13º Workshop Novos Caminhos para a Saúde reúne lideranças do setor em Porto Alegre

Programação, há dois anos, vem se consolidando como um espaço de diálogo, reflexão e inspiração para líderes da saúde de todo o país

Crédito: Cristina Andreoli

Na última sexta-feira, 27/06, o Teatro da Unisinos, em Porto Alegre, foi palco da 13ª edição do Workshop Novos Caminhos para a Saúde. O evento foi promovido pela Agenda Executiva em Saúde, com apoio do Sindihospa, Health Meeting e Unisinos. A programação, que há dois anos se consolida como um espaço de diálogo, reflexão e inspiração para líderes da saúde de todo o Brasil, já reuniu mais de 2.000 participantes e 210 palestrantes ao longo de suas edições.

A abertura oficial contou com as palavras de Daniel Giaccheri, vice-presidente do Sindihospa, que destacou o comprometimento dos presentes: “Quem está aqui é comprometido com a saúde. É porque quer aprender”. Patrícia Martins Fagundes, professora da Escola de Gestão e Negócios da Unisinos, ressaltou o papel integrador do encontro: “Este é o momento em que se conjuga saúde, educação e gestão.” Em seguida, Denise Zaffari, decana da Escola de Saúde da Unisinos, reforçou: “Cuidar das pessoas é o coração da saúde”.

Mesa 1 – Os novos desafios e modelos de relacionamento dos hospitais com a indústria

Mediada por Daniel Giaccheri, sócio-fundador do Grupo São Pietro Hospitais e Clínicas, a primeira mesa trouxe reflexões sobre o redesenho da relação entre hospitais e indústria. Giaccheri provocou: “Estamos construindo um novo modelo, uma nova metodologia de relacionamento. Que ganhos podemos gerar juntos?”

Vilson Schvartzman, vice-presidente de Distribuição da Viveo, fez um resgate histórico: “Até o final dos anos 90, a indústria era muito forte. Depois disso, o distribuidor passou a ter papel estratégico na ponta”.

Maria Natália da Silva, gerente de Suprimentos da Unimed Porto Alegre, defendeu a integração: “Quando a população reivindica novas tecnologias, precisamos unir todos os elos”.

Evandro Luis Moraes, superintendente do Hospital Moinhos de Vento, completou: “O mercado mudou, e fomos nós que provocamos essa mudança. Mas ainda enfrentamos o ‘efeito cesta de caranguejos’”.

Mesa 2 – Liderança estratégica e transformadora

Na segunda mesa, o papel da liderança no processo de transformação organizacional foi o foco. Rafael Souto, CEO da Produtive, falou sobre a autonomia nas trajetórias: “Costumo falar em carreira em nuvem. A contribuição do indivíduo vai além do plano linear. O plano de carreira é dele. Nós apenas oferecemos ferramentas”.

Cleusa Ramos, head de Gestão de Pessoas do Grupo Laços, trouxe uma analogia inspiradora: “Governar o cuidado é olhar para a essência do nosso trabalho. É como acompanhar a metamorfose de uma borboleta”.

Patrícia Martins Fagundes Cabral, professora da Unisinos, abordou a presença histórica do tema nas pesquisas da saúde: “Desde o início, a liderança na saúde sempre rendeu boas pesquisas e reflexões”.

Virgílio Olsen, superintendente médico do Grupo DOC, conectou o tema à longevidade: “Vivemos a era do médico 2.0, mais atento à experiência do paciente. Para cuidar bem, é preciso também cuidar de quem cuida”.

Ao final, a mediadora Rosemeri Dalagnol Severo, presidente do Conselho da ABRHRS, concluiu: “Tivemos aqui quatro vozes complementares, que nos ajudam a construir posturas mais humanas e conscientes diante das incertezas”.

Mesa 3 – Os impactos da Inteligência Artificial no segmento saúde e na atuação das lideranças

A terceira mesa tratou do impacto crescente da IA na saúde. O mediador Marco Torelly, diretor de Mercado da SHS Health Tech, abriu o painel com dados provocativos: “A IA já salva vidas – no diagnóstico de câncer, por exemplo – e chegou ao SUS. O CEO agora também precisará gerenciar robôs”.

Henrique Dias, cientista de dados e fundador da NoHarm, destacou a sobrecarga atual: “Não damos conta da gestão da inteligência em nossas empresas. Precisamos de automação com propósito”.

Luís Goulart, gerente de TI do Hospital Ernesto Dornelles, alertou: “A inteligência humana sempre será essencial. A IA deve ser uma ferramenta, não um substituto”.

Paulo Zimmer, diretor do Hospital Albert Einstein, observou: “Estamos convivendo com colegas que não existem fisicamente. Cabe a nós também gerenciar essas ‘pessoas’ digitais”.

Luciano Eifler, CEO da ConceptMed, finalizou: “Não se trata de competir com a IA, mas de jogar no mesmo time. Ela deve ser nossa aliada”.

Mesa 4 – Gestão de Pessoas sustentando processos, atendimento ao paciente e resultados dos hospitais

Encerrando a programação, a quarta mesa destacou a centralidade das pessoas na sustentação dos processos hospitalares. A mediadora Ana Paula Coutinho, diretora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, afirmou: “É motivo de orgulho trazer o nome do Clínicas para um dos principais eventos itinerantes de saúde”.

Benôni Canellas Rossi, sócio do escritório Rossi, Maffini, Milman Advogados, comentou a relevância da atuação jurídica: “A experiência com outros tribunais tem resultado em menos processos – o que já é um ganho expressivo”.

Fernando Andreatta Torelly, executivo em saúde, trouxe um olhar sobre autenticidade: “Viver a verdade nas relações faz toda a diferença. Trabalhar com proximidade, mantendo o respeito, é o que gera os resultados que buscamos”.

Gisele Alsina Nader Bastos, diretora técnica da Santa Casa de Porto Alegre, compartilhou um case de conexão afetiva: “Criamos projetos que acolhem não só o paciente, mas também os profissionais que estão do outro lado”.

Cláudia Stadtlober, coordenadora de Medicina da Unisinos, finalizou com uma reflexão sobre o essencial humano: “Estamos aqui para viver uma experiência real, nos conectar. Somos humanos. E não podemos ser apenas espectadores de uma vida que está passando”.

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