A egressa do Mestrado Profissional em Gestão Educacional, Tais Gonçalves, recebeu o Prêmio Silvia Fanfa, concedido pela União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação do Rio Grande do Sul (UNCME-RS), por uma produção técnica diretamente vinculada à sua dissertação. O reconhecimento destaca uma proposta interventiva construída a partir de sua atuação no Sistema Municipal de Ensino de São Leopoldo, especialmente na elaboração de uma Indicação Normativa sobre a BNCC Computação.
Para Tais, o maior mérito da conquista está na materialização de um trabalho que nasceu da prática profissional. “O maior reconhecimento foi ver a proposta interventiva, que nasceu do meu local de trabalho, onde diariamente nos debruçamos nas normas educacionais”, afirma. Ela explica que, após a homologação da resolução nacional da BNCC Computação, procurou a Mesa Diretora do Conselho Municipal de Educação para propor uma intervenção alinhada à sua pesquisa sobre políticas públicas educacionais e letramento digital. “Esse ato formal já representa a materialização do meu trabalho e serve como um modelo para outras localidades”, completa. Sobre o prêmio, acrescenta. “Ganhar reconhecimento dessa produção técnica me deixou animada, estou com mais entusiasmo para outras produções”.

Ao relembrar os desafios da construção da Indicação, destaca que os principais desafios foram o aprofundamento na legislação, a adaptação à realidade local, a definição da abordagem curricular e as barreiras de infraestrutura e pessoal. Segundo a pesquisadora, foi preciso considerar desde o acesso desigual à internet até a necessidade de profissionais qualificados para a implementação da computação na educação básica. A egressa acrescenta que o próximo desafio já está previsto. “Temos pela frente a complementação do Documento Orientador do Território Municipal, que detalhará a operacionalização da Indicação nas unidades escolares”.
A pesquisa desenvolvida no mestrado foi fundamental para sustentar a proposta. “O meu mestrado foi a base de todo o trabalho e me permitiu transformar o conhecimento teórico em uma ação prática”, afirma. Tais destaca ainda que seu estudo preencheu uma lacuna entre a formulação de políticas públicas e a necessidade prática de conscientização sobre fake news no ambiente escolar, além de ter aprofundado o conceito de conscientização digital à luz do referencial de Paulo Freire, o que, segundo ela, sustenta o caráter crítico e emancipatório da Indicação.
A mestre em Gestão Educacional também valoriza a experiência de construção coletiva com a Comissão Especial Ampliada da BNCC Computação. “A experiência foi marcada pela construção coletiva e pela seriedade do nosso trabalho, iniciado em 3 de dezembro de 2024”, relata. Atuando como relatora, participou de reuniões periódicas que deram forma a uma minuta ampla, que, conforme explica, não se limitou ao aspecto técnico da Computação, mas abarcou a cidadania digital e a transversalidade das ações pedagógicas.
Sobre os impactos da Indicação para a educação básica, Tais avalia que o documento representa um avanço para estudantes e professores. “Para os alunos, garante o desenvolvimento de competências essenciais, assegurando a equidade no acesso ao letramento digital e promovendo o letramento crítico para que se tornem agentes ativos de transformação”, afirma. Para os educadores, destaca que a proposta orienta a oferta de formação continuada obrigatória e recomenda acompanhamento e avaliação contínua da implementação para garantir o alinhamento com as realidades escolares.
Em relação ao futuro, a egressa acredita que a Indicação se consolida como um marco para a educação municipal. “A Indicação é um movimento de transformações estruturais e financeiras, com foco prioritário na integração da BNCC Computação e na elevação da qualidade educacional”, explica. Entre os avanços esperados, menciona desde a revisão do Documento Orientador do Currículo até a promoção da equidade digital nas escolas. Tais também destaca que a adequação à Condicionalidade V do VAAR possibilita ao município captar novos recursos. Para ela, o propósito final é claro “Garantir o acesso equitativo ao letramento digital e preparar os estudantes para o exercício pleno da cidadania digital”, encerra