TEDxUnisinos 2015

A atividade acontece dia 30 de outubro das 9h às 15h, no Teatro do Sesi, na Fiergs. As inscrições para o evento já estão abertas

Mais um TEDxUnisinos vem aí e vai inundar Porto Alegre com uma onda de inspiração e ideias inovadoras. Essa iniciativa de reunir pessoas e realizar um encontro para troca de experiências já está consagrada. Em sua 5ª edição, o TEDxUnisinos traz palestrantes que apresentam suas histórias de sucesso e fracasso, erros e acertos, que impulsionaram suas vidas gerando aprendizados e inovação em diversas áreas.   

O host do evento, Gustavo Borba destaca a importância do percurso de cada um e diz que o processo de aprendizagem também está nos erros que cometemos. Apaixonado por ideias e novas experiências, o professor da Unisinos, segue a frente do evento como anfitrião e convida o pessoal para participar dessa troca de saberes. Confira essa história e conheça um pouco mais a trajetória do embaixador brasileiro do TEDx. 

Quando as novas práticas de ensino passaram a despertar teu interesse?

Gustavo Borba: Desde 2001 eu coordeno os cursos de Graduação, têm 15 anos quase que eu estou na gestão universitária. O primeiro curso que eu coordenei foi Administração, depois foi o GIL – Gestão para Inovação e Liderança. Desde lá eu tenho trabalhado com alguma discussão nesse sentido, de buscar formas alternativas de despertar o interesse dos alunos em sala de aula. Quando surgiu o PPG em Design surgiu um espaço de maior adesão a esse debate. No Design a gente está discutindo muito tecnologia, o espaço físico, como que isso impacta nos processos de aprendizagem do aluno. 

Quando o TEDx surgiu na tua vida?

Gustavo Borba: Eu assistia bastante palestras do TEDx e utilizava em aula, desde 2008 mais ou menos, e, em 2010, como me convidaram para dar palestra no TEDx Porto Alegre, eu participei do evento e vi que era uma iniciativa superlegal. Acho que aqui no Brasil já havia tido uns cinco quando foi feito o Porto Alegre, era muito novo ainda, então eu vi que aquela ideia do TEDx Global estava se propagando e começando a gerar um resultado mais local. Aí eu conversei com o professor Gustavo Fischer e nós começamos a discussão do TEDx aqui. Nós pedimos a licença em 2010 e fizemos o primeiro TEDxUnisinos em 2011. 

A partir desse histórico e da descoberta do TEDx, como podemos pensar as questões de inovação ligadas ao ensino e à aprendizagem para pensar uma revitalização das escolas?

Gustavo Borba: Algumas coisas mudaram de uns tempos para cá. No meu tempo, tinha duas formas de acessar a informação: ou com o professor ou com a biblioteca. Hoje, mesmo em escolas públicas, há acesso à Internet. A realidade do celular também está aumentando muito, inclusive nas classes mais baixas. Então, antigamente, tínhamos dois acessos, hoje temos todos os acessos. Na realidade, o grande desafio enquanto professor é como utilizar a tecnologia que o estudante tem em casa para que a nossa aula seja qualificada. Uma aula que preconiza hoje somente a entrega do conteúdo para o aluno é uma aula que não tem mais valor algum.

Um processo diferenciado de aprendizagem vai nos dar um resultado final diferente? 

Gustavo Borba: Eu acredito que a nossa formação disciplinar que está aí na maioria dos cursos é uma formação que ao separar em disciplinas, separa o conhecimento. E, se separa o conhecimento, pressupõe que se o aluno entender tudo que está naquele espaço, ele conhece toda aquela área. Só que, em qualquer área que o aluno for trabalhar, o conhecimento não vai estar encaixotado naquele espaço, ele vai estar espalhado e se relacionando com outras áreas. Na área da gestão é muito fácil de ver. Quando alguém vai para uma empresa trabalhar na área de RH, por exemplo, não vai trabalhar só com RH. A vida em RH é transversal e horizontal na empresa, então essa pessoa tem que entender de finanças, ter a relação com a produção e com o marketing. Esse profissional nunca vai entender de tudo isso se só estudar uma área específica, e a gente faz isso a vida inteira, estuda uma área específica. Isso nos afasta de um discernimento mais sistêmico, esse é o ponto chave. O Design chama isso de uma pessoa “T”, que é uma pessoa que entende profundamente um tema, e também consegue dialogar na horizontal. 

Como esse profissional se destaca entre os demais?

Gustavo Borba: Esse profissional consegue ter o domínio de uma área, mas ele sabe que aquela área está dentro de um contexto espalhado. Essa formação a gente só consegue quando abandona a lógica disciplinar, que está no Ensino Fundamental, no Ensino Médio e na universidade. Quando a gente vai para o ambiente de trabalho que a gente se dá conta que as disciplinas não aparecem. Pensar por projeto, pensar por problema são coisas que estão aparecendo mais agora na universidade. Se eu quiser internacionalizar uma empresa, por exemplo, eu vou precisar de todas as áreas, como produção e marketing, para montar um projeto. A nossa formação é historicamente é linear, tradicional, e deve se converter. Há bastante tempo vem se falando nisso, mas o que mudou agora? A gente falava sobre isso em mundo que era analógico, no qual se desmontava um relógio e se conseguia resolver o problema. No mundo digital, em que se alguém desmontar o relógio ele desaparece, não dá mais para pensar em partes. A gente ainda tem hoje um modelo mental e de ensino analógico para um mundo que não é mais analógico.

Informações no site do TEDxUnisinos e inscrição no endereço unisinos.br/eventos

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