Unisinos assina dois capítulos de Guia da ONU sobre integridade da informação na crise climática do RS 

Crédito: Divulgação

A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou nesta segunda-feira, 10/11, o Guia de Integridade da Informação no Contexto da Crise Climática no Rio Grande do Sul, documento que reúne orientações para enfrentar desinformação e aprimorar a comunicação em emergências. O material também será apresentado na COP30, em Belém. 

A Unisinos assinou dois capítulos do Guia, produzidos por equipes de pesquisa que atuam nas áreas de saúde pública, vigilância epidemiológica, comunicação científica e enfrentamento à desinformação. 

Análise histórica e estratégias contra a desinformação 

Um dos capítulos foi organizado pela professora da Área da Saúde, Juliana Scherer e pela equipe do Desmistifake, projeto financiado pelo CNPq dedicado à popularização científica e ao combate à desinformação em saúde. O texto integra a seção “Contexto da Desinformação no Brasil” e faz um panorama que vai da Revolta da Vacina às enchentes de 2024, analisando como boatos e conteúdos falsos prejudicaram respostas sanitárias e climáticas.  

Segundo a professora, a participação no Guia é resultado de um trabalho interdisciplinar. “Fomos convidados pelo reconhecimento da atuação da Unisinos na interface entre saúde pública, mudanças climáticas e desinformação. Nosso objetivo foi traduzir evidências científicas em orientações acessíveis para gestores e para a população.” 

O capítulo também apresenta boas práticas de enfrentamento à desinformação, incluindo ações de fact-checking, cooperação entre imprensa e governo e estratégias de linguagem acessível para mídias sociais. 

Vigilância do H5N1 e riscos sanitários no estado 

O segundo capítulo, elaborado pela decana da Escola Politécnica, Larissa Rosa com colaboração da professora da Área da Saúde, Mellanie Dutra, aborda a circulação do vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) no Rio Grande do Sul. O texto apresenta dados sobre a expansão global do vírus, casos registrados no estado e a importância da vigilância de espécies silvestres, especialmente de pinípedes na costa gaúcha. 

“Buscamos contribuir com análises de temas que pesquisamos diariamente na Unisinos. A crise climática e a emergência do H5N1 exigem articulação entre universidades, governo e diferentes setores”, explica Mellanie. 

O capítulo também discute o papel das Instituições de Ensino Superior na detecção precoce de patógenos, na comunicação de risco e na mobilização social antes, durante e depois de crises sanitárias. 

Reconhecimento internacional do trabalho 

A publicação do Guia na página da ONU e sua presença na COP30 são vistas pelos pesquisadores como um marco. Além de registrar a experiência do Estado nas enchentes de 2024, o documento destaca a articulação da Rede Saúde Única do Rio Grande do Sul, da qual a Unisinos faz parte. 

Para Juliana, o reconhecimento internacional reforça a relevância da produção científica local. “A visibilidade do Guia mostra a importância das universidades comunitárias brasileiras na construção de estratégias globais de enfrentamento à desinformação climática.” 

Mellanie destaca que a experiência gaúcha pode influenciar novas políticas públicas. “A publicação ajuda a posicionar o RS como referência em governança, comunicação e saúde única no contexto da crise climática”, afirma. 

A participação no Guia reforça o compromisso da Unisinos com a produção de conhecimento aplicado, o fortalecimento das políticas públicas e o desenvolvimento de soluções para desafios sociais contemporâneos. A Universidade reafirma seu papel como instituição comunitária voltada à pesquisa de impacto, à formação qualificada e à articulação entre ciência, sociedade e gestão pública. 

Consulte a versão completa do documento publicado pela ONU, clicando aqui

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