Na manhã desta terça-feira, 10/06, a Unisinos celebrou a reinauguração do antigo Auditório Central, agora denominado Auditório Papa Francisco. A cerimônia reuniu autoridades acadêmicas, políticas, empresariais e membros da comunidade, marcando a entrega de um espaço completamente revitalizado e carregado de simbolismo.
A escolha do nome presta homenagem a Jorge Mario Bergoglio, o Papa Franscisco, primeiro papa jesuíta e o primeiro latino-americano a liderar a Igreja Católica. Eleito em 2013, Papa Francisco ficou marcado por sua postura humanista, compromisso com os mais vulneráveis, defesa do meio ambiente e incentivo ao diálogo e à paz. Seu falecimento em abril de 2025 mobilizou pessoas em todo o mundo e evidenciou ainda mais a profundidade de seu legado.
Para o reitor da Unisinos, Pe. Sérgio Mariucci, a homenagem vai além de um título: “Celebrar a esperança na memória do Papa Francisco é um compromisso da Unisinos com a paz. A paz também se constrói com conhecimento, com ciência e isso é nossa responsabilidade como Universidade.”
Durante a cerimônia o vice-reitor, Artur Jacobus, convidou o público a fazer uma breve viagem no tempo, relembrando a trajetória da Universidade e, especialmente, a importância simbólica do antigo auditório. Segundo ele, o espaço, inaugurado em 1975, acompanhou a evolução do campus de São Leopoldo e foi palco de momentos marcantes, como cerimônias de posse de reitores, encontros acadêmicos, formaturas e homenagens institucionais. “Foi aqui que aconteceu, por exemplo, a concessão do título de Doutor Honoris Causa ao poeta Mário Quintana, em 1986. Aqui também recebemos o padre Peter Hans Kolvenbach, então superior da Companhia de Jesus, em sua visita em 1993”, relembrou.
Para Artur, o auditório é um espaço que preserva memórias, mas também projeta novos significados, especialmente ao receber o nome de Papa Francisco. “A Unisinos mantém sua essência, mas evolui com o tempo. E hoje, ao revitalizar esse espaço e atribuir a ele um nome carregado de significado, a Universidade reafirma seu compromisso com a cultura do encontro, da escuta, do conhecimento e da espiritualidade. Que este auditório continue sendo um lugar de acolhimento, de encontros humanos e de realização da missão universitária.”
Silvana Model, diretora de Administração, Pessoas e Finanças, apresentou os aspectos técnicos da revitalização, destacando o caráter colaborativo da obra. O projeto contou com o apoio da empresa ONET Brasil, da Stella Iluminação e do escritório Voga Arquitetura e Urbanismo. “Revitalizar esse auditório é preservar sua memória e, ao mesmo tempo, projetar novos símbolos. Acreditamos que os espaços contam histórias”, destacou.
O novo Auditório Papa Francisco foi completamente renovado em conforto, acessibilidade, segurança e sustentabilidade. Mais do que uma atualização arquitetônica, o espaço simboliza o compromisso da Unisinos com uma universidade aberta, conectada à comunidade e voltada para o futuro.
Masterplan: novo ecossistema da Unisinos
A cerimônia também marcou a apresentação dos avanços do Masterplan Unisinos, um projeto de desenvolvimento iniciado em 2022 com o objetivo de transformar a experiência nos campi e fortalecer o ecossistema universitário.
Segundo Cristiano Richter, pró-reitor de Administração, a revitalização do auditório é uma das primeiras entregas do plano: “O campus vem se reinventando ao longo do tempo. A partir de hoje, colocamos mais uma peça nessa transformação com uma visão de futuro.”
O pró-reitor Acadêmico e de Relações Internacionais, Guilherme Trez, ressaltou a importância da experiência universitária no plano. “Queremos que os alunos se encontrem mais, vivam a universidade, criem conexões e explorem ambientes de aprendizagem. O campus precisa ser um lugar de pertencimento, de trocas que vão muito além da sala de aula”, explicou.
