Unisinos será sede do Pacto pela Educação oficializado nesta tarde

A partir da próxima segunda-feira, 18/7, a Universidade terá um espaço reservado para a equipe no Campus Porto Alegre

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na tarde desta quinta-feira, 14/7, o Auditório do Ministério Público foi palco do evento de oficialização do Pacto pela Educação. A iniciativa surgiu como um movimento – de pessoas físicas – que compartilham o propósito de mudar a sociedade com uma educação integral, de qualidade e que prepare os jovens para a cidadania e para o mundo do trabalho. Esse projeto está sendo acolhido pela Unisinos, que será a base do Pacto pela Educação a partir da próxima segunda-feira, 18/7. O Campus Porto Alegre deverá acolher o projeto pelos próximos dois anos, já que a ideia é que a sede seja móvel.

O coordenador do Pacto pela Educação, Leandro Duarte Moreira conta que o grupo iniciou com 10 pessoas, com o objetivo de enfrentar o estado de emergência educacional agravado pela pandemia. “Ter um espaço físico para encontros será muito importante para o projeto”, afirmou Moreira que trabalhará direto na Unisinos.

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A coordenadora do evento, professora Mônica Tim, fez um apanhado geral explicando de onde surgiu a iniciativa e os avanços que já teve. “O Pacto pela Educação é um movimento espontâneo de cpfs da sociedade civil que se organiza a partir de três eixos: equidade, diversidade e inclusão. Na primeira etapa, 1.342 assinaturas foram coletadas e surgiram 156 propostas de projetos. “Queremos conectar a sociedade com empresas, universidades e o poder público”, destacou Mônica.

O programa conta com uma variedade de setores da sociedade, além de outras instituições de ensino superior. Um dos colaboradores é o professor Jorge Audy, que explica que o Pacto pela Educação está sempre evoluindo. “O modelo inicial construído é termos um conselho, um comitê executivo e um grupo estratégico. Ainda não temos esses nomes, queremos que eles surjam, a partir da nossa plataforma, com a participação de todo o coletivo”, apontou.

O representante do Ministério Público, Fabiano Dallazen, afirmou que é um dever de todos trabalhar pela melhoria da educação. “Por parte do Ministério Público não poderíamos fugir dessa discussão para que tenhamos verdadeiros cidadãos e pessoas educadas na nossa sociedade”, enfatizou.

As quatro hélices: sociedade, empresas, poder público e universidades

Representando a sociedade civil, Henrique Medeiros, da comunidade Bom Jesus, falou da importância desse evento e de mostrar uma Porto Alegre nova para o mundo. “Essa imersão ao mundo real que estamos tendo é muito importante para retomarmos a educação que queremos e voltarmos a ser referência, como na época do Orçamento Participativo e do Fórum Social Mundial”, destacou.

O empresário Daniel Randon também fez uso da palavra representando as empresas. “Para a indústria continuar a competir, continuar crescendo, precisamos de pessoas qualificadas e para isso nós precisamos de uma educação protagonista. Só depende da gente saber trabalhar juntos”, reforçou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

A secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Sônia Rosa, destacou que nosso estado não tem uma identidade educacional. “Temos feito muitas ações, mas talvez estejamos pecando em um ponto: não estamos acompanhando esses projetos. A educação não é só do poder público, é de todos. Cuidar das pessoas passa prioritariamente pela educação”, ressalta.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Já o decano da Escola da Indústria Criativa, Gustavo Borba, falou representando as universidades. “Eu trabalho na Unisinos, uma universidade comunitária. Hoje, no Estado, são 14 universidades comunitárias. Penso que precisamos olhar com cuidado para a formação de professores. O lugar que a gente mais tem perdido estudantes, desde antes da pandemia – e agora ainda mais – são nas licenciaturas. Pra mim, educação não é só tecnologia, mas se faz no contato, na relação professor e aluno. Estamos juntos nessa construção de valorizar o trabalho do professor”, afirmou.

Os eixos temáticos

O ex-secretário de educação do Rio Grande do Sul, Ronald Krummenauer apresentou os sete eixos temáticos que devem guiar o Pacto: Educação como responsabilidade coletiva; Educação baseada em evidências; Valorização e formação continuada dos profissionais da educação; Avaliação dos impactos da docência na aprendizagem; Reorganização da governança na educação; Novos ambientes de aprendizagem; Educação como base do desenvolvimento social, ambiental e econômico. E, ao longo da tarde, chamou algumas pessoas para falar dessas questões na prática.

Para falar de Educação com responsabilidade coletiva, Negra Jaque, artista, pedagoga e agente social do Morro da Cruz, falou da importância de participar do congresso popular e de ter empatia. “Educação para cidadania são movimentos individuais que se encontram no coletivo. O mundo só será melhor se todo mundo trabalhar junto. Temos que pensar o que podemos fazer para melhorar”, destacou.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Para falar de Educação baseada em evidência, Fernanda Oliveira, pedagoga e professora da Escola Municipal de Ensino Básico, Adolfina Diefenthäler, de Novo Hamburgo falou de gestão democrática e disse que a escola está entre as 50 melhores escolas do mundo e entre as 10 mais democráticas. “Nosso diferencial é que tudo é decidido de forma participativa”, enfatizou.

Outro convidado da tarde foi o superintendente regional do SESI-RS, Juliano Colombo, que abordou o eixo Valorização e formação continuada dos profissionais de educação. “Precisamos formar protagonistas que tenham seus projetos de vida e sejam donos de suas escolhas”. afirmou Colombo, enquanto apresentava o Instituto de Formação de Professores do SESI.

Um olhar para o futuro

O coordenador do Pacto pela Educação, Leandro Duarte Moreira, finalizou o encontro questionando a todos sobre o que está por vir. “Que futuro queremos construir? É importante unir iniciativas e fazer conexões porque o futuro já começa agora”, afirmou.

Moreira destacou que todos podem contribuir com ideias e encerrou o evento apresentando os próximos passos do projeto. “Queremos receber sugestões para cada eixo temático. Entre no site pactopelaeducacao.org e participe. Vamos fazer acontecer”, reforçou.

Fica, então, o chamado para toda a comunidade. Entre no site e faça sua parte na construção de uma sociedade mais inclusiva e cidadã.

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