Cuidar da saúde é a melhor maneira de levar a vida com qualidade. A prática de exercícios é fundamental para o condicionamento físico e a diminuição do estresse; ligada à alimentação saudável, é a receita certa para o bem-estar. Tão importante quanto cuidar da matéria é cuidar da alma. Somos um todo, corpo e mente precisam estar alinhados, para que possamos vencer obstáculos e seguir adiante. Esse é o objetivo do Programa de Atenção Ampliada à Saúde – PAAS, o cuidado integral do ser humano.
O PAAS é uma atividade interdisciplinar que busca permanentemente a qualidade da saúde e da vida da comunidade. Promove práticas integrais em saúde no que se refere à população vulnerável e de risco social de São Leopoldo e região, contemplando as necessidades constitutivas dos processos de desenvolvimento humano e societário, com vistas à promoção da vida. Com o apoio dos cursos de Enfermagem, Psicologia e Nutrição, promover o bem-estar e saúde dos participantes é o principal escopo do projeto.
Em 2013 identificou-se, a partir da percepção clínica de estagiários e supervisores que atendiam a crianças e adolescentes, a demanda para a formação de um grupo de pais. O grupo constituiu-se com os objetivos de esclarecer a respeito de práticas parentais educativas, trabalhar questões relacionadas à expressão do afeto, validação emocional, reconhecimento de estados emocionais e comunicação desses estados, bem como auxiliar os pais no reconhecimento das diferentes necessidades dos filhos, de acordo com cada fase do desenvolvimento humano. “Comecei a frequentar o programa após a minha separação, quando percebi que o convívio com o meu filho poderia melhorar”, relata Adriana Nunes, mãe do Gabriel.
Gabriel, de 12 anos, vivenciou a separação dos pais no ano passado. A insegurança, a incerteza e o medo da realidade fizeram com que ele tomasse posição no relacionamento do casal. Com a guarda a cargo do pai, as brigas com a mãe aumentavam a cada dia. “Nosso desentendimento era contínuo. Eu exigia do meu filho como se ele fosse um adulto”, conta Adriana. “Ao longo do tempo, e com o trabalho desenvolvido, tive a chance de mudar a minha postura em relação a ele”.
Os encontros permitiram que esses participantes encontrassem e ampliassem recursos psicológicos e emocionais para lidar com os desafios de serem pais e mães. Um grupo fechado, que se configurou com dez encontros ao longo de 2013. Ele ocorreu entre os meses de agosto e outubro de 2013 e contou com a participação de um pai e quatro mães. Ao longo de todo processo, foi possível perceber a capacidade dos pais de identificação uns com os outros, de forma que se tornaram uma forte rede de apoio e de mudança.
Relatos dos participantes confirmam que mudanças foram alcançadas nos relacionamentos familiares. Gradativamente, o grupo foi assumindo uma importância significativa para os participantes diante da percepção de que não estavam sozinhos, não eram os únicos a enfrentarem dificuldades, e que elas poderiam ser pensadas conjuntamente e resolvidas. “Aprendi que problemas sempre vão existir, temos de aprender a contornar, a ter paciência, pois toda a crise é passageira”, diz Adriana, ao confirmar que a iniciativa de frequentar os encontros do grupo de pais foi decisiva na melhora do convívio com o filho. No ano de 2013, o PAAS realizou 6.843 atendimentos diretos.
Esta matéria foi realizada em meados de 2014, referente ao Balanço Social 2013.
