Estudo mostra que pacientes do Ambulatório de Reabilitação Pós-Covid da Unisinos apresentam melhoras após dois meses

Crédito: Divulgação

Os primeiros resultados do impacto do Ambulatório de Reabilitação Pós-Covid da Unisinos são positivos. Coordenado pela professora Ana Paula Barcellos Karolczak e pelo professor Thiago Dipp e com a colaboração da professora Juliana Nichterwitz Scherer. Além disso, conta com a participação dos alunos do estágio em clínica e da Liga Acadêmica de Ciências da Reabilitação Funcional – LACREF Amanda Elisa Rabuske, Andressa Nassar, Jenifer Horn da Silva e pelo aluno William Friderichs. O estudo mostrou que pacientes recuperados da Covid-19 que participaram do programa obtiveram melhora significativa na capacidade funcional, na força muscular de membros inferiores e na qualidade de vida.

Lançado em janeiro de 2021, o Ambulatório busca auxiliar na recuperação de pessoas que ficaram com sequelas da doença, de forma totalmente gratuita. Entre os sintomas mais comuns estão fadiga (cansaço), dispneia (falta de ar), dor no peito e fraqueza muscular. O serviço é oferecido por estudantes do curso de Fisioterapia da instituição, em São Leopoldo, e conta com a supervisão de professores da área. 

Para o professor da Escola de Saúde, Thiago Dipp, o projeto não apenas foi uma oportunidade de inserir os alunos, mas também uma necessidade de saúde pública em um momento difícil da pandemia. “Nós acompanhamos que os pacientes, após o período de internação, após a necessidade de ventilação mecânica e, também, os que não precisavam internar, depois do período de sintomas agudos, esses pacientes ficavam com algumas sequelas, como dor articular, muscular, falta de ar e cansaço, que normalmente não tinham”, conta.

Com consultas terças e quintas-feiras, no turno da tarde, o tratamento durou oito semanas, de forma presencial na Clínica de Fisioterapia da Unisinos, no Campus São Leopoldo. Os estudantes realizaram avaliações dos pacientes e, em seguida, iniciaram um plano de tratamento fisioterapêutico, que incluiu treino aeróbio, de fortalecimento muscular e da musculatura ventilatória.

“Como eu fazia as avaliações pré e pós, eu conseguia justamente ver como elas chegavam e como elas saíam do protocolo. E a melhora era significativa, tanto pelos relatos quanto pelos resultados das avaliações. Era uma coisa espetacular poder ajudar em um momento tão difícil como aquele da pandemia”, relata o aluno de Fisioterapia da Unisinos, William Friderichs.

O protocolo

Os 17 participantes foram divididos em dois grupos: Grupo de Controle (GC), que não realizaram os exercícios, e Grupo de Intervenção (GI), que realizaram o protocolo com os exercícios. Os grupos foram submetidos a avaliações antes e depois das oito semanas. No Grupo de Intervenção, houve aumento de 24.7% na capacidade funcional e 25% na força muscular de membros inferiores. O grupo também obteve melhora na qualidade de vida nos domínios de vitalidade, aspectos emocionais e de dor.

“O exercício físico é capaz de modular tudo isso, porque ele melhora a função muscular e cardiopulmonar. E, além disso, ele é capaz de reduzir o processo inflamatório, que a gente sabe que é uma das marcas da Covid-19, danificando tecido muscular, tecido do coração e o tecido cerebral. Então, o exercício físico atua como uma medida protetora de todo esse sistema”, explica Dipp.

O Grupo de Intervenção contou com 10 participantes, sendo 8 homens e 2 mulheres, com uma média de 52 anos de idade e diagnóstico de 4,5 meses para Covid-19. No Grupo de Controle, participaram 7 pessoas, sendo 5 mulheres e 2 homens, com 56 anos e 3 meses de diagnóstico da doença, em média.

Desde o começo da pandemia, a doença já infectou 30,3 milhões de brasileiros e fez 662 mil vítimas. Na segunda-feira, 18/4, o país registrou 22 mortes, o menor número de vítimas por dia desde março de 2020.

Vagas abertas

Agora, a equipe está recrutando novos participantes para o protocolo de reabilitação. Para buscar o atendimento e se tornar um voluntário, basta agendar uma consulta pelo WhatsApp (51) 3591-1265. As vagas são limitadas.

Confira o infográfico

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