Rosa Montero conversa com os professores da Unisinos

Crédito: Júlia Azevedo

Na tarde que antecedeu a abertura do Fronteiras, a palestrante participou de um bate-papo com a comunidade escolar. A mediação foi dos docentes Daniel Pedroso e Filipe Boff, e o encontro ocorreu no Campus Porto Alegre, local que sediou a 17ª edição. Ao longo de pouco mais de uma hora, Rosa Montero, falou sobre as nuances entre jornalismo e ficção e qual é o espaço ocupado pela psicologia humana na construção das narrativas.

Crédito: Júlia Azevedo

Ensaísta, escritora, jornalista, Rosa já realizou mais de 2 mil entrevistas ao longo de sua carreira, entre elas se destacam nomes como o Malala Youszafai e Richard Nixon. Parte da conversa foi sobre as estratégias dela para entrevistar personalidades de culturas e funções tão diferentes. 

Fundamentos para uma boa entrevista

“Uma entrevista é sempre um ato dramático, drama aqui, como ação”, afirmou a jornalista. Segundo ela, a entrevista para um jornal ou televisão é falar sobre o que se sabe, documentando o assunto, relatando ao público o que aprendeu, afinal, segundo a Rosa “tu não escreves para ensinar nada, escreves para aprender”. A escritora também pontuou que o mais importante para uma boa entrevista é a verdadeira, pura e genuína curiosidade, pois só assim para saber mais da outra pessoa e “enxergar” através da mente do outro como ele percebe o mundo. 

Crédito: Júlia Azevedo

Para isso é preciso com muito preparo, e guiar a conversa de maneira meticulosa, e é claro, respeitosa.

Ser transparente sobre o que se sabe é o que vale para o jornalismo. Já na ficção, se escreve sobre o que não se sabe, o que vem do inconsciente” como um sonho que se sonha acordado”, explica. No texto jornalístico, quanto mais claro se é mais o leitor ganha. Na ficção, a dubiedade, o implícito são elementos que valorizam o texto.

Quebrando o tabu sobre saúde mental

Outro tema abordado pela jornalista foi a questão da saúde mental e o comportamento humano. Rosa, que já enfrentou crises de pânico, angústias e emoções desenfreadas, chegou a estudar Psicologia. Por diversos motivos, achava que estava ficando louca, afinal faltava-lhe compreensão de todas as questões que lhe afetavam diariamente. Ela diz ainda que é muito provável que todos nós experimentemos algum tipo de transtorno na mente em algum período de nossas vidas. A OMS diz que uma em cada quatro pessoas tem ou terá um transtorno mental, o problema, diz, é que este é um tema tabu, mesmo que seja tão constitutivo do humano.

O que é o Fronteiras do Pensamento? 

Fronteiras do Pensamento é um evento que há mais de 15 anos tem o objetivo de questionar, colecionar respostas e explorar ideias que impactam e alimentam toda a sociedade a partir de diferentes perspectivas como a arte, empreendedorismo, tecnologia e demais áreas que se relacionam diretamente com o cotidiano. 

O evento começou oficialmente ontem à noite, com a conferência da jornalista e escritora Rosa Montero, no Teatro Unisinos. A programação se estende até outubro, com a presença do arqueólogo, antropólogo e professor de arqueologia, David Wengrow. O Fronteiras do Pensamento irá contemplar tanto o formato presencial quanto online. Para ter mais informações sobre os conferencistas a formas de ingresso é só clicar aqui.

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