Mil motivos para comemorar

Programa tecnologias sociais para empreendimentos solidários

Crédito: Rodrigo W. Blum

As roupas coloridas e os acessórios que vão dos braços às orelhas dão uma ideia da alegria que hoje acompanha Margeri Alves aonde quer que ela vá. Não foi fácil chegar a esse estado de espírito: atrás do sorriso que essa senhora de 61 anos carrega, há um passado de muitas batalhas para superar os obstáculos da vida.

Margeri é uma das três pessoas que fundaram a Cooperativa de Trabalho de Recicladores Vitória, “a primeira unidade de triagem de São Leopoldo”, garante ela. Em edições anteriores do Balanço Social, contamos a história dessa organização que, mesmo nos momentos de maior dificuldade, prosperou – resistiu até a um incêndio.

A CooperVitória, como ficou conhecida, agora tem 12 cooperados. Nas semanas boas, quando chega bastante material, cada um dos colaboradores recebe até R$ 200 pelo trabalho, bem mais do que os R$ 4 que os fundadores ganharam lá atrás, na primeira reciclagem. Assim como os resultados financeiros, o trabalho é dividido igualmente entre a equipe. Margeri atua em todas as frentes, da mesa de triagem à prensa, no que for preciso. E ela gosta do que faz. “Depois que eu comecei, foi bastante luta, mas eu gosto. Eu durmo pensando na reciclagem. Meu marido diz: ‘O serviço não vai fugir, pode ficar tranquila em casa’. Mesmo que seja cansativo, fico faceira em estar aqui todos os dias. Eu me dediquei muito para a gente estar nesse ponto agora”, anima-se.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Na trajetória de superação da CooperVitória, a Unisinos também é personagem. A Universidade está presente por meio do Programa Tecnosociais, a incubadora de empreendimentos econômicos solidários. A função da iniciativa é dar assessoria para que os pequenos negócios se desenvolvam, e isso vai desde orientar sobre o preenchimento de uma planilha até apoiar a elaboração de projetos de captação de recursos.

“Todos da Unisinos que se envolveram com a nossa reciclagem, desde o começo, foram muito importantes. Até agora, me emociono de falar, fico nervosa. Nossas condições eram péssimas mesmo naquela época [do galpão que pegou fogo]”, recorda Margeri.

Hoje a CooperVitória é bem o que o nome diz. Tanto que 2017 foi seu último ano de incubação junto ao Tecnosociais. A cooperativa está pronta para alçar novos voos. E, só de lembrar como tudo começou, Cristiane Alves, filha de Margeri, sente orgulho da mãe: “Quando fundaram aqui, tinha muita gente desempregada e eles conseguiram dar renda para essas famílias”, alegra-se.

Crédito: Rodrigo W. Blum

Assim como a CooperVitória, outros negócios estão conseguindo crescer com a assessoria do Tecnosociais. A iniciativa acompanha de perto os momentos mais difíceis, mas também de maior superação, pois sabe que empreendedores como Margeri vão sempre encontrar motivos para sorrir e dar mais um passo, não importa o tamanho da adversidade que tenham pela frente.

Essa matéria foi realizada em meados de 2018, referente ao Balanço Social 2017.

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