3ª Semana dos Estudos Amazônicos

Evento que promove debates e manifestações culturais iniciou nessa terça-feira, 16/10

Crédito: Rodrigo W. Blum

Nessa terça-feira, 16/10, aconteceu a abertura da 3ª Semana de Estudos Amazônicos – Semea. O evento, que está em sua terceira edição, tem entre seus objetivos sensibilizar a comunidade para os principais temas de debate no universo amazônico, garantindo participação, visibilidade e articulação de povos tradicionais.

As atividades contam com oficinas, mesas-redondas, palestras e momentos culturais. A abertura oficial do Semea iniciou com a consagração do espaço indígena, construído com a participação de estudantes dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da Unisinos. Os pajés Afonsinho, Terri Manduca e Edes Martins – Povo Huni Kui, aldeia Pinuia (Acre) conduziram o ritual.

No local, durante toda a semana, teremos venda de artesanato típico da região amazônica. Os visitantes que passarem pela maloca indígena também podem fazer pinturas tradicionais. “A tinta é feita com genipago ralado misturado com pó de carvão. Essas pinturas tradicionais são usadas como proteção do corpo nos rituais de cada povo”, explica o artista indígena Diego Jonatã.

Cenários e Desafios da Amazônia contemporânea

Após esse momento de integração cultural, todos se dirigiram ao Auditório Central, onde foi apresentada a palestra Cenários e Desafios da Amazônia contemporânea. Antes de iniciar a conferência, Dijuena Tikuna cantou o hino nacional na língua tikuna. “São mais de 45 mil tikunas no Brasil. Essa é a língua indígena mais falada no país”, disse Luiz Felipe Lacerda, secretário executivo do OLMA.

Em seguida, o secretário para Justiça Socioambiental da Província dos Jesuítas do Brasil, Pe. José Ivo Follmann fez uso da palavra. “Ouvir o hino nacional em outra língua brasileira é algo profundamente mobilizador no momento histórico que vivemos”, afirmou. O pesquisador destacou ainda a importância do lugar de fala e questionou: “Qual é o lugar de fala de uma universidade? Nessa tarde, outros territórios tiveram espaço de fala e interlocução”. Para ele, é muito importante momentos como esse, em que a universidade se abre para os saberes não acadêmicos.

O delegado na Amazônia, David Romero, lembrou que muitos olhares estão voltados para Amazônia neste momento e que muitos encontros como esse estão acontecendo. “Tomara que vocês possam visitar a Amazônia e deixar ela entrar no coração de vocês”, afirmou.

Representando a Unisinos, o vice-reitor, Pe. Pedro Gilberto Gomes disse que o respeito à natureza e ao meio ambiente, e o espírito republicando estão sendo trabalhados nesse evento. “É isso que queremos ensinar aos nossos alunos. Ter essa semana na Unisinos é uma graça, porque estamos trabalhando as questões socioambientais e abrindo nossos olhos para uma realidade que não conhecemos”, enfatizou Pe. Pedro.

Durante a palestra Cenários e Desafios da Amazônia contemporânea, Ricardo Nogueira (UEA), Marcia Cambeba (PA) e Pe. José Ivo Folmann (OLMA) compuseram a mesa. O debate foi sobre as conjunturas amazônicas. “Boa parte dos estudos feitos sobre a Amazônia foram feitos de fora da Amazônia, de longe”, destacou Nogueira. 

A conferência trouxe ainda questões importantes para região, como noções de fronteira, biomas e bacias amazônicas, e como acontecem essas divisões. A 3ª Semana de Estudos Amazônicos segue até quinta-feira, 18/10. Fique atento à programação e participe das atividades.

Confira mais imagens do evento

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar