Nem quente, nem fria: a casa do futuro terá a temperatura ideal

A solução para invernos ou verões rigorosos está em desenvolvimento no itt Performance

Foto: Rafael Casagrande

O inverno ainda nem chegou e os dias estão cada vez mais frios. Mas o que fazer para ficarmos aquecidos em nossas casas? A construção civil tem avançado muito nesta área e o itt Performance tem investido em estudos e pesquisas em busca do conforto térmico.

Segundo a arquiteta do instituto, mestre em Engenharia Civil, Josiane Pires, tanto para os dias frios quanto para os dias quentes, os materiais mais adequados na construção das casas são os isolantes térmicos. “Existe uma ampla variedade de materiais que devem ser avaliados conforme o local de utilização. Estes reduzem as perdas e ganhos de calor nas edificações, mantendo a temperatura interna mais estável”, ressalta Josiane.

A arquiteta explica que, regionalmente, a busca pelo conforto térmico, através de materiais isolantes tem crescido gradualmente. “Isso acontece, principalmente, devido à necessidade imposta pelo consumidor e pela norma de desempenho NBR 15575:2013”, destaca.

Mas qual o custo desse conforto? Josiane aponta que o isolamento térmico das edificações deve ser diluído no custo dos itens prioritários de uma construção, como, por exemplo, as paredes, para garantir a qualidade de vida dos habitantes. “Devemos observar também o isolamento térmico das coberturas e esquadrias, visto que são pontos importantes no desempenho térmico das edificações”, complementa. Para a arquiteta, a medida em que esses materiais forem utilizados em larga escala, o impacto do custo nas edificações será cada vez menor.

A arquiteta ainda salienta que o custo deste conforto é maior quando ocorrem decisões equivocadas na fase de projeto da edificação. Um exemplo é o superdimensionamento dos sistemas construtivos para o conforto térmico, ou mesmo a escolha de materiais que devem ser substituídos em curto espaço de tempo.

Como será a casa do futuro?

A professora, doutora em Engenharia Civil e também membro do itt Performance, Maria Fernanda Nunes falou das variações climáticas que o Rio Grande do Sul tem, com madrugadas geladas e os dias mais amenos. “A casa do futuro será mais eficiente, com uma preocupação maior quanto ao conforto térmico das pessoas e com redução do seu consumo energético”, explica.

Foto: Rodrigo W. Blum

Para a professora, casa do futuro irá trazer mais conforto aos moradores, sem a necessidade de utilização de sistemas como ar condicionado. “A ventilação natural e a orientação solar correta devem ser as primeiras decisões em uma casa do futuro. Um espaço com orientação solar adequada pode garantir o equilíbrio ideal de temperatura em seu interior”, salienta.

A pesquisadora afirma que o itt Performance tem amplamente atuado no desenvolvimento de sistemas construtivos compostos por materiais que propiciem o isolamento térmico. “As análises que são realizadas no instituto incluem a caracterização dos materiais propriamente ditos e de diversos tipos de habitação. O estudo do tipo de habitação é importante, pois as edificações possuem ainda as variáveis de geometria e orientação solar, fatores que impactam o desempenho da edificação e que são levadas em consideração nas análises térmicas”, aponta.

Segundo Maria Fernanda, existem projetos no itt Performance, com a indústria da construção civil, construtoras e projetos de pesquisa de materiais com incorporação de resíduos em conjunto com o programa de pós-graduação em engenharia civil. “Atualmente, a palavra ‘conforto’ ainda tem sido vista como um elemento supérfluo nas edificações, mas o conforto térmico é um direito do morador, que deve ser considerado quando no projeto e construção do imóvel”, ressalta a professora. “Além disso, a utilização de materiais para ampliar o isolamento térmico da edificação, aumenta a sua eficiência energética, já que reduz a necessidade de manutenção do conforto térmico através do uso de condicionadores de ar e aquecedores”, finaliza.

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