Não é apenas um jogo

Não é apenas um jogo

Crédito: Getty Images

Se você pensa que os games são apenas brincadeiras inconsequentes de adolescentes, informe-se melhor. A indústria dos jogos digitais movimenta bilhões e emprega programadores, roteiristas, designers, diretores de arte, animadores, dubladores, produtores de som e muito mais.

Isso não quer dizer que, para lançar um jogo, você precisa fazer um pesado investimento e contratar uma numerosa equipe. Segundo o professor Vinicius Jurinic Cassol, coordenador do curso de Jogos Digitais da Unisinos em Porto Alegre, desenvolver games hoje é muito mais fácil.

Quer conhecer melhor esse mercado em constante ascensão? Então confira abaixo a entrevista com o professor.

Qual o tamanho do impacto da popularização dos smartphones no mercado de jogos digitais?

Com o mobile, todo mundo tem um device em que pode jogar, enquanto há 10 anos era necessário comprar um videogame e uma televisão. Agora, é só pegar o celular e jogar, o que mudou o perfil do público, não é mais só o gamer hardcore, há muito mais jogadores casuais. Isso gerou novas possibilidades e uma nova gama de trabalho, e a própria indústria de jogos mudou para atender a esse mercado. Hoje, está muito fácil desenvolver jogos, há menos burocracia e temos acesso às mesmas ferramentas que os grandes desenvolvedores, podendo aplicar tudo em sala de aula. Por isso, o aluno chega e no primeiro ano de curso já está desenvolvendo um jogo.

Como minimizar o risco de lançar um jogo que não agrada o público?

A gente trabalha com análise do jogador, tentando mapear que tipo de jogo a comunidade está aceitando mais. A partir daí, com base em técnicas de game design, tentamos promover jogos divertidos, que os usuários queiram jogar várias vezes. Para isso, trabalhamos com curvas de progressão, pensando em como vamos manter o usuário jogando e tendo sucesso, sem que o jogo pareça muito fácil e ao mesmo tempo sem que o jogador desista nos primeiros cinco minutos. Além disso, também tentamos observar jogos de ocasião, cujo tema tem a ver com alguma questão que está sendo muito falada na mídia. Por exemplo, um jogo sobre as pessoas que chegaram atrasadas no dia da prova do Enem. Nesses casos, são jogos divertidos, mas que têm data de validade.

A gamificação (utilização de dinâmicas dos jogos em outros contextos) é uma tendência em softwares e aplicativos da área da educação. Isso abre portas para o profissional de jogos digitais?

Essa é uma tendência muito bacana, que abre portas para os jogos ocuparem outras áreas. Na disciplina de Tópicos Especiais, trabalhamos algumas atividades em que os alunos precisam escolher uma outra área que não seja o entretenimento para desenvolverem um projeto. Eles têm que propor uma experiência ou um jogo propriamente dito a partir de um problema que existe na sociedade. Esse problema pode ser relacionado ao ensino, mobilidade ou situações urbanas, por exemplo.

Um jogo também pode expressar questões relevantes para a sociedade, tal qual um filme, por exemplo. Esse fato é melhor reconhecido hoje?

Sim, estamos ganhando espaço cada vez maior. Antigamente tínhamos apenas o jogo surgindo a partir de um filme, hoje temos exemplos de filmes que são criados a partir de jogos. Afinal, além do jogador casual, tem também aquele que se entrega e acaba se apegando. Se ele joga 30 horas até terminar um jogo, então, querendo ou não, ele cria um sentimento a partir da situação que está vivendo dentro dele.

A Graduação em Jogos Digitais está com inscrições abertas. Confira essa e outras ofertas no site do Vestibular.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar