Alunos do PPG em Psicologia conduzem estudo sobre impacto da quarentena em famílias

Equipe é formada por alunos do doutorado e mestrado

Crédito: Getty

O PPG em Psicologia, junto do Centro de Estudos Relacionados ao Bebê (CER Bebê), está conduzindo o estudo “Uso de mídias digitais durante a pandemia de COVID-19: explorando a realidade de famílias com crianças pequenas”. O objetivo da pesquisa é investigar os possíveis impactos da pandemia da Covid-19 na saúde mental de pais e crianças e associações com o uso de mídias digitais.

A doutoranda responsável pelo estudo, Débora Becker, conta que a ideia veio de sua dissertação de Mestrado, cujo o tema foi o uso de mídias sociais no contexto das interações pais-bebês. “O trabalho investigou a qualidade da interação mães-bebês e pais-bebês em um contexto em que essas tecnologias estavam presentes, a partir de um estudo observacional. Os resultados da minha dissertação sinalizaram para a necessidade de ampliar o estudo e investigar, além de outras variáveis, a saúde mental dos pais, que majoritariamente haviam destacado exaustão e excesso de demandas como razões para usar os dispositivos e também disponibilizá-los à criança”, lembra Débora.

Com a chegada da pandemia e o início do Doutorado, Débora observou a possibilidade de realizar um levantamento que pudesse investigar o uso das mídias digitais no contexto da pandemia, uma vez que muitos pais passaram a trabalhar em casa e muitas crianças passaram a ter aulas remotas. “A primeira infância é uma fase do ciclo vital repleta de potencialidades, e que desempenha papel crucial nas fases subsequentes do desenvolvimento humano. A literatura aponta que as interações que a criança passa a estabelecer com seus cuidadores ao longo dos seus três primeiros anos de vida, quando satisfatórias, são fundamentais no que se refere a um desenvolvimento socioemocional bem-sucedido”, explica a doutoranda.

Débora completa dizendo que pais emocionalmente presentes e sintonizados com a criança permitem que o vínculo de apego se instaure, possibilitando que a criança se sinta amada, amparada dos perigos externos e segura para explorar o mundo. “Entretanto, conforme apontou minha dissertação de mestrado e corroborando outros estudos realizados nos últimos cinco anos, pais que estão demasiadamente envolvidos com mídias digitais durante momentos de interação e cuidados com o bebê tendem a mostrarem-se menos sensíveis diante das necessidades do bebê, o que repercute na qualidade da interação. Além disso, contrariando as orientações das sociedades de pediatria do mundo, os bebês têm sido expostos às telas já nos primeiros seis meses de vida, havendo a necessidade de investigar as repercussões desta exposição no seu desenvolvimento”.

Logo, diante do cenário pandêmico, o grupo pretende fazer um levantamento regional e também nacional a fim de saber como as famílias com bebês com idades entre 0 e 3 anos estão se adaptando a essa nova realidade, além de investigar a saúde mental dos pais, como ansiedade e estresse, uso de mídias e também mensurar a interferência tecnológica nas interações pais-bebês, ainda pouco investigada na realidade brasileira.

Além de Débora, participam do estudo as doutorandas, Márcia Schaefer e Raquel Paiani e a mestranda Luciana Stein.

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