Duas propostas da Unisinos estão entre os 86 projetos selecionados pelo Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde: Informação e Saúde Digital (PET-Saúde), promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação. 

Os projetos da Universidade foram submetidos por ambos os campi, Porto Alegre e São Leopoldo, e obtiveram destaque no processo seletivo, que avaliou 170 iniciativas de todo o país. O objetivo do programa é fortalecer a integração entre ensino, serviço e comunidade, por meio da qualificação de estudantes e profissionais da saúde, com foco em inovação e transformação digital no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Coordenado pela professora da Escola de Saúde, Mellanie Fontes-Dutra, o projeto do campus de Porto Alegre concentra-se na prevenção, diagnóstico e controle da tuberculose, com o uso de ferramentas digitais. A proposta prevê a capacitação de profissionais da atenção primária, o desenvolvimento de protótipos tecnológicos e ações de popularização científica para combater o estigma e a desinformação sobre a doença. 

“A Tuberculose segue sendo um importante desafio para a saúde pública, com mais de 80 mil casos novos no Brasil em 2023. Nesse mesmo ano, o município de Porto Alegre apresentou coeficiente de incidência de 83 casos para cada 100 mil habitantes, enquanto o do estado e do país é duas vezes menor”, explica Mellanie. 

Entre as metas está o mapeamento da jornada do paciente na rede de saúde do município e a integração de dados de acompanhamento. “Estamos abraçando esse desafio junto à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre para mapear a jornada do paciente pelo sistema de saúde, integrar os dados de acompanhamento, desenvolvendo protótipos que otimizarão a interoperabilidade entre essas ferramentas de gestão em saúde”, completa. 

No campus de São Leopoldo, o foco da proposta aprovada é a atenção à saúde de gestantes, puérperas e bebês. Coordenado pela professora da Escola de Saúde, Juliana Scherer, o projeto aposta no uso de tecnologias digitais para melhorar o monitoramento da gestação, qualificar o pré-natal e prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), além de oferecer suporte emocional e clínico contínuo. 

“A gestação e o puerpério são períodos marcados por múltiplas vulnerabilidades, que exigem não apenas assistência médica, mas também acolhimento, orientação e continuidade do cuidado”, afirma Juliana. 

A iniciativa prevê o desenvolvimento de aplicativos, sistemas de telemonitoramento, bases de dados integradas e ações de educação em saúde voltadas ao combate à desinformação. Além de beneficiar diretamente a população usuária do SUS, a proposta fortalece a formação de estudantes e profissionais das áreas da saúde e tecnologia. 

“O objetivo é fortalecer a cultura e a educação em saúde digital por meio do desenvolvimento, implementação e avaliação de soluções tecnológicas inovadoras voltadas ao monitoramento e à gestão da saúde materno-infantil no Sistema Único de Saúde (SUS)”, finaliza. 

O PET-Saúde é uma ação estratégica para aproximar universidades e serviços públicos de saúde. Os projetos aprovados foram avaliados com base em critérios como viabilidade, inovação, impacto social, organização metodológica e relevância para o SUS. 

“É uma ação do Ministério da Saúde e da Educação pra qualificar a integração entre ensino-serviço-comunidade, levando para fora da universidade o que fazemos, enriquecendo a formação dos estudantes de graduação e estreitando as relações com os serviços de saúde”, destaca Mellanie. 

Os projetos contam com a participação de docentes, profissionais da rede pública e estudantes de graduação da Unisinos. Além de fomentar a inovação tecnológica no SUS, as iniciativas fortalecem a formação de futuros profissionais de saúde mais preparados para os desafios contemporâneos da gestão e do cuidado. 

A seleção da Unisinos no PET-Saúde reforça o compromisso da Universidade com a transformação social por meio do ensino, da pesquisa aplicada e da articulação com políticas públicas de saúde.