Aula magna com Amyr Klink em Caxias do Sul

Amyr Klink palestra para alunos dos cursos de Especialização e MBAs

Crédito: Rodrigo W. Blum

Depois dos campi de São Leopoldo e Porto Alegre, foi a vez do polo da Unisinos em Caxias do Sul receber o velejador Amyr Klink para a aula magna dos cursos de lato senso da Universidade. O evento aconteceu na noite desta quinta-feira, 27 de abril, e lotou o teatro São Carlos.

A coordenadora dos cursos de lato senso da Unisinos, Luciana Maines, deu boas-vindas aos alunos. “No momento em que vocês entram na Unisinos, vocês carregam a marca e vão carregar para sempre”, destacou a professora.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Em seguida, a diretora adjunta da Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade, Dorotea Kersch, fez uso da palavra e convidou a todos para assistir à aula magna. “Vamos alimentar nossas almas, abrir cortinas para diferentes viagens. Do tipo das que o Almyr faz e as viagens da nossa carreira também”, enfatizou.

Não há tempo a perder

O título do último livro escrito pelo palestrante é “Não há tempo a perder” e, de certa maneira, a aula magna ministrada por ele também abordou esse tema. Durante a palestra, Amyr relatou sua história de vida. Falou de persistência, determinação, do valor do tempo e da cultura da simplicidade, de saber viver com menos.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Para o velejador, sair do campo das ideias para a execução das ideias é uma importante decisão, que muitas vezes acontece quando estamos na pós-graduação. “Gosto de colocar em prática as ideias. Eu gostava de ler sobre os exploradores da Antártica e, de repente, descobri que mais legal que ler e olhar uma foto é estar na foto e ser protagonista da história. Descobrir o cheiro do lugar, coisas que a foto não traz”, afirmou.

Amyr destacou que o processo de aprendizagem nunca termina, e que essa é graça. Falou de economia colaborativa e que é uma atividade que precisa crescer, ainda mais no setor de embarcações. Depois fez uma viagem no túnel do tempo e contou como se encantou com o remo.

“Eu morava em Parati e, quando a maré subia, ia de canoa na padaria. Assim descobri o mar”. O encontro com o remo veio um pouco depois dessa época. “Me encantei com o remo, mas, antes de começar no esporte, corri 12 km por dia, durante quatro meses, um teste de persistência exigido pelo preparador para entrar na equipe. O remo exige dedicação completa, logo que comecei entendi isso”, relembrou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

O palestrante falou da geonavegação dos portugueses e da importância das correntes marítimas para a navegação. “Os meios somados à experiência e ao conhecimento acumulado definiram as rotas da navegação que eles colocaram em prática”, destacou.

Amyr também contou sua experiência de atravessar o Atlântico a remo, em 100 dias. “A chegada foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Cumpri minha meta e isso foi ótimo, mas a viagem tinha acabado e isso me deixava triste”, lembrou.

“Colocar em prática um plano, um projeto, é muito compensador”, destacou, ao falar de sua viagem solitária, de veleiro, que durou 22 meses.  “Você não percebe a velocidade com que o tempo passa. Os cinco meses de inverno na Antártica foram como um fim de semana prolongado”, contou.

O palestrante disse que quando voltou dessa viagem tinha 25 mil milhas navegadas sem nenhum acidente e isso era visto como um “bem” que ele tinha adquirido. “Aprendi no mar que não podemos mensurar o valor do tempo, que podemos viver com menos e que podemos ter muito conforto com muito pouco”, ressaltou.

Hoje Amyr trabalha num estaleiro fazendo barcos com soluções mais simples. “Só é seu o que você deixa para trás e a história que você constrói. Quero contaminar outras pessoas com minha vontade de aprender”, finalizou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Até o fim da noite, todos permaneceram em seus lugares, atentos a tudo o que o palestrante dizia. Encerrada a aula magna, os presentes puderam fazer perguntas para Amyr e conversar com o velejador sobre os temas apresentados.

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