Abertura da temporada do Fronteiras do Pensamento na Unisinos tem Rosa Montero como conferencista

Crédito: Luiz Munhoz

Ocorreu nessa quarta-feira, 31/05, a primeira edição do Fronteiras do Pensamento realizada na Unisinos. O evento, que está em sua décima sétima temporada, contou com a participação de Rosa Montero, escritora e jornalista espanhola, uma das autoras mais lidas na atualidade e que apresentou a fala intitulada: “A inutilidade mais necessária”.

Antes da apresentação, o evento contou com uma saudação musical de Edu Martins e Paulinho Fagundes. Em seguida, o reitor, Pe. Sergio Mariucci, agradeceu a participação do público. “O Teatro Unisinos foi construído com este propósito, ser local de compartilhamento de arte, cultura e conhecimento. Assim como a Unisinos, como universidade, é também uma instituição que se abre como ágora, local de diálogo, local em que o conhecimento, a arte e a cultura nos ajudam, em uma experiência transformadora a sermos melhores pessoas humanas. Para que como pessoas melhores também possamos e consigamos fazer a nossa vida em sociedade melhor”, declarou.

Crédito: Luiz Munhoz

A palestra de Rosa Montero aconteceu na sequência. Autora de livros como “A ridícula ideia de nunca mais te ver”, “A boa sorte” e “A louca da casa”, a jornalista contou que a conferência havia sido preparada sem ela saber que o tema era entre o caos e a ordem, uma ideia que já era comum a ela. A conversa a seguir veio recheada de referências a outras histórias, reflexões e ensinamentos sobre temas como a vida, criatividade e arte. Perto do início de sua palestra, a autora comentou sobre como temos muitas possibilidades pela frente – que ela compara a galhos – quando crianças, mas que com o tempo e conforme as escolhas que fazemos, elas vão diminuindo: “Você vai crescendo e o tempo vai podando as possibilidades do ser, vai podando os galhinhos da nossa vida e deixando o da nossa existência completa”, explicou.

Rosa também mostrou uma frase que tem tatuada em sua perna, uma citação do pintor George Braque: “Essa frase diz ‘a arte é uma ferida feita de luz’. Porque o que vamos fazer com a inevitável ferida da vida, se não fazer luz para que não nos destrua”, comentou. Além disso, realizou outras reflexões sobre matérias jornalísticas que realizou e sobre as próprias memórias. Para ela, as memórias são ‘relato em construção’, que depende muito de cada interlocutor, abordando a partir disso o tema da identidade: A identidade nada mais é do que o relato que fazemos de nós mesmos”, dividiu com a plateia.

A espanhola citou também autores brasileiros que admira, como Fernando Pessoa, e realizou mais algumas contemplações sobre a natureza humana: “Todos nós compartilhamos essa necessidade de sair da pequenice de nós mesmos, de transcender, de fazer da nossa vida curta algo um pouco maior”, relatou Rosa.

Crédito: Luiz Munhoz

Após a palestra, aconteceu uma sessão de perguntas e respostas, com perguntas da plateia e da mediadora. Entre os assuntos, falou sobre o caso de racismo na Espanha que aconteceu com o jogador de futebol Vinícius Júnior: “Me parece muito preocupante o racismo e não apenas isso que aconteceu na Espanha, mas o crescimento do racismo, machismo, homofobia e valores reacionários em todo o mundo”, citou.

A conferencista finalizou a noite em uma sessão de autógrafos realizada na Unisinos.

Crédito: Luiz Munhoz

Confira mais sobre a conferência na matéria do Mescla, clique aqui.

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