Vida que segue

Apoio às famílias superendividadas

Não bastasse a dor de perder um familiar, Vera sentiu na pele a angústia de enfrentar um impasse financeiro. Em 2013, a moradora de São Leopoldo foi advertida pelo cemitério onde o filho repousava a respeito da necessidade de remoção do corpo do jovem do local, caso o pagamento pela compra do jazigo não fosse efetuado. Sem saber como proceder, Vera se sentiu perdida – pelo menos até conhecer o projeto de Apoio às famílias superendividadas.

A proposta da iniciativa consiste em resgatar o convívio comunitário por meio da conciliação extraprocessual realizada junto aos credores, com preservação do mínimo vital, visando ao fortalecimento dos vínculos familiares, à reinserção social e à capacidade de superar as dificuldades financeiras. Para Vera, o projeto foi uma solução. “Eu não tinha outra saída”, diz. “Se não optasse pelo apoio da universidade, seria um desastre.”

Antes de contar com o projeto, Vera havia tentado negociar a dívida por meio do Procon-RS. “O tempo ia passando e eu me sentia muito mal em saber as consequências da falta de pagamento”, recorda. Impossibilitado de atender a demanda, o próprio programa de defesa dos consumidores indicou a Unisinos como alternativa para contornar o problema. O momento de conciliação, contudo, só aconteceu no segundo encontro marcado – no primeiro, nenhum representante do cemitério apareceu.

Hoje, passada a adversidade, Vera conclui que uma pessoa pode, sim, ter razões para não honrar seus compromissos – no caso dela, foram as despesas com questões médicas e os gastos do funeral – e acrescenta: “O projeto fez grande diferença na minha vida, tanto no acolhimento quanto na superação da dificuldade. Sempre serei grata àqueles que me ajudaram”.

Após o acordo final, a leopoldense, tranquila e satisfeita com o resultado, retomou o contato com a universidade a fim de conhecer em detalhes a proposta de ação do projeto. “É bom ver a iniciativa dar certo e saber que, na nossa cidade, as pessoas procuram formas de resolver seus problemas financeiros”, considera. Para a mãe que se despediu do filho ainda muito cedo, o apoio foi apenas um passo na trajetória de superação que se anuncia. Daqui em diante, é vida que segue.

*Vera é um nome fictício. A fonte optou por não se identificar.

Esta matéria foi produzida em 2014, referente ao Balanço Social 2013.

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