Nos dias 30/7 e 01/8, aconteceu em Londres, na Inglaterra, o IEE Biosensors Conference 2023, evento internacional que discutiu a mais moderna tecnologia aplicada aos biossensores, tais como testes rápidos de glicose e as aplicações emergentes destes produtos no mundo. No total, 125 trabalhos de pesquisa foram aceitos na Conferência, apenas 2 do brasil e ambos de autoria de egressas da Unisinos.
Julia Konzen, egressa do curso de Biomedicina e mestre em Enfermagem, é autora do trabalho Development of a low-cost graphene screen-printed paper-based electrochemical sensor with application of lactate detection: a biological biomarker, desenvolvido em parceria com a Unisinos, Biosens e itt Chip, submetido a uma banca da conferência que aprovou para publicação na revista IEEE Biosensors. “A tecnologia de biosensores tem como principal objetivo agilizar e simplificar o acesso a testes laboratoriais que no contexto de saúde são importantes para o diagnóstico e tratamento de doenças”, explica a biomédica.
Atualmente, Julia trabalha como pesquisadora sênior no projeto NanoSaúde e o trabalho apresentado na conferência, e que será publicado na revista, faz parte do projeto: sensor de baixo custo para detecção do biomarcador lactato. “Minha formação foi dedicada ao estudo de testes laboratoriais descentralizados e a dispositivos point-of-care dentro da Unisinos, que possui estrutura para o desenvolvimento dessas tecnologias”, conta.
Duane Moraes, egressa do curso de Engenharia Química e mestre em Engenharia Elétrica,, também apresentou sua pesquisa na conferência. “Eu faço parte do projeto de pesquisa fomentado pela FINEP, o NanoSaúde, que é realizado na Unisinos, em parceria com o itt Chip e a Startup Biosens. Nesse edital tínhamos verba destinada para pesquisadoras conhecer outras empresas que contribuíssem com o projeto”, lembra a engenheira.
O trabalho que Duane representou no IEEE BioSensors 2023 avaliou a detecção de anticorpos não treponêmicos na sífilis por meio de um teste eletroquímico Point-of-care, utilizando eletrodos confeccionados com técnica de baixo custo e materiais avançados. “A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida da mãe para o feto por meio da transmissão vertical, resultando em graves consequências para o recém-nascido. No entanto, atualmente não existem testes rápidos que quantifiquem o nível de infecção e, portanto, o tratamento deve ser monitorado por um laboratório tradicional. Esse cenário requer instalações complexas e profissionais treinados, demonstrando a relevância do estudo”, explica.
A professora do PPG em Enfermagem e Diretora de Operações da Biosens, Priscila Lora, conta que por meio do projeto NanoSaúde, financiado pela Finep, a Unisinos está tendo a chance de manter um grupo robusto de pesquisadores focados no desenvolvimento de produtos para saúde. “Nesse escopo estão os 2 projetos que foram apresentados pelas pesquisadoras Julia Konzem e Duane Moraes, que são um teste rápido para monitorar níveis de lactato com aplicações no diagnóstico e acompanhamento da sepse e um teste rápido para monitorar a sífilis em gestantes. Ambos os produtos terão um grande impacto na saúde pública brasileira e refletem a tecnologia de ponta desenvolvida em nossa universidade”, encerra a professora.
