Novembro azul: não ao preconceito, sim à prevenção

Novembro azul: não ao preconceito, sim à prevenção

Crédito: Divulgação

Do rosa para o azul, o mês de novembro chega para conscientizar a população sobre o combate ao câncer de próstata. Essa condição é a segunda mais comum em homens cisgênero, aqueles que estão de acordo com o gênero atribuído ao nascimento, somando 29,2% dos casos.

A próstata é um órgão localizado entre a bexiga e a pélvis. A doença se desenvolve quando o hormônio da testosterona estimula ela a realizar a sua função. O estímulo pode gerar dano ao material genético das células do órgão, formando células defeituosas, que ao se multiplicar de forma desordenada, geram o câncer. Para entender mais sobre a doença, formas de prevenção, tratamento e chances de cura, conversamos com o professor de Medicina da Escola de Saúde, Henrique Träsel.

Sintomas e métodos de prevenção

“Muitos tumores da próstata são completamente assintomáticos, mas quando surgem, os sintomas podem ser os mesmos de um crescimento benigno da próstata, como a dificuldade para urinar, redução do jato urinário, necessidade de urinar mais vezes que o habitual e sangue na urina”, explica. Entre os cuidados para prevenir o câncer é recomendado adotar hábitos saudáveis, manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos, evitar o fumo e manter as consultas em dia após os 45 anos, idade sugerida pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Fatores de risco

A idade avançada é um dos fatores que contribuem para o crescimento do câncer. Segundo o INCA, 75% dos casos ocorrem em homens cis acima dos 65 anos. “A obesidade aumenta o risco de desenvolver a doença na sua forma avançada, quando o câncer se espalha para outros órgãos, como ossos, fígado e pulmão. Substâncias químicas presentes na indústria do petróleo, do alumínio, de motores e o arsênio também aumentam o risco para o câncer.”

Menos preconceito, mais saúde

O preconceito acerca do exame de toque é um dos tabus que afastam as pessoas da detecção precoce, podendo elevar as chances de cura para 90%. Entretanto, alguns autores e sociedades médicas desaconselham a realização do exame para indivíduos sem sintomas urinários. “A dosagem do antígeno prostático específico (PSA) no sangue possui maior sensibilidade na detecção de tumores prostáticos. O exame de toque não consegue avaliar a totalidade da próstata”. Nesse caso, Träsel afirma que o exame pode ser usado para auxiliar o PSA, porém, recomendando que os sintomáticos realizem ambos.

Conhecida como uma doença de homens cis, mulheres trans e travestis e pessoas não-binárias com próstata e alto índice de testosterona também estão suscetíveis à doença e precisam continuar se cuidando. No caso das mulheres que usam hormônios que reduzem a produção da testosterona, o risco do desenvolvimento do câncer de próstata é diminuído.

Tratamento

A extensão da doença e as características moleculares do tumor são fatores determinantes na escolha do tratamento. Entre os métodos, a vigilância ativa – uma das mais utilizadas – consiste no acompanhamento a partir de exames, poupando-o de tratamentos que possam gerar efeitos colaterais indesejados. Os tratamentos mais tradicionais consistem em cirurgias para retirada do câncer. A radioterapia e o bloqueio hormonal, para redução dos níveis de testosterona, também são aplicados. Para a doença avançada, novos remédios, incluindo a quimioterapia, são utilizados com frequência.

Crédito: Especial

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