A importância da humanização

Seminário discute a necessidade de proximidade no atendimento ao paciente

Crédito: Rodrigo W. Blum

Profissional qualificado na área da saúde não é aquele com o melhor currículo. O que diferencia médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos ou qualquer outro profissional é o seu lado humano. Durante uma hora, na noite de quarta, 6 de abril, o médico José Camargo falou sobre a importância de sensibilizar-se na área da saúde.

O pioneiro em transplantes de pulmão fora dos Estados Unidos encantou a plateia no 1º Seminário de Saúde Integrada da Unisinos. Emocionou professores, alunos e profissionais. Fez rir. Mas, principalmente, deixou um importante recado para quem decidiu se dedicar ao próximo: investir na relação com o paciente.

Tratar a doença das pessoas x Tratar pessoas doentes

Em algum ponto da trajetória, seja por uma rotina alucinante de hospital ou consultório, ou pelo curto tempo de atendimento, a relação com o paciente desapareceu. As descobertas médicas que impulsionam a criação de diferentes e eficazes tratamentos trazem esperança para quem quase a perde. Esperança que poderia ser pulsante durante todo o tempo, se médicos fossem mais humanos.

Crédito: Rodrigo W. Blum

“Digo para meus alunos que tem uma pergunta essencial para se fazer aos pacientes: “Qual foi o momento mais crucial ou inesquecível no seu tratamento?”. As vezes não vai ser o que pensamos ou queremos ouvir, mas é essencial para melhorarmos nossa sensibilidade em relação aos outros”, comenta Camargo.

O médico, que foi idealizador e hoje dirige o Centro de Transplantes da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, simula, em sala de aula, situações que precisem da sensibilidade de seus alunos. “Qualquer profissional da área precisa se preocupar e identificar os tipos de pacientes que têm. Não há duas pessoas na mesma situação que sofram da mesma maneira”.

Compartilhando inúmeras histórias da relação com seus pacientes, José Camargo finaliza sua palestra falando do segredo para ser um profissional qualificado na área. “Precisamos sempre lembrar de tratar pessoas doentes, não doenças em pessoas”.

Crédito: Rodrigo W. Blum

O Seminário

Dividido em três painéis, o evento foi realizado no Auditório Padre Werner. Durante todo o seminário, o auditório permaneceu lotado, confirmando o sucesso da primeira edição.

“Foi um desafio integrar todas as áreas e linguagens dos cursos da Escola. E, por isso, é muito bom ver todos aqui essa noite”, discursa Denize Ziegler, decana da Escola de Saúde Unisinos.

As origens do Desenvolvimento da Saúde e da Doença (DOHAD) foi o primeiro assunto debatido em uma mesa redonda por três especialistas: da medicina, nutrição e psicologia. Pensar que a importância dos primeiros mil dias, os aspectos nutricionais e psicoemocionais da mãe e da criança podem evitar o desenvolvimento de doenças crônicas no futuro, como diabetes, câncer e depressão, foi o objetivo desse painel.

O segundo momento foi elaborado por sua relevância nos dias atuais. Doenças infecciosas, controle de infecção hospitalar, contextualização das epidemias da Zica, Chikungunya e Dengue e um olhar epidemiológico sobre as doenças de transmissão vetorial foram assuntos debatidos por profissionais da área.

A última atividade do seminário foi a palestra sobre a visão da saúde no século XXI, ministrado pelo Dr. José Camargo.

O evento ainda contou com pôsteres de pesquisas dos alunos da Escola e a inauguração dos laboratórios de Anatomia, Fisiologia, Biologia Molecular e Microbiologia.

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