Ele enfatizou que o Masterplan vai além de mudanças físicas: trata-se de uma proposta de integração entre pessoas, espaços e experiências. “Queremos ser um campus aberto, acolhedor, que oferece soluções e experiências de valor. Pensar o ecossistema é enxergar a Universidade como parte viva de um todo, e não apenas como um conjunto de prédios.”
Cristiano apresentou ainda os próximos passos da transformação do campus de São Leopoldo. Um dos destaques é a criação de um complexo de saúde em uma área de 10 hectares, com entrada independente pela Avenida Unisinos, conectado diretamente ao Parque Tecnológico (Tecnosinos). “Esse espaço será dedicado a empreendimentos na área da saúde, criando sinergia com as vocações da Universidade e com as empresas do parque”, explicou.
Outro projeto estratégico é a reconfiguração da frente da Unisinos, com a criação de um boulevard que abrigará áreas residenciais, comerciais e de convivência. “A ideia é promover uma integração fluida entre a Universidade, o município e a região. Muitas pessoas que trabalham no Tecnosinos moram longe. Por que não oferecer moradia próxima, conforto e conexão?”, questionou Cristiano. A proposta busca qualificar a jornada de quem frequenta o campus, promovendo centralidades e experiências integradas voltadas ao bem-estar e à inovação.
O plano também reafirma as vocações da Unisinos em seus dois campi. Em São Leopoldo, o foco está nas áreas de tecnologia e saúde. “A tecnologia da informação e a inteligência artificial estão presentes em todos os nossos processos. Estamos renovando os currículos da graduação e da pós-graduação com o que há de mais moderno”, apontou Cristiano, destacando ainda a recente criação do curso de Medicina. Já o campus de Porto Alegre tem como ênfase a cultura e o empreendedorismo, alinhado às características da capital.
Ele também destacou que o Masterplan propõe uma visão de ecossistema regional, com impacto em um raio de até 200 km, área de circulação da maior parte dos estudantes da Unisinos. “Trabalhamos com uma lógica de novo urbanismo, centrado nas pessoas, com mais caminhabilidade, integração de funções e qualidade de vida. Não se trata mais de separar a cidade em zonas, mas de criar espaços vivos, funcionais e conectados”, explicou.
O Masterplan é resultado do Planejamento Estratégico da Universidade e tem como objetivos modernizar a infraestrutura dos campi, qualificar a experiência dos usuários e promover a integração com a comunidade regional. Entre suas ações estão a redefinição das zonas de uso dos espaços universitários, a qualificação de salas de aula, a criação de ambientes de convivência e circulação, além da abertura para negócios de terceiros nas áreas da saúde, bem-estar e setor imobiliário.
No campus de São Leopoldo, o plano inclui a otimização de laboratórios, a criação de espaços mais acolhedores e o fortalecimento de áreas de eventos e serviços. Já no campus de Porto Alegre, está em andamento a reconfiguração do espaço universitário, com a transferência do LABs para junto da Torre Educacional, uma medida que visa integrar atividades e garantir mais segurança e acessibilidade, especialmente à noite.
Durante a cerimônia, o prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco, ressaltou a importância da Unisinos como parceira estratégica no desenvolvimento da cidade e da região. “Onde depender do poder público desta cidade, a Universidade não precisa procurar parceiro — ela já tem. São Leopoldo é parceiro de primeira ordem deste extraordinário empreendimento, que vai mudar a realidade não só da nossa cidade, mas de toda a região.”
Heliomar lembrou ainda que a transição de governo municipal foi realizada nas dependências da Unisinos, logo no início de sua gestão, evidenciando uma relação de confiança e colaboração desde o início. “A Unisinos já era parte do nosso ecossistema. Hoje, com essa nova fase, temos ainda mais certeza de que cidade e universidade caminham juntas para transformar realidades e gerar oportunidades”, concluiu.
A reinauguração do Auditório Papa Francisco marcou, mais do que a entrega de um espaço físico renovado, representa o início de um novo ciclo da Unisinos, guiado por valores como inovação, pertencimento, diálogo e compromisso social. Com o avanço do Masterplan e o fortalecimento das parcerias com o poder público e a iniciativa privada, a Unisinos se consolida como um polo de conhecimento, cultura e desenvolvimento regional, preparado para acolher os desafios e as possibilidades do futuro.
