Disciplina “Cidades Audiovisuais, Inteligentes e Sustentáveis” estreia no segundo semestre

Com aulas práticas em Osório, nova atividade acadêmica será compartilhada por áreas diferentes para estimular o pensamento transversal

Crédito: Alex Pereira

O mundo contemporâneo exige um pensamento transdisciplinar e plural. Tendo isso em vista, a nova disciplina “Cidades Audiovisuais, Inteligentes e Sustentáveis”, que vai estrear no próximo semestre, traz a possibilidade de unir diversas áreas, sendo compartilhada pela graduação e pós-graduação da Unisinos como atividade optativa.

A coordenação da disciplina está nas mãos da professora Sonia Montaño, e será ministrada por diferentes professores, de sete programas de pós-graduação diferentes, integrando as áreas de Comunicação, Computação, Design, Arquitetura, Biologia, Geologia e História. A atividade curricular está embasada em três eixos: patrimônio histórico cultural, patrimônio natural e experimentação audiovisual.

“Cidades Audiovisuais, Inteligentes e Sustentáveis” surgiu a partir do projeto “Ver Osório: Rotas que Contam Histórias”, iniciativa do grupo de pesquisa Audiovisualidades e Tecnocultura: Comunicação, Memória e Design (TCAV), ligado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Unisinos, em parceria com a Prefeitura de Osório.

“Ela vai muito na direção que a Unisinos está buscando, um trabalho bem transversal entre as áreas do conhecimento, para ter um impacto social real, nesse caso no município de Osório. Esse é outro grande desafio, que cada vez questiona mais as áreas de diferentes pesquisas. É uma boa oportunidade para que a sociedade cada vez mais entenda os benefícios que a pesquisa em diferentes áreas traz para o bem comum, para dialogar com os pares”, conta a professora.

Conforme Sonia, o eixo do patrimônio histórico cultural será trabalhado principalmente pelo olhar da Arquitetura e História, o do patrimônio natural pela Geologia e Biologia, e o de experimentação de mídias audiovisuais pela Comunicação, Design e Computação. “Osório é uma cidade com um grande potencial. Tem o patrimônio natural, além de ser uma cidade histórica, apesar de muita coisa ter sido destruída e esquecida. O audiovisual vai entrar com as diferentes formas de tecnologias do ’ver e do ouvir’, articulando todos os eixos”, comenta a professora.

O projeto propõe que os alunos dessas áreas dialoguem em conjunto sobre as possibilidades de explorar o território a fim de “redesenhar” a cidade, enxergando a si própria com mais propriedade, comunicando-se de forma mais intensa e clara. Uma das propostas da disciplina é criar uma plataforma em que as pessoas possam transitar entre quatro rotas diferentes de Osório – Rota dos Bons Ventos, Rota das Águas, Rota da Terra e Rota das Artes e Cultura –, com base nas experimentações feitas pelos alunos na região. O aplicativo funcionará como um repositório, que servirá de itinerário para o pós-pandemia, mostrando um espaço lúdico, de interação e conhecimento.

Dessa forma, como observa Sonia, o projeto transdisciplinar também é de impacto social, aliado com uma parceria entre universidade e gestão pública, além de possibilitar uma educação ambiental. “Podemos criar uma série de tipos de visualização, algo como, por exemplo, os peixes se apresentando para ti, com seus nomes, suas espécies e com o lugar que ocupam em determinada lagoa, explicando porque eles são importantes para que a gente respire”. Assim, na opinião da professora, a educação ambiental se torna mais natural, porque as pessoas terão a oportunidade de conhecer melhor os outros “habitantes” da região. “Geralmente, não respeitamos o que não conhecemos, e quando se cria toda uma relação, já há nisso uma educação, que é feita de modo lúdico e inteligente”, avalia Sonia.

A disciplina, que será realizada às segundas-feiras, a partir das 19h30min, está com as inscrições abertas. Ela vale quatro créditos na graduação e três na pós-graduação. Os alunos realizarão as aulas teóricas a distância, e as saídas a campo serão realizadas na cidade de Osório nos finais de semana. Caso as normas de distanciamento não permitam essas saídas, o trabalho de campo será realizado também a distância. Além disso, a disciplina terá uma parceria com a Unesco, para compreender seu conceito de cidade criativa e conhecer algumas experiências inovadoras no Brasil e no mundo.

O nosso website usa cookies para ajudar a melhorar a sua experiência de utilização.

Aceitar