Unisinos reflete o bicentenário da Independência e as mazelas do racismo com uma aula aberta

Crédito: Divulgação

Na noite da última terça-feira, 6/9, às vésperas de 7 de setembro, feriado nacional, a Unisinos por meio do seu Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas – Neabi e do decano da Escola de Humanidades, Luiz Rohden, realizou, no Campus Porto Alegre, evento de reflexão crítica sobre o bicentenário da Independência do Brasil, sob a forma de aula aberta. A começar do título: Bicentenário da Independência e a persistência do racismo no Brasil, mas sobretudo a fala de cada convidado repeliram a postura ufanista da celebração dos 200 anos da Independência devido ao silenciamento quanto a condição dos negros escravizados nos processos por emancipação que culminaram na proclamação da Independência em 1822. O evento foi híbrido, presencial e transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Escola de Humanidades da Unisinos.

Além do decano da Escola de Humanidades, os convidados para refletir a temática foram o professor e historiador, Jorge Euzébio Assumpção; o artista haitiano naturalizado brasileiro, Alix Georges; o historiador, escritor e ex-deputado estadual, Raul Kroeff Machado Carrion; e a doutoranda em Ciências Sociais na Unisinos, Emanuelly Vitoria da Silva Almeida. O reitor Pe. Sergio Mariucci, presente no evento, deu-nos a palavra de abertura comentando que a Universidade pode contribuir para evidenciar as inconsistências e o silenciamento quanto aos negros na história da Independência, bem como salientou o valor do legado da população negra na identidade nacional. Segundo Pe. Sergio, o Brasil é um país pluriétnico e multicultural, destacando que a identidade cultural brasileira é negra: “tem a alma na África”, frisou.

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O professor Wesley de Oliveira, coordenador adjunto do Neabi, mediou a mesa de trabalho e, após as falas, provocou o debate entre os participantes a respeito da persistência do racismo no Brasil ainda no tempo presente. E igualmente salientou que podemos promover a equidade étnico-racial na luta antirracista envolvendo pessoas negras, brancas e outros. 

A discussão feita pelos convidados foi densa e ampla a respeito dos processos histórico-políticos que suscitaram a Independência do Brasil em relação a Portugal e porquê negros escravos e povos indígenas foram excluídos dos planos e ações por Independência em 1822. Alix Georges entremeou seu depoimento pessoal como migrante estrangeiro com o seu cativante canto, ele encerrou com o Canto Alegretense numa versão própria em francês. Essa foi a segunda atividade do Neabi no Campus Porto Alegre, que conta com agenda própria de trabalho para escutar e atender alunos, professores e colaboradores negros e não negros promovendo uma equânime relação étnico-racial.

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