Mestrando em Engenharia Elétrica cria dispositivo para lise celular

Dispositivo tem tecnologia inédita no mercado brasileiro

Crédito: Divulgação

O mestrando em Engenharia Elétrica, Samuel Maraschin, está trabalhando no desenvolvimento de um dispositivo para lise celular. O estudo é realizado em parceria com o itt Chip – Instituto Tecnológico de Semicondutores e a startup Biosens, localizada no Tecnosinos. Lise celular é o processo de ruptura da membrana plasmática da célula e a liberação do material de dentro para o meio exterior da célula. Diversos exames laboratoriais necessitam que primeiro ocorra a lise, para então ser feita a análise de seus componentes internos.

O futuro mestre em Engenharia Elétrica explica que o dispositivo consiste em um eletrodo microfabricado e um canal microfluídico. “Nos eletrodos é aplicado um pequeno potencial capaz de gerar um elevado campo elétrico. A amostra flui sobre os eletrodos, ao longo do canal, as células são rompidas devido a força resultante do campo elétrico”.

No mercado brasileiro não existe nenhum dispositivo utilizando essa tecnologia. “Os laboratórios normalmente utilizam processos químicos para realização da lise celular, o que demanda muito tempo, reagente caros, além de equipamentos e profissionais habilitados. O diferencial do meu dispositivo é que ele consegue realizar a lise de forma rápida em um ambiente controlado”, afirma Samuel.

O estudante lembra que que a ideia do dispositivo surgiu logo no início do mestrado. “Na graduação já havia desenvolvido um dispositivo para amplificação do DNA. A lise celular é a etapa anterior ao processo de amplificação. A ideia foi então fazer essa etapa e no futuro juntar os dois dispositivos”.

O dispositivo já possui um protótipo e tem uma boa prova de conceito. “Hoje ele se encontra em fase de ampliação da prova de conceito do dispositivo, que posteriormente seguirá para uma validação clínica. Esperamos que esse projeto agilize a liberação de laudos e, consequentemente, proporcionando um início mais rápido e assertivo do tratamento de diversas condições clínicas” conta o mestrando.

No futuro, Samuel espera realizar a validação clínica deste dispositivo no serviço laboratorial e, tendo um resultado positivo, seguir para o processo de industrialização e produção em larga escala. “Além disso, outra ideia é integrar ao dispositivo uma ferramenta de detecção relacionado a biologia molecular, dessa forma, ter um dispositivo completo, desde a preparação até a analise final do exame”, explica.

Segundo o professor do PPG em Engenharia Elétrica e orientador do projeto, Carlos Alberto Cima, a fabricação do dispositivo de lise celular é um excelente exemplo de interdisciplinaridade, pois nele, as técnicas de fabricação de microeletrônica são usadas para criar um dispositivo que realiza uma operação biológica por meio de um campo elétrico. “Vejo a geração de inovação como o elemento mais importante do trabalho do Samuel. O encontro e a mistura de todas essas informações só são possíveis porque o conhecimento está em pessoas desprendidas, que não apenas geram tecnologia, mas também a partilham pelo trabalho em equipe”, esclarece o professor.

A professora do PPG em Enfermagem e Diretora de Operações da Biosens, Priscila Lora, afirma que as pesquisas que vem sendo desenvolvidas trazem elementos que são destacados mundialmente como fatores de sucesso para o desenvolvimento de tecnologia. “Nosso escopo é multidisciplinar, unindo diferentes áreas como Engenharia e Saúde desde o início da ideação dos projetos passando por todas as fases de execução”.

Priscila encerra dizendo que o fluxo estabelecido é o modelo que tem funcionado nas melhores universidades do mundo, os produtos desenvolvidos têm registro de propriedade intelectual e, na sequência, serão estabelecidos contratos de licenciamento da tecnologia desenvolvida. “Já temos um produto que seguiu esse modelo e pretendemos ter diversos outros no decorrer da empresa, de forma que possamos crescer juntos empresa e Universidade.

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