Experimentação jornalística

Beta Redação chegou ao campus Porto Alegre neste semestre

Foto: Roberto Caloni

Deste semestre em diante, a Beta Redação será mantida pelos estudantes de Jornalismo de ambos os campi da universidade, São Leopoldo e Porto Alegre, e as duas sedes passarão a operar como redações integradas.

Espaço para experimentação de linguagens e formatos de narrativas multimídias, a Beta Redação simula a rotina de um ambiente profissional voltado ao exercício jornalístico, com um desafio a mais: o de não se limitar à reprodução das práticas da mídia tradicional.

A ideia, segundo a coordenadora da graduação em Porto Alegre, professora Thais Furtado, é olhar de forma diferenciada para as possibilidades de pauta, sem, contudo, negligenciar os assuntos da atualidade. Para tanto, os estudantes são incentivados a priorizar temas locais, de seus municípios e bairros, e a apresentar sugestões de trabalho que contribuam para a personalização das aulas.

Na Beta Redação, desenvolvem-se e avaliam-se todas as competências relativas à atuação jornalística, desde a elaboração da pauta até a publicação do conteúdo, passando pela revisão e edição do material. De acordo com o editor-chefe do projeto, professor Felipe Boff, a intenção é levar o aluno ao domínio das técnicas profissionais, bem como ao desenvolvimento da visão crítica sobre a carreira e a própria produção.

Licença para criar

“Vivemos um tempo em que o Jornalismo se atualiza e se transforma muito rapidamente, e na Beta temos um espaço para observar, discutir e experimentar essas mudanças na mesma velocidade em que elas se apresentam ao mercado”, comenta Felipe. “Queremos avançar: propor outras pautas e abordagens, testar novas linguagens, enfim, criar.”

Tanto site quanto espaço físico, a Beta Redação foi idealizada pelas coordenações de Jornalismo e concebida como parte das mudanças curriculares pensadas para atender às novas diretrizes do Ministério da Educação (MEC). Inspirada pela lógica da residência médica, em que se praticam os conhecimentos internalizados, é também resposta às demandas dos estudantes da instituição.

Thais fala sobre o nascimento do projeto: “Quando começamos a reestruturar a grade curricular do curso, fizemos uma escuta com alunos e egressos da graduação. Uma das solicitações deles era para que incluíssemos mais tarefas de jornalismo especializado, segmentado, e a Beta veio para dar a eles essa oportunidade”.

A Beta Redação é produzida pelos estudantes matriculados nas cinco atividades acadêmicas de Laboratório de Jornalismo. Cada Laboratório representa uma editoria – cultura, economia, esporte, geral, política – e é supervisionado por um professor específico, além do editor-chefe, que coordena a totalidade da produção. Os Laboratórios têm agenda própria, acontecem um em cada dia da semana, de segunda a sexta-feira, e contam com a participação de jornalistas e especialistas de área, como economistas e sociólogos.

A dinâmica funciona como uma etapa de transição da faculdade para o mercado de trabalho. Nas aulas de Laboratório, a prática é acelerada em relação às atividades acadêmicas anteriores, pois o projeto cria um ambiente de publicações frequentes, no qual o Jornalismo é experimentado em toda a sua intensidade.

Esse formato de ensino requer comprometimento e criatividade por parte das turmas. Em troca, dá a elas uma prévia do que está além do diploma. “A Beta é uma experiência única no Brasil, que se constrói junto com os alunos e reúne, em cinco atividades acadêmicas, a revisão e a aplicação de tudo o que se aprendeu no bacharelado”, conclui Thais.

Redações integradas

Com a chegada da iniciativa a Porto Alegre, os campi passam a atuar como espaços integrados. A proposta é unir as turmas envolvidas na execução das tarefas, seja na reunião de pauta – que pode ser feita por videoconferência, por exemplo –, seja na produção de conteúdo.

Tanto no Vale do Rio dos Sinos quanto na Capital, valem as mesmas diretrizes e os mesmos objetivos. O professor do dia planeja a aula e o editor-chefe acompanha o andamento geral, ora em São Leopoldo, ora em Porto Alegre. Ao graduando, cabe informar, reportar e mesmo criticar o próprio trabalho quando assume função de ombudsman.

Para este semestre, Felipe adianta que estão previstas atividades como coberturas de ciclo de palestras e ao vivo de jogo de futebol. Como as pautas serão tratadas, porém, é questão editorial e está inteiramente nas mãos dos alunos. Acesse a Beta a Redação e confira.

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