia em sala de aula

Na sequência, Bruna apresentou um trabalho que ela desenvolveu em 2016 com a escola em que lecionava em Bom Princípio. Com a tarefa de pensar a cidade, ela e seus alunos criaram um mapa interativo da primeira rua da cidade a partir de um questionamento deles sobre a estrutura do prédio da escola. A partir disso, eles descobriram outros patrimônios, fizeram visitas virtuais e físicas pela rua, conversaram com moradores para saber a história dos prédios, entre outras ações.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Ao colocar em prática, como tema do ano, os alunos também desenvolveram os conhecimentos do currículo escolar, por exemplo, com a matemática realizaram os cálculos de formas geométricas e das plantas das casas, com a ciência estudaram o solo e bacia hidrográfica de Bom Princípio e com a geografia aprenderam sobre as localizações da cidade e de cada edificação. “Esse metaverso da vida real permite ampliar a nossa realidade para conseguir problematizar os temas que vemos que são importantes. Então teve toda essa construção, que eu me orgulho muito dela, e até hoje os alunos relatam”, comenta Bruna.

A partir desse projeto e de outros explicados pelas ministrantes, Eliane explica os processos de entendimento da tecnologia e, conforme essas etapas avançam, os alunos e professores deixam de serem usuários e se tornam produtores. “Isso provoca empoderamento para o professor, de pensar em outras caixas e como ele pode desenvolver de forma diferente aquilo que ele vinha fazendo em sala de aula, onde começa a ter uma consciência crítica e enxerga a tecnologia como uma forma de estímulo”, ressalta.

Depoimento dos educadores

“Isso nos faz repensar a prática, por exemplo: nós temos um laboratório de informática bem equipado, mas certamente ele não está sendo utilizado da forma como deveria. E temos também uma dificuldade muito grande que é a seguinte: existe uma campanha que precisamos tirar as nossas crianças das telas, mas como trabalhar com as famílias de que a questão de tirar das telas não quer dizer que não tenhamos que trabalhar com as questões da informatização? Penso que a professora Eliane traz muitas coisas novas e é muito importante para pensar os recursos que já temos no colégio.” – Jaqueline Tomedi, do Colégio São José, de São Leopoldo.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“A troca entre os diferentes educadores é muito relevante ainda mais tocando em um assunto tão importante, não só novidades para muitos, mas ao mesmo tempo um start para ver o que vai acontecer nos próximos anos em educação.” – Mozartt Zeni, do Colégio Leonardo da Vinci, de Canoas.

“Este tipo de evento é sempre um grande barato. Conversar com outros professores é muito produtivo e a gente sempre sai com novas ideias.” – Mauro Weigel, do Colégio João Paulo I, de Porto Alegre.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“O evento traz para nós um tema e uma perspectiva diferente. Já ouvimos falar e temos algum conhecimento, mas é bem interessante porque além de poder vivenciar, ver todo esse estudo que a professora nos trouxe. Para nós, que estamos na escola, é de grande serventia.” – Mônica Nunes Neves, do IFSul, de Sapucaia do Sul.

“O evento traz bastante coisa para pensar. Não só o que vai ser no futuro, mas hoje em nossas escolas e como os alunos e professores estão lidando com isso.” – Camila Besold, do IFSul, de Sapucaia do Sul.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“Penso que esse tipo de atividade é algo super importante que oxigena os ambientes escolares ao qual somos desafiados hoje. A professora Eliane é um ícone, que todo mundo acompanha, que dita os próximos passos para onde nós devemos ir e é sempre uma grata satisfação estar presente e ser desconfortado com as situações que vem da educação e que mudam tão rápido quanto à tecnologia.” – Edinei Steffen, do Centro Sinodal de Ensino Médio, de Sapiranga.

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