Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

Serviço de convivência e fortalecimento de vínculos com ênfase na cultura do movimento humano – Programa Esporte integral - Balanço Social 2013

Crédito: Aline Spassini

Ele é o craque do time, dribla o goleiro, chuta e faz o gol. Seria o Cristiano Ronaldo? Ele faz toda a jogada, passa por seus adversários com facilidade, arma o lance que acaba no gol do colega. Talvez fosse o Messi? Mas ele possui aquele estilo “marrentinho” dentro das quatro linhas, que na entrevista se perde no modo tímido de responder as perguntas. Então é o Neymar? Engana-se quem pensa que seria um desses três jogadores. Porque a estrela da vez – forma em que brincava com seus colegas – é o Macquiciel Leonardo Antônio, ou apenas Macquici.

O garoto faz parte do Programa Esporte Integral – PEI, que desde 1988 acolhe crianças e adolescentes, entre 7 e 18 anos, matriculados na rede pública de ensino, com prioridade para aqueles em situação de vulnerabilidade e/ou risco social e pessoal. O PEI visa desenvolver os jovens e a qualificação acadêmica dos estudantes, através de práticas esportivas. Macquici frequenta o programa há seis anos, e vai duas vezes na semana, em terças e quintas-feiras. Isso tudo começou com a indicação. “Eu conheci o PEI através de amigos da escola”, conta.

Crédito: Aline Spassini

Dentro do programa, Macquici participou de diversos campeonatos, dos quais conseguiu grandes resultados e experiência.  Um que ele destaca com afeição foi o que aconteceu no Uruguai. “Eu gostei muito de participar do Projeto Futebol Callejero”, lembra. Mas isso tudo conta com o apoio da sua principal base, a família. “Eles focam em mim, acreditam no meu esforço, na minha felicidade e estão sempre me apoiando”, fala. As atividades praticadas por Macquiciel são: futebol, atletismo e hóquei. Mas é o primeiro deles que o garoto prestigia mais. “Eu quero ter uma oportunidade no futebol”, declara confiante, até por já ter participado de uma seleção para as categorias de base do Aimoré, tradicional clube esportivo de São Leopoldo.

Na partida de um dos encontros, o adolescente era do time contrário do professor, onde a disputa entre eles era intensa. Primeiro, ele tentou driblá-lo, mas o professor conseguiu tirar a bola e Macquici foi para o chão. “Falta”, grita ele. Não era nada, o lance seguiu. Depois, não teve jeito. O professor foi driblado algumas vezes até Macquici servir o companheiro e a bola acabar no fundo da rede. Falante em campo, até parecia o capitão ao incentivar seus colegas a marcarem os adversários. Além disso, tinha jogadas geniais, deu uma “lambreta”, tentou um gol olímpico, como se fosse um craque. Mas, nem tanto, pois houve momentos de bola murcha – e literalmente. Em um chute de Macquici, a bola bateu na janela e furou ao ficar presa em uma de suas maçanetas. Isso foi o que precisava para ele ser alvo de brincadeiras dos companheiros.

25 anos

No ano de 2013, o PEI completa 25 anos de atuação. Atualmente é um dos projetos mais antigos do país na área do esporte educacional, que contempla a comunidade na prestação dos serviços oferecidos e acadêmicos que possuem uma oportunidade diferenciada para a formação. A comemoração foi realizada no Cento de Cidadania Unisinos – CCIAS, e envolveu educandos, professores e parceiros, além de jovens que já passaram pelo programa.

Ainda neste ano, o PEI passou a integrar o Movimento Latino Americano de Futebol Callejero, sendo responsável pela disseminação e formação de educadores no Brasil. A iniciativa já formou educadores em projetos no Paraná, São Paulo e Minas Gerais e também, participou do Fórum Football For Hope, organizado pela FIFA juntamente com a Copa das Confederações.

Esta matéria foi realizada em meados de 2014, referente ao Balanço Social 2013.

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