Curso de Jornalismo sedia evento sobre dados abertos

Confira os projetos apresentados no Open Data Day 2021, que teve como pauta principal a fiscalização de gastos públicos

Crédito: Arte de Tynan Barcelos sobre foto de Zanandra Canciani

Este foi o terceiro ano que a Unisinos sediou o Open Data Day edição Porto Alegre, desta vez, totalmente online. O ODD foi organizado pela Afonte Jornalismo de Dados em parceria com a universidade, e mais duas organizações internacionais ligadas ao movimento pelo uso de dados abertos pelo mundo, como a Open Knowledge e Open Contracting Partnership. O evento ocorreu no último sábado (13) com a apresentação de palestras e oficinas sobre o monitoramento de dados públicos. Toda programação foi gravada e os vídeos estão disponíveis no canal do Portal Mescla, no Youtube.

Para a criadora do projeto Afonte e também professora do curso de Jornalismo da Unisinos, Taís Seibt, o evento veio para ficar de vez no calendário de programações da Afonte, criada em 2019 para promover conhecimento e produzir conteúdos de interesse público com base em dados. Além disso, ele marca a presença da cidade de Porto Alegre no mapa desta iniciativa mundial promovida pela Open Knowledge.

Taís entende que o fato do evento ter sido realizado de maneira totalmente remota foi algo positivo: “Isso permitiu contar com convidados reconhecidos nacionalmente por seus projetos na área de dados, o que colaborou para termos tido uma boa audiência na programação. Já estamos ansiosas pela edição 2022”, explica.

Preparamos um resumo dos principais pontos do evento. Confira.

1. Investigando contratações públicas

Na abertura das conversas, o coordenador de comunicação da Open Contracting Partnership, Georg Neumann, falou sobre como a sociedade pode compreender melhor as contratações públicas que envolvem grandes somas de recursos. Em sua apresentação, o convidado trouxe métodos e processos para investigar estas contratações.

2. #solteiragate

A jornalista Maria Vitória Ramos, da Fiquem Sabendo, detalhou o caso #solteiragate, projeto de reportagem que explica como a Lei de Acesso à Informação (LAI) ajudou a revelar gastos históricos com pensões. A investigação reuniu, de forma colaborativa, cinco veículos diferentes durante um mês.

3. Cruza Grafos

O projeto Cruza Grafos é baseado em uma ferramenta gráfica de software livre e foi apresentado por Álvaro Justen e Reinaldo Chaves. A partir dos grafos, é possível mapear e criar ligações entre empresas, políticas e dinheiro público, tudo de forma visual. Na matemática, grafo representa uma teoria que permite encontrar relações entre objetos de um determinado conjunto. No projeto, os grafos mostram teias de relações de poder que existem no Brasil.

4. Tá de pé

Dá pra acompanhar as compras de merenda escolar por parte do Executivo e saber como elas estão sendo aproveitadas nas escolas? É possível monitorar os dados oficiais de licitações e contratos de combate à Covid-19? O Tá de Pé mostra que sim. O cientista de dados da Transparência Brasil, Jonas Coelho, um dos responsáveis pelo projeto, explicou que o objetivo é fazer um acompanhamento maior das licitações e contratos de compra de merenda escolar e dos recursos destinados ao combate da pandemia, centralizando as informações de forma padronizada.

5. Tesouro Transparente

Fernando Barbalho, que é auditor federal de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), mostrou o Tesouro Transparente – plataforma onde ficam as informações de transparência das finanças públicas nacionais – que monitora os gastos públicos relacionados à Covid-19. Inclusive, os dados obtidos pelo projeto podem ser baixados para análise.

6. Monitorando o orçamento público

No início da tarde de sábado, a professora da Unisinos, Juliana Rodrigues, explicou os principais elementos para entender o orçamento público. Em dado momento de sua apresentação, a professora abordou todas as fases do ciclo orçamentário e citou quais são os erros mais comuns, que costumam gerar equívocos dos jornalistas.

7. Análise de redes para mídias sociais

Com um workshop sobre análises de redes para plataformas de mídias sociais, o pesquisador e coordenador do projeto MIDIARS, Felipe Soares, apresentou algumas aplicações e softwares úteis para monitorar fluxos de redes em plataformas. O convidado utilizou como exemplo o Twitter.

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