Tempo de plantar, cultivar e colher afeto

Programa de Ação Socioeducativa na Comunidade

Crédito: Rodrigo W. Blum

O PASEC é um programa que promove ações de proteção social básica, de acordo com a Política Nacional de Assistência Social. A iniciativa oportuniza atividades no bairro Arroio da Manteiga, em São Leopoldo. No contraturno escolar, os participantes têm a oportunidade de fazer o plantio, a manutenção e a colheita de hortaliças na Horta Mãe-da-Terra, uma estratégia pedagógica que tem por objetivo ensinar aspectos relacionados ao cuidado com o meio ambiente, ao uso racional dos recursos naturais e à educação alimentar e nutricional para uma vida mais saudável. Além disso, o programa concentra-se em fortalecer o protagonismo cidadão dos envolvidos e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Todos os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Marta podem participar do programa.

A Vila Santa Marta, onde o projeto atua, ainda é um local que enfrenta muitas vulnerabilidades sociais. De maneira a fortalecer os vínculos afetivos entre as crianças e as famílias, o PASEC passou a incluir grupos de apoio aos responsáveis pelos participantes. A partir de 2016, a iniciativa passou de encontros semestrais para quinzenais, explica a estagiária do programa e aluna de Serviço Social na Unisinos, Maria Helena Nunes. “A ideia da intervenção foi introduzir pais, mães e responsáveis no projeto, proporcionando que participassem mais ativamente da vida das crianças, conhecessem as práticas do PASEC e ainda trabalhassem questões pessoais, familiares, domésticas e profissionais”, explica. Segundo ela, escutar, empoderar, motivar e sensibilizar são os verbos norteadores da atividade.

Trata-se de uma atividade interdisciplinar, que reúne os cursos de Serviço Social, Biologia, Psicologia e Nutrição. Além dos momentos de discussão sobre questões pessoais, familiares e profissionais, o projeto proporciona às famílias workshops de artesanato, alimentação saudável, reaproveitamento de alimentos e culinária, que contribuem para a melhoria da renda familiar e da qualidade de vida. “É uma satisfação para nós poder acompanhar o desenvolvimento dessas famílias. As próprias crianças demonstram-se engajadas e felizes em tê-los por perto”, afirma Maria Helena.

O programa trabalha dentro da perspectiva de trazer diferentes experiências que impactem de forma positiva na vida dos integrantes, assegurando a cidadania plena e potencializando a tomada de ações que possam garantir os direitos das crianças e dos adolescentes. Em 2016, o programa beneficiou 74 pessoas.

Integrando a família

Márcia da Silva, mãe da Nayelle, de 12 anos, acompanha dedicadamente a filha no projeto. Para ela, a atenção dos familiares é indispensável para o crescimento saudável das crianças. “A educação e o cuidado vêm de casa, aqui [na escola e no projeto] eles vêm para aprender”, argumenta. “Por isso, eu não saio de perto da minha filha.” Márcia afirma que o projeto também é um meio de se inserir na comunidade. “Tem coisas que acontecem na Vila que, às vezes, a gente não fica sabendo. Assim, conhecendo mais pessoas e de diferentes pontos, temos mais conhecimento sobre o lugar que a gente vive”, diz.

A Horta Mãe-da-Terra também apresenta um espaço reservado para eles, pais, mães e responsáveis pelos pequenos agricultores. “Nós plantamos, colhemos e levamos para comer em casa”, conta Márcia, satisfeita com o acolhimento que recebe do programa. “É muito bom, desenvolve muito a criança. Aliás, desenvolve eles e nós”.

*Esta matéria foi produzida em 2017 e refere-se ao Balanço Social 2016.

Crédito: Rodrigo W. Blum

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