Conferência discute produção do conhecimento científico

Evento lotou o Auditório Central, na noite dessa terça-feira, 09/10

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na noite dessa terça-feira, 9/10, o Auditório Central foi palco da conferência Outra Episteme de Produção de Conhecimento Científico, ministrada pela professora da Universidade Federal de Goiás e presidente da ABPN – Associação Brasileira dos Pesquisadores Negros, Anna Maria Canavarro Benite.

A conferência iniciou com um momento cultural. Mari Falcão, integrante do grupo Mulheres de Baobá, declamou uma poesia emocionando os presentes. Em seguida, o grupo de mulheres negras evangélicas, Nzambe Monene, cantou uma música em lingala, uma das línguas faladas na Angola. Para finalizar esse momento, o grupo de dança Abayomi fez uma breve apresentação cultural. 

A coordenadora do Neabi, Adevanir Pinheiro, abriu o evento dando boas-vindas ao público e, em seguida, passou a palavra ao reitor da Unisinos, padre Marcelo Fernandes de Aquino. “Existe uma série de interrogativas que a professora Anna pode nos ajudar a entender. As formas de racionalidades são muitas, como podemos articular as tantas racionalidades para falar de liberdade humana? Como prospectar uma sociedade acadêmica, não de iguais, mas de pessoas que se complementam? A multiculturalidade brasileira pode ser o diferencial na construção do Brasil”, afirmou.

Construindo o conhecimento

“Eu compreendo a cultura como qualidade de vida, por isso, toda a expressão cultural é legítima”, disse Anna, ao abrir sua palestra sobre a Outra Episteme de Produção de Conhecimento Científico. A pesquisadora explicou como o conhecimento científico embasa a produção tecnológica e assim ganha reconhecimento.

“A ciência ajuda a construir mitos, porque a linguagem científica interdita a compreensão, e assim tem se legitimado. Somos o 13º país na produção de artigos científicos e estamos em 79º em qualidade de vida, ou seja, há um gap entre o que produzimos e o que de fato temos”, destacou.

Anna aponta que o lugar de produção de conhecimento nas universidades está nas mãos de homens brancos, de quem tem privilégios. “Nós pesquisamos muito, mas não geramos produtos. Estamos mais preocupados com números do que com a qualidade do que se produz. Não temos uma diversidade de pesquisadores. Cadê os negros? E os indígenas?”, questionou.

Para a presidente da ABPN, é preciso que se faça pesquisa aplicada. “Em um país como o Brasil, com tantas necessidades, não podemos só reformular conceitos”, finalizou. 

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