TEDxPortoAlegre

Plasticidade Destrutiva – perspectivas sobre realidades em colapso

Crédito: Divulgação

Dia 22/3, acontece o TEDxPortoAlegre, a partir das 9h, na Fundação Iberê Camargo, na capital. O evento traz sete palestrantes de diferentes áreas para falar sobre Plasticidade Destrutiva – perspectivas sobre realidades em colapso. Com o tema é bastante denso, conversamos com o filósofo, professor e coordenador do curso de Filosofia da Unisinos, Clóvis Gedrat, para entender mais sobre o assunto, que será o foco de debate do evento.

Nos dias atuais, estamos vivendo tempos de verdadeira revolução na maneira de pensar e de entender. “Os avanços tecnológicos e as pesquisas têm descoberto novidades nunca antes pensadas pelo ser humano. Apesar de sempre ter sido motivo de fascinação e pesquisa intensa, o estudo sobre o cérebro tem apresentado avanços inovadores, provando que ainda temos, nesse misterioso órgão, um universo de grande potencialidade a ser desvendado”, explica Clóvis.

Para o pesquisador, um desses avanços diz respeito à característica constitutiva do cérebro. “As pesquisas das últimas décadas comprovam cientificamente que o nosso cérebro é plástico – daí surge a ciência chamada neuroplasticidade, o que possibilita a esse órgão uma adaptação aos estímulos que ele recebe. Ou seja: nosso cérebro é constituído para mudar e se adaptar, contrariando teses anteriores de que o cérebro seria um órgão fixo e incapaz de mudanças”, aponta o professor.

Segundo o filósofo, dependendo dos estímulos que a pessoa imprimir ao cérebro, ele irá se adaptar, desenvolvendo habilidades que irão responder aos estímulos que lhe foram enviados. O neurocientista Michael Merzenich, afirma que no cérebro das crianças recém-nascidas as habilidades perceptuais são bastante rudimentares e, por isso, pouca habilidade cognitiva foi desenvolvida pelo cérebro. Mas, com os estímulos que virão, essa criança se desenvolverá e passará a se constituir pessoa.

Para Clóvis, esses estímulos determinantes para o cérebro se adaptar e responder ao seu “dono”, podem apresentar aspectos positivos e negativos. Como exemplo de estímulo positivo, temos o aprendizado de um esporte, já como estímulo negativo – a plasticidade negativa – temos o cérebro sendo abastecido com frases, pensamentos, imagens e ideias que enfatizam o lado desfavorável das coisas, levando a pessoa a sempre reclamar e ver o lado “negativo” da vida.

“A habilidade que o cérebro desenvolve em resposta aos estímulos recebidos torna-se mais e mais consistentes à medida que a repetição acontece. Por isso, interromper uma habilidade que foi desenvolvida e condicionada pelo cérebro é algo que exige esforço e repetição diária dos novos estímulos”, explica. Ou seja, mudar a maneira de pensar exige motivação e persistência, pois o cérebro precisa se adaptar. “A neuroplasticidade permite que a pessoa desenvolva novas maneiras de agir e de pensar quando novos e/ou diferentes estímulos passam a ser, persistentemente, enviados ao cérebro”, complementa.

Para o pesquisador, a plasticidade negativa, que padroniza o pensamento não benéfico para o indivíduo, também é responsável pela depressão, que alguns denominam o mal do século. “Esta plasticidade negativa, a partir dos estudos na neuroplasticidade, podem ser redirecionados e levar a pessoa a se livrar dos maus hábitos cognitivos para adquirir hábitos saudáveis de estimular o cérebro. Com isso, a fluidez flexível irá levar a uma plasticidade positiva e saudável do cérebro, o que, por sua vez, será traduzida num viver saudável e de realização pessoal, independente da idade”, finaliza Clóvis.

Como vimos, o debate traz novos e diferentes estímulos para o cérebro. A Unisinos apoia iniciativas que promovam a discussão e tragam uma atmosfera de inovação e diversidade para o dia a dia. Por isso é apoiadora do TEDxPortoAlegre, que irá fazer pensar sobre as realidades em colapso e terá transmissão ao vivo. Acompanhe o evento pelo site TEDxPortoAlegre e participe desse momento.

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