Biosens disponibiliza eletrodos para pesquisa 

Atualmente, a compra do material só é possível através de importação

Crédito: Melissa Alves

A Biosens, empresa instalada no Tecnosinos, que atua na pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização de biossensores, está disponibilizando, em parceria com o itt Chip, eletrodos para pesquisa. Essa base tecnológica é imprescindível para a produção de biossensores e, muitas vezes, só está disponível através de importação. 

A pesquisadora Júlia Konzen lembra que, quando a Biosens iniciou suas atividades, grandes dificuldades para adquirir eletrodos e desenvolver biossensores foram enfrentadas. “Precisávamos de muitos eletrodos para testes, mas a compra era possível apenas por meio de importação, o que envolvia altos custos e prazos longos”, comenta. 

Diante disso, optaram por um caminho inicial mais trabalhoso, mas que se mostrou estratégico no longo prazo: desenvolver internamente um método de produção utilizando os equipamentos do itt Chip e buscando fornecedores de insumos em diversos países, validando-os um a um. 

“Hoje, possuímos expertise em design e técnica de impressão, garantimos a reprodutibilidade dos eletrodos e dominamos métodos de modificação com nanomateriais e biorreceptores, o que nos permite também oferecer assessoria técnica especializada”, afirma Konzen. 

O método de impressão de eletrodos é baseado na técnica de serigrafia, screen-printed electrodes – eletrodos impressos por serigrafia. “Atualmente, o processo é realizado utilizando uma tela serigráfica e máquinas específicas para garantir precisão, uniformidade e qualidade no produto final”, explica a pesquisadora. 

Embora existam muitos grupos de pesquisa desenvolvendo biossensores no país, a maioria das iniciativas ainda se concentra no âmbito acadêmico, sem considerar a escala comercial. “A Biosens busca romper essa barreira: além de oferecer dispositivos point-of-care para aplicações específicas, temos como meta, no futuro, disponibilizar também os chamados subprodutos, componentes essenciais que podem impulsionar o desenvolvimento dessas tecnologias no Brasil”, completa Júlia. 

Entre as possíveis aplicações dos eletrodos, está a produção de testes rápidos para detecção de biomarcadores, como glicose, colesterol, lactato e creatinina, ou na identificação de patógenos, como o vírus da Covid-19 e o agente causador da sífilis. Também podem ser utilizados na detecção de doenças genéticas e raras, como a Atrofia Muscular Espinhal (AME), e no monitoramento de condições de saúde em geral. 

Além da área médica, esses dispositivos têm aplicação no monitoramento da qualidade do ar e de alimentos, permitindo a detecção rápida de contaminantes como fármacos, metais pesados e pesticidas. Outra possível aplicação é na agropecuária, podendo auxiliar na identificação de doenças e contaminantes em animais e plantas. 

Pesquisadores que atuam com eletroquímica e desejam adquirir eletrodos podem entrar em contato pelo e-mail contato@biosens.tech. A equipe da Biosen retornará o contato para agendar uma conversa e entender a demanda. 

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