Qual o impacto da Inteligência Artificial na educação e como pode ser aplicada no nosso processo de aprendizagem? O tema foi abordado no livro “A Educação do Futuro e a Inteligência Artificial”, escrito por Marcos Piangers, autor do best-seller “O Papai é Pop”, e Gustavo Borba, pró-reitor Acadêmico de Relações Internacionais da Unisinos, com mais de 25 anos de experiência na educação.
Na palestra, Piangers abordará Educação com IA, com mediação de Borba. Será um bate-papo com profissionais e demais interessados no tema. O objetivo é ampliar o debate sobre tecnologias e humanidade no campo da educação. “Fundamental, dado que esse tema está em todos os espaços de conversa, precisamos desmistificar”, explica Borba.
Piangers concorda que é fundamental discutir do tema. Em um comparativo com o livro, ele ressalta que a palestra irá apresentar dados atualizados e, também, inciativas de uso tecnológico que podem ser caminhos para a inteligência artificial não ficar totalmente excluída da sala de aula.
Ele entende que a tecnologia aplicada à vida das pessoas trouxe uma série de conveniências, mas, também, algumas mudanças. O que intensificou os estudos sobre o tema. “O uso de aplicativos de transporte afeta a memorização de rotas de locomoção, o uso da internet para pesquisas faz com que as pessoas memorizem menos informações e o uso de redes sociais cria uma série de emoções negativas”, explica. Esses são alguns dos impactos da IA na vida das pessoas, como na autoestima, no comportamento social e na saúde mental.
O uso das redes sociais é um experimento que afeta a saúde, muitas vezes de forma negativa. “O que não queremos é que a inteligência artificial seja mais um desses experimentos na biologia humana, que resulte numa perda de cognição, de memória, de sociabilidade, de capacidade de aprendizado. Ou seja, o pouco que se tem estudado sobre inteligência artificial já dá indícios de que o uso irrestrito de na educação penaliza o desenvolvimento pleno do aprendizado e da cognição dos jovens”, pontua.
Então, como pensar no futuro da educação com inteligência artificial? O autor acredita que antes disso, é preciso desenvolver capacidades humanas de interação com o outro, de autoconhecimento, de capacidade cognitiva, de esforço cognitivo, de interesse e de curiosidade para além do uso da IA. “Aí sim, depois que desenvolvermos todas essas habilidades, podemos começar a falar sobre inteligência artificial como uma ferramenta tecnológica para auxiliar e para contribuir com o aprendizado”, destaca.
Para Piangers, em alguns anos a IA avançará em sua capacidade e muito provavelmente será pouca entendida pelos humanos. “Isso significa que essa é a última geração que vai conseguir desenvolver, controlar e apontar quais são os usos éticos e responsáveis desse sistema”, enfatiza.
Ao ser questionado sobre o desafio da educação do futuro com a presença da IA, Piangers é enfático ao afirmar que a biologia humana tem aptidões e capacidades que não podem ser anuladas por conta das inovações tecnológicas. Isso e muito mais será abordado em um evento gratuito, dia 27/10, a partir das 19h30, no Teatro Unisinos, campus de Porto Alegre. Confirme sua presença aqui.