A chegada à cidade do México em janeiro deste ano foi com uma amável acolhida, uma recepção calorosa que me deixou muito “em casa” (e também a Marili minha companheira de vida). Uma lição de hospitalidade da Profa. Dra Marcela Gómez Sollano e de toda equipe do Programa Alternativas Pedagógicas e Prospectivas na América Latina – APPEAL (do qual faz parte Dra Adriana Puiggrós (hoje UBA) uma de suas fundadoras quando esteve exilada aqui no México, nos anos 1980).

As primeiras semanas foram de reconhecimento, de contato com o mundo urbano cultural da mega Cidade do México: a população, seus museus, cinemas, livrarias, comidas (com suas feiras e comidas típicas – muito “taco”) e outras artes como monumentos, exposições de pinturas, esculturas, prédios históricos, artesanato, etc. Quando circulamos dentro do Museu Nacional de Antropologia, com uma história recuperada aqui no México de 20 mil anos aC., perguntei-me: Meu Deus, o que nós conhecemos de história no Brasil antes de 1500? Tive a sensação de que nós brasileiros não temos história! Porque estes 500 anos ainda foram contados pelos de fora, com seus interesses e filtros!

Agora já familiarizado com o transporte coletivo: metrô, metrobus – que são sempre muito lotados, mas funcionam de modo ágil, comparado ao trânsito que na maioria dos horários é bastante caótico. Nesse período, o clima estava mais frio, seco, poluído; e, associado ao componente altitude (2.250m do nível do mar), nos fazia sermos um pouco mais cautelosos, mas não nos atrapalhou. Agora a primavera começa e já um pouco de chuva ameniza a situação.

A UNAM, uma verdadeira cidade universitária, é um mundo aberto. Começamos visitando a parte cultural: bibliotecas, teatros, monumentos, esculturas nos prédios: uma história visível, por exemplo, na biblioteca central que é um verdadeiro relato histórico mesoamericano.

Já tive uma participação no Centro de Investigaciones sobre América Latina y Caribe – CIALC no qual vou estar algumas vezes em um “Seminario permanente de Historia de las Ideas”; já tive uma participação no “Seminario Teoría y Filosofía Critica”, com professores como Enrique Dussel. Meu envolvimento agora é com Seminário na Faculdade de Filosofía y Letras e com o “Posgrado de Maestría y Doctorado en Pedagogía” que minha supervisora Profa. Dra. Marcela organizou comigo, para trabalharmos a temática da “Investigación, educación y mediaciones pedagógicas: emancipación, pedagogía de la liberación y descolonización del pensamiento”. Também já tive participação em painéis em duas outras universidades daqui da Cidade; e vários outros intercâmbios já estão em processo de organização. Certamente é e será um aprendizado sem precedentes, em todos os sentidos, além de abrirmos portas para futuros intercâmbios, inclusive com a Iberoamericana – importante Universidade jesuíta aqui do México.

 

Professor Telmo Adams