“Quem está no controle?” é o tema do Fronteiras do Pensamento 2024

Temporada começa em 30 de abril e terá seis conferências internacionais

Crédito: Divulgação

O cientista inglês que discute os limites da inteligência artificial Stuart Russell, o grande analista mundial da crise das democracias Yascha Mounk, a psiquiatra americana autoridade em dependência química Anna Lembke e o economista americano que mapeou as 10 mega-ameaças para a humanidade Nouriel Roubini são alguns dos pensadores internacionais que estarão em Porto Alegre neste ano para participar do Fronteiras do Pensamento.

Com seis conferências internacionais, a Temporada 2024 terá início em 30 de abril e terá como desafio debater o tema “Quem está no controle?”. A pergunta parte do espectro da Inteligência Artificial mas também percorre a economia, a política e outros meandros humanos, como o existencialismo de Muriel Barbery, romancista francesa que também será conferencista. O pacote de ingressos já pode ser adquirido no site https://fronteiras.com. As vagas são limitadas.

Além de assistir aos encontros presenciais, os participantes também terão acesso posteriormente à gravação das conferências. Quem adquirir a Temporada 2024 tem desconto para assinar o Fronteiras +, com acesso a conferências, entrevistas, documentários e ao Mundo Livro, o Clube de Leitura do Fronteiras. Com 18 anos de história, o Fronteiras do Pensamento impactou um público superior a 300 mil pessoas em mais de 300 conferências.

Os eventos em Porto Alegre ocorrerão no Teatro Unisinos (Av. Nilo Peçanha, 1.600), e os inscritos passam a receber certificação da universidade, valendo como créditos de curso de extensão para os participantes.

“Quem está no controle?”

O curador do Fronteiras do Pensamento, Fernando Schüler, propôs aos pensadores participantes desta temporada um tema inspirado na Inteligência Artificial, mas que vai muito além e mergulha em seu impacto nos planos individual e coletivo: Quem está no controle?

“Se até o início do século, as tecnologias da informação foram vistas sob um prisma essencialmente positivo, para a liberdade individual e para a difusão do conhecimento, o fato é que a perspectiva atual parece marcada por uma imensa incerteza”, afirma Schüler no texto curatorial.

A solução seria aumentar os padrões de controle sobre o mundo digital? É possível, afinal de contas, que alguém esteja no controle de um universo cuja lógica parece indicar exatamente o inverso? No plano individual, as perguntas não são menos complicadas: perdemos o controle sobre nossa própria atenção? Sobre nosso próprio tempo? Pesquisas indicam um forte crescimento dos índices de depressão e angústia, em especial no público mais jovem. Perdemos o controle sobre o que é, de fato, importante para cada um?

O tema do controle está no centro do debate atual. E é sobre ele, e quem sabe além dele, que os participantes do Fronteiras do Pensamento irão refletir ao longo deste ano.

Fronteiras do Pensamento tem o patrocínio da Unimed, Corsan, Sulgás e Banco Topázio, patrocínio acadêmico da Unisinos, parceria institucional do Instituto Unicred, Fractal Educação, do Hospital Moinhos de Vento, Icatu Seguros e Prefeitura de Porto Alegre, neutralização de carbono Greener, promoção do Grupo RBS e realização da Delos Bureau, uma empresa DC Set Group.

FRONTEIRAS DO PENSAMENTO 2024

17ª TEMPORADA – Quem está no controle?

30 de abril – Stuart Russel
05 de junho – Muriel Barbery
10 de julho – Yascha Mounk
07 de agosto – Nouriel Roubini
18 de setembro – Anna Lembke
30 de outubro – Simon Sebag Montefiore

Sobre os conferencistas

Stuart Russell (30 de abril)

Uma das maiores referências em Inteligência Artificial (IA), físico graduado em Oxford e doutor pela Universidade de Stanford, foi vice-presidente do Conselho de IA e Robótica do Fórum Econômico Mundial e atuou como consultor da ONU para o controle de armas. Autor de Inteligência Artificial a nosso favor (2021), seu livro é o texto-padrão em IA usado por mais de 1,5 mil universidades em 135 países. O cientista busca maneiras de conviver com máquinas capazes de aprender, a fim de garantir que elas trabalhem estritamente de acordo com objetivos pautados pelos homens. Em 2016, fundou o Centro de Inteligência Artificial Compatível com Humanos na Universidade de Berkeley. Suas preocupações atuais incluem a ameaça de armas autônomas e o futuro da Inteligência Artificial e sua relação com a humanidade.

