Educar Para Crescer completa o primeiro semestre com atividades para grupos em situação de vulnerabilidade social 

Iniciativa da Unisinos, com apoio da Petrobras, impacta moradores de Canoas e Esteio com ações voltadas a direitos humanos, meio ambiente e inclusão social

Foto: Arquivo / Educar Para Crescer

O projeto Educar Para Crescer: uma abordagem transversal entre direitos humanos, inovação e sustentabilidade completou, em julho, o seu primeiro semestre de atuação, dedicado à implementação das atividades. Lançada oficialmente em março de 2025, a iniciativa da Unisinos busca promover, por meio de práticas educativas e sociais, as temáticas da educação socioambiental e dos direitos humanos com grupos em situação de vulnerabilidade social nos municípios de Esteio e Canoas, bem como com foco na formação de professores. A proposta, elaborada por uma equipe multidisciplinar de professores da universidade, foi selecionada pelo Programa Petrobras Socioambiental em 2023, e recebeu um apoio de R$ 8,5 milhões para sua execução.

Ao longo dos seus primeiros meses, o Educar para Crescer desenvolveu e trabalhou em nove subprojetos, como formações com professoras da Educação Infantil sobre o brincar livre e a escuta das infâncias, ações de agroecologia e curso profissionalizante em alimentação no Quilombo Chácara das Rosas, e o estudo da valorização de narrativas negras na Educação Básica, por meio de estudos e produção audiovisual, bem como formação de professores sobre as práticas de leitura e escrita.

EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS NA PRÁTICA

Alguns dos subprojetos do Educar para Crescer tiveram evoluções importantes ou ações práticas entre março e julho deste ano. Conheça melhor algumas dessas iniciativas:

“Educar, Crescer, Acolher”: promovido na Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Eva Karnal, em Esteio, e Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Erna Würth, em Canoas, o objetivo é a capacitação de práticas pedagógicas ajustadas às necessidades reais de estudantes migrantes. O intuito é promover a integração escolar, o protagonismo e desenvolvimento integral. Esse subprojeto busca o compromisso com a equidade e a qualidade educacional, fortalecendo as redes de apoio, de acolhimento, aprendizagem e crescimento para os estudantes.

Foto: Arquivo / Educar Para Crescer 

Sistemas Agroflorestais: voltado ao desenvolvimento sustentável, esse subprojeto busca envolver crianças, adolescentes e suas comunidades em práticas ligadas à agroecologia e geração de renda. A proposta é implementar sistemas agroflorestais – formas de cultivo que integram árvores, plantas e alimentos – em parceria com escolas e cooperativas locais. No primeiro semestre, foram realizados contatos e alinhamentos com instituições de Canoas, como as EMEF Nancy Ferreira Pansera e Paulo Freire, a cooperativa COOARLAS, além da Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos (EMEJA) Anísio Teixeira, em Esteio.

Parque Naturalizado: o subprojeto tem como objetivo criar espaços de convivência e aprendizado em meio à natureza, com enfoque no brincar livre e no vínculo com o meio ambiente. A primeira etapa contou com visitas técnicas aos terrenos, workshops com profissionais de arquitetura, engenharia, design e educação, além da realização de um curso de extensão gratuito na Semana Mundial do Brincar, voltado a professores da rede pública. A proposta é construir parques que dialoguem com o território e favoreçam experiências sensoriais e educativas com a natureza.

Educação e Direitos Humanos: com foco na inclusão e no empoderamento de populações vulneráveis, esse eixo do projeto reúne diversas frentes articuladas. As ações incluem a inserção de mulheres e adolescentes no mercado de trabalho, o incentivo a empreendimentos solidários na área da alimentação, o aprimoramento da leitura e escrita no Ensino Fundamental e a formação de lideranças comunitárias em direitos humanos e sustentabilidade.

Foto: Arquivo / Educar Para Crescer

Qualificação das práticas de leitura e escrita: a partir de um diagnóstico promovido nas escolas participantes, está sendo realizado um curso de extensão de 40h com a participação de 30 professoras das EMEF Erna Würth, de Canoas, e EMEB Alberto Pasqualini, de Esteio. Já foram realizados dois encontros. O último contou com a participação de dois professores da Universidade Pedagógica e Tecnológica da Colômbia (UPTC), que discutiram práticas de leitura e escrita sob a perspectiva da filosofia e infância. Além disso, foram promovidas oficinas com professoras e com os estudantes das escolas.

Fotos: Arquivo / Unisinos 

ECOLOGIA ATRELADA à FORMAÇÃO E CIDADANIA

Para o professor Luiz Rohden, decano da Escola de Humanidades e integrante do grupo multidisciplinar que desenvolve o projeto, o Educar Para Crescer representa uma prática concreta da missão institucional da Unisinos, alinhada ao compromisso com a justiça socioambiental e à tradição jesuíta da universidade. “Esse projeto está em harmonia com a missão da Unisinos, pois contempla o tema da ecologia atrelada ao bem-estar de todas as pessoas”, destaca. Ele também observa que a proposta reafirma diretrizes defendidas pelo reitor da universidade, Pe. Sérgio Mariucci, e está conectada com as pesquisas do professor José Ivo Folmann, referência nas áreas de direitos humanos e meio ambiente. “O projeto constitui uma prática do propósito e razão de ser da Unisinos”, sublinha Rohden.

A universidade, na avaliação de Rohden, tem um papel essencial ao integrar excelência acadêmica com ações práticas voltadas às comunidades vulneráveis. O professor explica que a atuação direta nos territórios promove a conscientização sobre direitos, sustentabilidade e cidadania, especialmente entre crianças, jovens, mulheres e migrantes. “Contribuímos para a tomada de consciência dos direitos das pessoas mais vulneráveis, bem como para a capacidade de autonomia e inserção no mercado de trabalho”, ressalta o decano.

De acordo com Rohden, o projeto, já vem gerando impactos visíveis tanto nas comunidades atendidas quanto dentro da universidade. “Está gerando maior consciência comunitária em torno das questões envolvendo meio ambiente, educação, realidade de pobreza e, ao mesmo tempo, crescimento na capacidade de superar a crise ecológica”, afirma. Ele observa que os participantes passam a se ver como agentes de transformação, fortalecendo vínculos sociais e acessando melhores condições de vida. “Gera, aos poucos, compromisso com as questões sociais e ambientais da comunidade, ao mesmo tempo que empodera os envolvidos para obter renda própria.”

O segundo semestre trará novas metas para o Educar Para Crescer. “Pretendemos estreitar laços de trabalho e parceria com demais projetos atuantes no entorno da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap)”, adianta Rohden. Um dos focos será a ampliação da comunicação das ações em diferentes espaços, fortalecendo a visibilidade institucional. “Vamos alavancar e aprimorar mais adiante a comunicação de nossas atividades nos mais diversos veículos de comunicação e lugares nacionais e internacionais”, explica.

Foto: Arquivo / Educar Para Crescer

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