Unisinos lança Escola de Humanidades

Evento celebrou o novo olhar sobre as ciências humanas e refletiu o futuro da área

Crédito: Rodrigo W. Blum

A Galeria Cultural da Biblioteca da Unisinos acolheu um dia histórico para toda a comunidade acadêmica, egressos e para todos aqueles que já foram beneficiados pelo conhecimento partilhado por professores e outros profissionais formados nos cursos abrangidos pelas ciências humanas da universidade. Ontem, 17 de setembro, foi lançada a Escola de Humanidades. O evento contou com uma programação extensa, que culminou com o painel “O Futuro das Ciências Humanas”.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Natural é ser humano

Este foi o tema que guiou as atividades do lançamento da Escola, que envolveu oficinas, palestras, exposições, experimentos e apresentações artísticas, como a do grupo de percussão do projeto Vida com Arte, desenvolvido pela Unisinos, que abriu as festividades da noite. 

As palavras do decano Adriano Naves de Brito ressaltaram a reflexão sobre o que chamou de reconciliação entre as humanidades, considerando a razão, mas todos os outros elementos essenciais para o ser humano, do corpo à mente. Completou, repetindo as palavras de Santo Inácio de Loyola, “Não é o muito saber que sacia a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente”.

“A Unisinos é uma instituição que conversa com a razão e promove o diálogo com as várias formas de humanismo”, reforçou o reitor padre Marcelo Fernandes de Aquino, que encerrou, “É um privilégio ser professor de Filosofia, colega e compartilhar o engajamento dos jesuítas na liderança da Unisinos, que é uma universidade de todos nós”.

“Não é o muito saber que sacia a alma, mas o sentir e saborear as coisas internamente”

Santo Inácio de Loyola

Crédito: Rodrigo W. Blum

O Futuro das Ciências Humanas

O painel foi ministrado pelo reitor padre Marcelo de Aquino; professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo, Renato Janine Ribeiro e pelo diretor da área de Filosofia no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de Londres, Barry Crawford Smith. “Hoje, não há nem refutação nem progresso. O existe hoje é a visão das ciências humanas como code na constituição das ‘humanidades’, numa proposta mais ampla e atualizada dessa ciência”, afirmou Renato Ribeiro. Em inglês, Barry Smith apresentou os desafios da pesquisa na área e possíveis soluções para superá-los, os potenciais de transformação e consequências. Falou da importância da neurociência nesse processo, num processo que “uni a psicologia e neurociência na percepção dos sentidos”. O modelo brasileiro de pesquisa foi tratado na reflexão trazida pelo reitor padre Marcelo de Aquino, que levantou a necessidade de reinvenção dos modelos atuais. “Não penso no tempo como Aristóteles. Questões históricas nos colocam no desafio de inovar, inclusive, no diálogo com outras áreas”, frisou.

Praça das Humanidades

Dentro da programação do lançamento, um dos destaques foi a Praça das Humanidades, em que atividades simultâneas aconteciam nos estandes. O curso de licenciatura em Física preparou algumas atividades, como:

  • Simulação da formação de arco-íris, em que um feixe de luz branca contrasta com um prisma de vidro, e se difusa em várias cores, formando uma demonstração do fenômeno;
  • Simulação da reorientação de um satélite no espaço, onde o participante sobe em uma plataforma giratória, segura um suporte com uma roda e a gira. Nesse momento acontece a conservação do momento angular, no sentido do eixo da roda, que gera uma situação de equilíbrio, fazendo com que a plataforma gire no sentido oposto da roda;
  • Gerador de energia Van der Graff choque elétrico, quando ligado um motor, uma correia é acionada e atritada com auxílio de um metal. Do resultado, são gerados elétrons, que são coletados para uma esfera e depois distribuídos na casca esférica. “No momento em que acontece isso, se encostar a mão ou algum condutor, acontece uma descarga elétrica”, explica a estudante Priscila Forgiarini;

Outra atividade que chamou a atenção do público, falava sobre estudos de cognição, onde um aparelho de eletroencefalograma estava conectado a um manequim, enquanto professores e alunos da filosofia explicavam as suas funções. “O cérebro ativa uma área que atribui questionamentos para outra pessoa, como crenças e desejos”, explica a professora Sofia Albornoz, sobre o Stroop Test, um teste de atenção visual, que verifica as diferenças no processamento da informação de diferentes estímulos.

O estande da biologia tinha como tema o cenário da Antártida. O lugar é local de pesquisas da Unisinos há mais de 30 anos, e puderam conversar com o público presente sobre a experiência, além de explicar sobre a profissão e outros estudos. A graduanda Júlia Finger contou um pouco da experiência que teve no continente gelado, durante quatro meses – dois deles, no navio. “Gostei muito. Lá, a intensidade é grande, você fica isolado, possui um convívio diário com os animais e telefone só funciona via satélite. Mas para mim, essa foi uma experiência que me fez crescer de forma pessoal e profissional”.

O lançamento ainda contou com palestras, apresentações artísticas e oficinas, que foram ofertadas durante todo o dia. Uma das palestras foi a Indigenous peoples, self-determination the United Nations, com o professor britânico Julian Burger, ofertada pelo curso de Relações Internacionais. Entre as oficinas, algumas de destaques foram: Filosofia e História – Escolástica Jesuíta, Diagnóstico Sócio Territorial e Políticas Públicas e A Educação Discute Internacionalização.

Confira mais imagens do lançamento da Escola de Humanidades

Lançamento da Escola de Humanidades

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