Muriel Barbery (05 junho)

Renomada romancista francesa, nasceu em Casablanca, Marrocos. Formada em filosofia, lecionou por 15 anos antes de se dedicar totalmente à literatura. Autora de seis romances notáveis, destacando-se obras como A morte do gourmet (2009) e A Elegância do Ouriço (2008), traduzido para mais de 40 países e vendido em impressionantes 12 milhões de cópias globalmente. Foi adaptado para o cinema por Mona Achache, sob o título Le hérisson. A obra relata os conflitos e excentricidades dos moradores de um prédio elegante de Paris. Foi o livro mais vendido da história da editora Gallimard, desbancando clássicos de Albert Camus e
André Malraux. O sucesso levou a romancista a uma temporada no Japão, em Kyoto, de onde veio a inspiração para Uma rosa só (2022). Existencialista, afirma que é uma pena as pessoas não verem que é a liberdade que faz a literatura.

Yascha Mounk (10 julho)

Historiador alemão, filho de judeus poloneses, fez das crises dos regimes democráticos o tema de uma consistente carreira acadêmica, com projeção internacional. Cidadão norte-americano, formou-se em Cambridge com Ph.D. na Universidade de Harvard e é professor da Escola de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins. Seus estudos passam por experiências populistas de países como Rússia, Turquia, Egito, Estados Unidos e Brasil. Esse liberal defende o que chama de “nacionalismo inclusivo”, com sociedades multiétnicas capazes de conservar o senso de pertencimento dos seus cidadãos. Fundador da revista digital Persuasion, editor colaborador da The Atlantic, apresentador do podcast The Good Fight, é autor de O grande experimento (2024) e O povo contra a democracia (2019).

Nouriel Roubini (07 de agosto)

No ano de 2006, em um discurso para os executivos do Fundo Monetário Internacional (FMI), ele fez o primeiro alerta para os riscos da bolha do mercado imobiliário norte-americano. Suas previsões sobre os balanços econômicos invertidos tornaram-se realidade em 2008, quando o mundo mergulhou em uma crise avassaladora. Dr. Doom, como é conhecido, é economista com doutorado em Harvard, professor da Stern School of Business da Universidade de Nova York e CEO da Roubini Macro Associates, LLC, uma empresa de consultoria macroeconômica global em Nova York. Atuou no Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca e no Departamento do Tesouro dos EUA. Em 2013, foi agraciado pelo Global Thinkers Forum com o prêmio de Excelência em Pensamento Global. Autor de A economia das crises (2010) e Mega-ameaças (2023), estuda saídas macroeconômicas diante de novas ameaças, como a crise climática e os conflitos no Oriente Médio.

Anna Lembke (18 setembro)

Psiquiatra, professora na School of Medicine e chefe da Addiction Medicine Dual Diagnosis Clinic da Universidade Stanford, dedicou sua carreira ao estudo e ao tratamento de pacientes dependentes químicos, tornando-se referência diante da epidemia de opioides que tomou conta dos EUA. Em Nação dopamina (2022) explora descobertas científicas que explicam por que a busca incansável do prazer gera mais sofrimento do que felicidade. Seu segundo livro, Nação tarja preta (2023), revela o que está por trás da dependência em diversos medicamentos receitados todos os dias para jovens, adultos e crianças. Autora de mais de uma centena de estudos nessa área, a especialista se debruça agora no estudo das chamadas “drogas digitais” (com as redes sociais à frente), os receios quanto à liberalização da maconha e dos psicodélicos – e as implicações sociais de viver em um mundo que estimula a busca por prazeres artificiais.

Simon Sebag Montefiore (30 outubro)

Escritor e historiador britânico, traduzido para 48 idiomas, é especialista em história russa e judaica e teve seus livros de história e ficção premiados na Europa e nos Estados Unidos. Entre suas obras, Stálin: A corte do czar vermelho (2006), ganhou o British Book Awards de melhor livro de história; O jovem Stálin (2008), vencedor do Los Angeles Times Book Prize de melhor biografia; e Jerusalém, a biografia (2013), best-seller de não ficção, recebeu o prêmio Livro do Ano do Jewish Book Council (EUA). No Brasil, lança seu último livro, O Mundo (2024), obra que revisita as famílias que marcaram a história por meio de intrigas palacianas, casos amorosos e conflitos. É autor da série de livros infantis Royal Rabbits of London (2016). Escreveu e apresentou cinco séries de TV da BBC sobre Jerusalém, Roma, Istambul (Byzantium: a tale of three cities), Espanha (Blood and Gold) e Viena.

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