Formandos em Fotografia fazem exposição coletiva

Imersos – Exposição coletiva que reúne os projetos de finalização do curso da Graduação em Fotografia – 2017/2.

Crédito: Divulgação

Como trabalho final de curso, os alunos da graduação em Fotografia produzem projetos imagéticos que são apresentados em uma exposição coletiva. A abertura da mostra Imersos será nesta quinta-feira (07/12), a partir das 19h, na Galeria Mascate, em Porto Alegre (Rua Laurindo, 332). Ao total, 08 trabalhos serão apresentados, maioria em fotografia impressa e vídeos. A curadoria, por conta do prof. Tiago Coelho, acolhe olhares singulares, diferentes projetos e formas de fotografar por parte de cada graduando, em um mesmo espaço de galeria de arte. A imersão que cada aluno realizou em seus projetos de finalização de curso acaba sendo o fio condutor da mostra coletiva.

A finalização do curso de Fotografia exige a participação do aluno na atividade acadêmica Projeto Integrador, a qual é desenvolvida pelo professor Tiago Coelho, na parte empírica do projeto de cada um dos graduandos, e por Beatriz Sallet, coordenadora da graduação, durante o desenvolvimento do referencial/embasamento teórico/metodológico do projeto, que resulta em um artigo acadêmico. Os projetos são bastante diversificados e convidam o espectador que recebe as fotografias para travar junto aos autores fotógrafos fortes lutas políticas, seja por emancipação feminina, questão da moradia, fé na recuperação de presidiários, retorno à vida rural, cicatrizes nos seres e nos objetos, entre outros temas, os quais podem ser conferidos abaixo.

Estão fazendo parte da exposição os fotógrafos Arthur Pereira, Caroline Müller, Leonardo Savaris, Lúbia Hillesheim, Luiza Anderle, Malíbia Bier, Rafael Feyh e Sofia Wolff.

A seguir, confira algumas imagens dos projetos que compõe a exposição, bem como uma breve apresentação dos fotógrafos que a Unisinos está lançando a novos desafios.

Arthur Pereira

Crédito: Arthur Pereira

O fotógrafo Arthur Pereira realizou visitas sistemáticas para documentar duas galerias prisionais que se distinguem do que estamos acostumados a acompanhar pela mídia. Estas galerias se encontram na Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, e na Cadeia Pública, em Porto Alegre. Tratam-se de espaços que, com o auxílio da religião, tem buscado humanizar tanto o apenado, quanto quem o cerca. O fotógrafo se utiliza da fotografia de vertente antropológica para entender estas comunidades, com o intuito de também colaborar para a futura reinserção na sociedade. A fotografia entra neste contexto como um instrumento que busca, além de dar visibilidade ao que está oculto socialmente, valorizar e restituir autoestima para quem cumpre pena.

Caroline Müller

Crédito: Caroline Müller

Com o objetivo de analisar o impacto que a Fotografia pode causar na autoestima de mulheres vítimas de situações traumáticas, a fotógrafa Caroline Müller proporcionou para um grupo de cinco mulheres uma experiência de autoconhecimento, autoaceitação e recuperação da autoestima por meio da Fotografia Boudoir.
No projeto “Do Outro Lado do Espelho”, buscou-se exaltar um olhar diferente do qual estamos acostumados quando se trata de fotografia feminina. Contrária à sexualização e objetificação da mulher, a fotógrafa buscou, a partir de uma perspectiva feminina, mostrar as modelos de forma empoderada e leve. Fizeram parte do projeto casos de trauma como bullying, transtornos alimentares, abuso sexual, dependência química e repressão familiar.

Leonardo Savaris

Crédito: Leonardo Savaris

A Ocupação Saraí, no Centro de Porto Alegre, é corpus da pesquisa sobre a questão habitacional do fotógrafo Leonardo Savaris. Ele estreita laços com a comunidade que vive na ocupação e fotografa a rotina desta que é uma das mais longas histórias dentro da luta por moradia no Estado do RS. Savaris já vinha trilhando uma trajetória junto aos movimentos sociais, e também atuando junto ao Midia Ninja em coberturas como no Carnaval na Cracolândia, em São Paulo, sobre a migração de senegaleses para o Sul do Brasil, entre outras. O método? Ir entrando, ocupando, estreitando laços de amizade, empatia e solidariedade, que é o que falta para este nosso tempo.

Lúbia Hilleshein

Crédito: Lúbia Hilleshein

Em meio as fotos que realizou do menino Benjamin e suas duas mães, na cidade de Bom Princípio/RS, a fotógrafa Lúbia Hilleshein documentou uma situação bem curiosa e que representa valores diversos aos de uma família tradicional: entre os brinquedos do menino, na estante do quarto, estão uma boneca e um carrinho. Benjamin, que foi gerado pelo óvulo de uma na barriga da outra mãe é criado de forma livre para escolher seus brinquedos e suas cores. As fotografias de Lúbia também revelam a personalidade de outros membros desta mesma família.

Luiza Anderle

Crédito: Luiza Anderle

Em Seu Devido Lugar, projeto instalação da fotógrafa Luiza Anderle, debate e questiona a ausência paterna a partir das vivências pessoais da autora. Ela usa sua própria estrutura familiar como objeto de estudo e propõe uma reflexão sobre ao potencial das dores emocionais como impulso criativo para a arte.

Malíbia Bier

Crédito: Malíbia Bier

Na incansável busca sobre quem somos, como se nossa vida fosse um infinito quebra-cabeças, onde cada peça, por mais diferente que seja, se complementam, a fotógrafa Malíbia Bier inspira-se em movimentos artísticos como o Cubismo e o Abstracionismo para montar seu próprio retrato. Retrato este, composto de “retalhos” multifacetados, que a integram ao formar uma só imagem, um só ser.

Rafael Feyh

Crédito: Rafael Feyh

O fotógrafo Rafael Feyh volta-se para o meio rural, no Interior de Nova Petrópolis, em busca de suas memórias da infância. Ao realizar esta busca, aproveita para documentar a rotina de seus avós que lá ainda vivem e as paisagens rurais lá existentes. Suas fotos nos revelam um tempo pausado, típico do meio onde as rotinas ainda são comandadas pela natureza, e bastante diverso da rotina atual de Feyh, que vive no meio urbano.

Sofia Wolff

Crédito: Sofia Wolff

A fotógrafa Sofia Wolff fotografou dois tipos de cicatrizes: primeiro, as presentes nos corpos de pessoas, resultado de machucados, cirurgias, vivências, ora de conotação dolorosa ora de conotação alegre ou resiliente; segundo, o que considera ‘cicatrizes do mundo’, como rachaduras, marcas de uso/abuso em objetos, ‘falhas’ do tempo no mundo material. Nos dois tipos de cicatrizes, Wolff aplicou folhas de ouro, utilizando-se de técnicas como a do kintsugi, utilizada no Japão. Quer ela promover a valorização destas marcas/cicatrizes, e também demonstrar a unicidade onde normalmente seriam consideradas feias e não-dignas do nosso olhar.

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