São as pessoas que tornam a cidade segura

São as pessoas que tornam a cidade segura

Crédito: Getty Images

A segurança pública é um problema notório no Brasil, cada vez mais em pauta especialmente em Porto Alegre e na região metropolitana. Você sabia que a área de Arquitetura e Urbanismo tem a ver com isso também?

Afinal, uma cidade não é composta apenas por pessoas, mas também por construções, avenidas e praças, e a maneira como esses elementos são planejados, construídos e dispostos influi diretamente em fatores que vão muito além da beleza das ruas e prédios.

Para entender o que tudo isso tem a ver com segurança, veja o que o professor Adalberto da Rocha Heck, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisinos, em Porto Alegre, falou sobre o tema.

Segurança vai além do policiamento. Onde o planejamento urbano entra nessa história?

Segurança urbana é inclusive uma das matérias trabalhadas no curso de Arquitetura e Urbanismo. O que acontece é que, dependendo da maneira como é proposta a cidade, ela é mais segura ou menos segura. Ruas sem saída, onde passa pouca gente, diminuem a segurança daquela área urbana. Um shopping center ou um prédio de quadra inteira, envolto por um muro, também. É seguro para quem está lá dentro e inseguro para quem está fora. Hoje, a tendência são os grandes empreendimentos, então tu caminhas por dois quilômetros e ninguém te vê, ninguém te cuida. Esse é um problema de planejamento urbano e construção da cidade, pois são as pessoas que tornam a cidade segura.

O que pode ser feito a curto e médio prazo para mudar essa situação?

Deveria ser trabalhado o que diz o plano diretor sobre empreendimentos grandes. Por exemplo, regulamentando os condomínios, para evitar grandes muros no alinhamento. Antigamente, qualquer empreendimento imobiliário tinha recuo viário ou recuo de jardim. Todas essas questões teriam que ser previstas. Mas os interesses têm sido no sentido de fazer mais empreendimentos, para a cidade crescer.

Como o poder público pode auxiliar na evolução desta questão?

O que precisa ser feito é pautar essas questões como prioritárias na discussão do plano diretor. Ele fala de metragem e outros números, mas há pouco enfoque na qualidade do espaço construído. Fala também de controle de mobilidade urbana, mas na questão da segurança urbana a preocupação tem sido pequena. O que ocorre é que a especulação imobiliária pede mais liberdade para construir. Querem construir mais e mais.

Hoje se fala muito em smart cities. Quais as oportunidades latentes ao se pensar uma arquitetura alinhada com os sistemas de informação?

As smart cities já são uma verdade. A cidade inteira é monitorada por câmeras, por exemplo, e o controle da mobilidade urbana a partir dos semáforos é feito tecnologicamente. Outras questões, como controle de densidade e de temperatura urbana, também podem ser feitas por tecnologia. Ainda não tivemos um grau de investimento no sentido de se aparelhar a cidade para controlar e orientar o seu desenvolvimento, mas isso está entrando, vai vir. A tecnologia está aí para nos servir, não há motivo para não utilizá-la.

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