‘Meu colega é um robô!’, entenda como será o futuro do mercado de trabalho

Pesquisa aborda os benefícios e perigos da automação e como se preparar (e ter emprego) em um mercado cada vez mais tecnológico

Crédito: Divulgação

De animações infantis a blockbusters do cinema, a relação do ser humano com a robotização sempre foi tema de debate. Nas telas, filmes como Eu, Robô (2004) e animações como Os Jetsons (1962) apresentaram a humanidade do futuro andando lado a lado com as máquinas. E, de acordo com o professor da Escola de Direito, Wilson Engelmann esse futuro não está tão distante. Divulgada em julho, em consultoria para o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, a pesquisa Desenvolvimento tecnológico e mercado de trabalho Digitalização e relação homem-máquina: mudanças e tendências na legislação em nível global busca gerar subsídios para a formulação e aprimoramento de políticas públicas de desenvolvimento tecnológico e de geração de empregos qualificados.

“A tendência é que a robotização comece a atingir as atividades nas quais o trabalhador tem um nível de qualificação muito pequeno. Mas não se descarta que ela comece a aparecer nas áreas administrativas das organizações”, afirma Wilson, também coordenador do Mestrado Profissional em Direito da Empresa e dos Negócios da Unisinos. De acordo com o professor, os robôs irão desenvolver atividades que hoje são feitas pelo ser humano, mas de maneira gradativa. Enquanto isso, a mão de obra humana precisa se preparar.

Não, o robô não vai substituir a humanidade!

Pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Direito – Mestrado e Doutorado da Unisinos desde 2008, ele explica que o robô não deve ser visto como um adversário, mas algo que permitirá que o ser humano foque em atividades criativas e de inteligência emocional, enquanto lida com tarefas mais pesadas e arriscadas para a vida humana. Entretanto, destaca a importância de proteger esses trabalhadores em processo de transição.

O ponto do autor leva em conta o Artigo 7, Inciso 27 da Constituição Federal de 1988, que prevê o direito do trabalhador rural e urbano de ter proteção em face da automação, na forma da lei. “As leis objetivam reduzir os impactos e tentar qualificar e requalificar o trabalhador, colocando ele em outras posições, dando um tempo de suspensão do contrato para que ele faça um curso, por exemplo”. Além da atuação do Poder Público, é recomendado que o próprio profissional busque qualificações por conta própria e que os empregadores fomentem o desenvolvimento de seus funcionários.

“O Estado precisa assumir o seu papel de fomentar o desenvolvimento tecnológico, de fomentar pesquisas que possam realmente perceber esse cenário e que possam propor ações. E que o Estado possa então incorporar essas proposições e a partir daí gerar a prática, a efetiva atuação para que esse ambiente tecnológico possa ser instalado no Brasil, respeitando principalmente a mão de obra humana, o ser humano e o meio ambiente do trabalho”, finaliza.

A pesquisa desenvolvida pelo professor é uma das atividades de investigação realizadas na Escola de Direito da Unisinos, destacando a atuação da Universidade em sintonia com as necessidades da sociedade brasileira. Criada com o objetivo de divulgar resultados de estudos e análises feitos pelo CGEE, a Série Documentos Técnicos conta com a participação de especialistas e instituições vinculadas aos temas dos trabalhos. O estudo completo já está disponível para download nas publicações do CGEE, na página Série Documentos Técnicos.

A robotização do mercado de trabalho

Saiba mais sobre a pesquisa que aborda o futuro e a robotização do mercado de trabalho, desenvolvida pelo professor Wilson Engelmann, no novo episódio do Desafiando o Amanhã. Confira.

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