Para onde vai o lixo que produzimos?

Egressa do Mestrado Acadêmico em Engenharia de Produção e Sistemas da Unisinos fez um estudo sobre o retorno de resíduos sólidos à indústria

Foto: Roberto Caloni

Lixo é responsabilidade de todos. No Brasil, produzimos aproximadamente 200.000 toneladas de RSU por dia. O que significa que em um ano são 73 milhões de toneladas descartadas no país. Já parou para pensar o que fazer com tanto lixo e qual o destino de tanta coisa descartada?

“O destino desses materiais deveria ser preocupação de todos nós. Além disso, a extração de matéria prima virgem interfere no meio ambiente, na água que bebemos, no ar que respiramos, no preço das coisas que compramos. A reutilização, reciclagem de materiais deve ser pensada desde o momento em que compramos algo no supermercado”, afirma a egressa da Unisinos, Gislaine Saueressig.

Somos conhecidos como a geração do descarte. Então como diminuir essa quantidade de lixo descartado? Reduzir, reutilizar e reciclar. Foi pensando nesse caminho percorrido até retornar ao mercado que Gislaine fez a dissertação “A contribuição das cooperativas de catadores no gerenciamento e retorno de resíduos sólidos urbanos à indústria: Estudo de caso”. A pesquisa foi realizada durante o Mestrado Acadêmico em Engenharia de Produção e Sistemas da Unisinos.

A egressa conta que buscou pesquisar algo que pudesse ser aplicado à sociedade. “Inicialmente minha ideia de pesquisa era voltada ao serviço público, mais especificamente, educação pública. Mas no decorrer do curso, com os temas vistos nas disciplinas e com as sugestões do meu orientador, acabei decidindo pela logística reversa e as cooperativas de reciclagem. E não me arrependo”, ressalta.

O coordenador do curso, Miguel Afonso Sellitto destaca a importância do estudo. “Reciclagem pode representar redução de custo para as empresas, que podem substituir matérias-primas e energéticos por resíduos reciclados, e também redução da vulnerabilidade de algumas populações urbanas, hoje desfavorecidas. Adicionalmente, atividades de catação e reciclagem podem contribuir decisivamente para a redução do impacto ambiental causado pela atividade humana nas cidades”, explica.

O Mestrado Acadêmico em Engenharia de Produção e Sistemas visa à formação de profissionais capacitados em transformar a realidade de suas empresas e contribuir para o desenvolvimento. Tem como diferencial a qualificação dos professores e a capacidade de pesquisa em temas de ponta na Engenharia de Produção e Sistemas. Isso significa que o interesse de mestrandos e doutorandos não se limita à sala de aula, mas se estende à pesquisa de campo, com objetivo de aumentar o conhecimento sobre a área.

Gislaine chegou a algumas conclusões com a pesquisa, entre elas, a falta de um trabalho mais ativo das prefeituras junto às cooperativas. “O setor de reciclagem é rentável, e o lixo já não é mais visto apenas como algo indesejável. Os resíduos, hoje, são uma possibilidade de lucro. Em toda a cadeia de reciclagem, acredito que o elo mais fraco sejam os catadores e as cooperativas, que acabam não aproveitando todo o potencial dos resíduos que chegam até eles, por falta de estrutura e de investimento”, afirma.

Miguel Afonso destaca a importância de estudar as cooperativas como sistemas complexos adaptativos, ou seja, como sistemas multitarefas e multidisciplinares, sujeito a influências externas e com capacidade de produzir resultados expressivos para o conjunto da sociedade. Para ele, se a comunidade apoiar atividades de reciclagem, pode receber em retorno um ambiente mais limpo e redução de custo nas empresas que recebem resíduos processados.

Ficou interessado no Mestrado Acadêmico em Engenharia de Produção e Sistemas? Outras informações sobre o curso você confere no site da Unisinos.

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