Formação, retenção e atração de talentos mobilizam discussões do Pacto Alegre

Três projetos foram selecionados para melhorar a cidade em torno da dimensão do Talento

Crédito: Gustavo Diehl

Mais de 50 pessoas vinculadas a entidades, organizações da sociedade civil, startups, setor público, empresas privadas e universidades realizaram, na última sexta-feira, 10/5, a discussão e a seleção de projetos do macrodesafio Talentos do Pacto Alegre. O objetivo era definir propostas que contribuam para a cidade em relação à geração, manutenção e atração de talentos.

Os debates apontaram problemáticas relativas à noção de pertencimento à cidade, à definição e ao fortalecimento dos potenciais que a cidade tem para oferecer aos seus cidadãos, além de focar no papel da educação, em vários níveis, para criar um ambiente favorável aos talentos locais e à atração de profissionais de outros centros. Após a formação de 16 propostas, foram escolhidos três projetos que podem ajudar a cidade a melhorar sua relação com os talentos.

Um das selecionadas da manhã foi a ideia de criar “Olimpíadas da Inovação”, que serão induzidas pelas Universidades e pela Prefeitura de Porto Alegre. O objetivo é gerar comprometimento com a elaboração de projetos estruturados de inovação que envolvam uma entrega efetiva e resultem na premiação das melhores iniciativas. Outra proposta surgida nas dinâmicas da manhã, chamada “POA é Linda e Receptiva”, visa integrar cultura, ciência, tecnologia e arte para melhorar a percepção da comunidade e de visitantes sobre a capital gaúcha. Também foi selecionado o projeto de formação de professores, que procura ressignificar os envolvidos na educação básica e que abrange universidades e prefeitura, adequando recursos financeiros já existentes para fomentar a inovação.

“Mais do que cumprir os objetivos de gerar, manter e atrair talentos para a cidade, esses projetos são pautados pelo impacto que trazem para toda a cidade, são realizáveis pelos diferentes atores da cidade e têm viabilidade em curto espaço de tempo”, explicou o professor da PUCRS, Luis Humberto Villwock.

Ao avaliar a ação do Pacto, o pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais da Unisinos, Alsones Balestrin, comentou que, no âmbito da Aliança para a Inovação em Porto Alegre, formada pela UFRGS, Unisinos e PUCRS, foram feitas iniciativas como a construção dos parques tecnológicos para incentivar a inovação na cidade, mas que isso não é mais suficiente e que é necessário o envolvimento de outros atores na geração de um ambiente favorável aos talentos na cidade. “Porto Alegre seja talvez, das capitais do Brasil, a mais bem favorecida em sementeiras de talentos: as universidades. Aqui semeamos e fazemos brotar talentos, mas acabamos fornecedores de talentos para outros centros”, avaliou o pró-reitor. Balestrin considera que o Pacto é uma notícia positiva nessa temática porque mobiliza pessoas de várias instituições para pensar projetos de impacto para a cidade.

O diretor do Parque Zenit da UFRGS, Marcelo Lubaszewski, caracterizou a formação dos talentos no contexto tecnológico atual como fator de preocupação para a cidade e suas instituições educacionais. Durante as atividades desta manhã, Lubaszewski definiu como uma dimensão essencial para qualquer projeto a questão dos talentos. “Precisamos pensar as pessoas, com as pessoas, para as pessoas. Desenvolver não apenas os talentos técnicos, que já concentraram a formação universitária, mas a atitude, a liderança e o empreendedorismo”, discorreu o diretor.

Talentos

Envolvido nas atividades desta manhã, o jovem diretor da Space Hunters e integrante do grupo Porto Alegre Inquieta, Arthur Dias Duarte, considera que o caminho para Porto Alegre na questão dos talentos é facilitar o crescimento e a atração de empresas e fomentar o conhecimento empreendedor. “Devemos valorizar os pequenos negócios, deixar o cara que está na comunidade com um mercadinho crescer. Acho que o principal caminho é mostrar desde a escola o conhecimento empreendedor. Muitos dos jovens talentos não conseguem enxergar novas oportunidades que não sejam carreiras tradicionais”, ponderou.

Durante os debates, a economista Diana Gerbase, associada-fundadora da Mobis, empreendimento que trabalha com educação para a cidadania, defendeu a incorporação da diversidade nas ações do Pacto. Ela acredita que a diversidade abre caminhos e possibilidades para todos se colocarem como são, com suas ideias, para debater e criar coisas novas. “No momento em que a gente não se prepara para um ambiente diverso, a gente exclui ideias, a gente exclui pessoas, exclui gente que pode inovar e gerar valor para a sociedade”, comentou. Diana enfatizou que, para as propostas do Pacto serem apoiadas pela sociedade, “em primeiro lugar, as pessoas têm que sentir que elas pertencem ao Pacto, e só vamos criar pertencimento se a gente dialogar com os diferentes grupos da sociedade”.

Os projetos escolhidos hoje se somam aos definidos nas rodadas anteriores dos macrodesafios do Pacto e serão levados agora para a mesa do Pacto Alegre, em reunião que ocorrerá no dia 31 de maio. Ainda serão realizadas mais duas rodadas de seleção de projetos nos dias 17 e 24 de maio, quando entram em pauta os macrodesafios Transformação Urbana e Qualidade de Vida.

Sobre o Pacto Alegre

O Pacto Alegre é uma proposta de movimento de articulação e eficiência na realização de projetos transformadores e com amplo impacto para a cidade. O objetivo é criar condições para que a cidade se transforme em um polo de inovação, atração de investimentos e empreendedorismo. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e parcerias com o poder público e a iniciativa privada. A ideia é unir forças da cidade, de todos os segmentos, em prol de uma agenda comum.

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