Sobre
Nas primeiras décadas do século XX, Einstein já afirmou que “tudo é energia e isso é tudo que há”. Mostrou, a partir da sua Teoria da Relatividade, a equivalência entre matéria e energia. Ou seja, a matéria é energia altamente condensada que pode ser liberada. Assim, desde o começo do século XX que as ciências principalmente os físicos, exploram as relações entre a energia e a estrutura da matéria, provocando a superação da crença em um Universo físico, newtoniano, material.
Assim, o universo e, consequentemente, nossa Casa Comum, não podem ser percebidos como um conjunto de partes físicas. Portanto, tudo o que realizamos depende e, em última instância, é energia. Atividades econômicas, trabalho, alimentação, produção de alimentos, viagens, eventos, conversas, dentre outros, dependem da energia. Neste contexto, o paradigma ou os paradigmas energéticos que temos desenvolvido para viabilizar nossas existências precisam ser sustentáveis.
Com a centralização da geração de energia em grandes empreendimentos, em grandes fontes de geração, não se tem encontrado a referida sustentabilidade. Segundo Turiel (2022)1 o debate não é apenas sobre fontes de energia sustentáveis, de energia limpa, mas sim, sobre modos de existência e de quanta energia é mobilizada neles. Pensar a transição energética implica repensar modelos de desenvolvimento e a própria ideia de desenvolvimento.
Pensar a referida transição a partir da crença de que a solução perpassa apenas a tecnologia, a geração de energia renovável e limpa através do avanço das técnicas, sem questionar os paradigmas de desenvolvimento e de existência atuais, pode não ser suficiente. Segundo Milanez (2021)2 “se de um lado a transição energética é vista como alternativa irrevogável para frear os efeitos do novo regime climático, de outro ela não será possível sem novos impactos socioambientais”. Ele exemplifica o seu pensamento mostrando que “o armazenamento da energia limpa, dependerá das baterias, cuja fabricação utiliza manganês, lítio, zinco, vanádio e muitos outros”. Completa problematizando no sentido de que “esses minerais estão localizados principalmente nos países de renda média e baixa. E será nesses países que se concentrarão os impactos e os conflitos".
Diante do novo regime climático é fundamental (re)pensar a matriz energética. Temos perdido cobertura hídrica e, ao mesmo tempo, segue-se apostando em energia via hidroelétricas. Outro exemplo, é a sequência de investimentos no carvão como fonte de energia. Ele piora as condições do novo regime climático e fomenta uma cadeia produtiva geradora de desigualdades e outros problemas.
Portanto, a matriz energética pode ser potencializadora da (des)igualdade, da (in)justiça social, da (in)sustentabilidade, dentre outros. Ela precisa ser pensada em sua complexidade. Faz-se necessário projetar e concretizar alternativas energéticas que contribuam para superar estas questões.
A energia é tão relevante e tão interdependente de outras dimensões, que há conflitos e interesses geopolíticos e até mesmo de guerra que se estabelecem também em função dela. São todas reflexões necessárias que perpassam o foco do presente evento, diante do contexto energético global atual, fortemente influenciado pela guerra na Ucrânia.
E como o Brasil se situa dentro do cenário de (não) transição energética atual, quais são suas possibilidades e seus limites? Segundo Silva (2023)3 o Brasil tem grande potencial, por deter uma matriz energética limpa, por produzir o hidrogênio verde, desenvolvimento que será fundamental para economias e países que vivem o problema da insegurança energética, principalmente no contexto da guerra da Rússia com a Ucrânia.
São vários os desafios que a transição energética traz, sendo fundamental pensá-la no sentido de evitar o colapso global. É nessa perspectiva que se insere o evento ora proposto, que tem como objetivo geral: analisar transdisciplinarmente os desafios e oportunidades que (in)viabilizam a transição energética no mundo, seus impactos ambientais, sociais, econômicos e demográficos, bem como as possibilidades e limites do Brasil neste contexto.
A proposta ora apresentada se justifica uma vez que a sustentabilidade das vidas na nossa Casa Comum, depende das formas de ser e agir, de como utilizamos energia e da maneira como a energia é gerada, reaproveitada, dentre outros. E, quando se fala em sustentabilidade, se está considerando as diferentes dimensões que ela envolve, tais como a ambiental, a social, a econômica, a técnica, dentre outras.
Ou seja, quando se aborda a matriz energética, se está abordando questões complexo-sistêmicas. A referida matriz interfere em questões que estão para muito além das técnicas e procedimentos para geração de energia. Ela pode fomentar a justiça ou a injustiça social; suas cadeias produtivas, distribuição e utilização, podem contribuir para a redução de desigualdades ou para a concentração de renda, de acessos e, consequentemente, o aumento das desigualdades.
Os tipos de matriz energética utilizados influenciam diretamente questões geopolíticas e o (des)equilíbrio entre as nações. Guerra e paz também são influenciadas pela matriz energética. Migrações, muitas forçadas, ocorrem em função dela. E, de forma bem direta, percebe-se a influência da matriz energética nas questões ambientais, no aquecimento global e, consequentemente, no novo regime climática e na possibilidade, ou não, de um colapso global. Estes fatores mais gerais, por si só, justificam a realização do presente evento.
E, dentro deste cenário que traz a urgência de se (re)pensar as matrizes energéticas diante do contexto global atual, torna-se essencial pensarmos o protagonismo que pode exercer o Brasil.
Objetivos
Objetivo Geral
Analisar transdisciplinarmente os desafios e oportunidades que (in)viabilizam a transição energética no mundo, seus impactos ambientais, sociais, econômicos e demográficos, bem como as possibilidades e limites do Brasil neste contexto.
Objetivos Específicos
- Analisar o modelo energético global predominante e os diferentes paradigmas em desenvolvimento e/ou que emergem como possibilidades.
- Compreender as relações existentes entre os paradigmas energéticos predominantes e os desafios contemporâneos como a guerra, a territorialidade, as migrações, a sustentabilidade, os modelos econômicos e de trabalho, o desenvolvimento tecnológico, o colonialismo, dentre outros.
- Perceber diferentes concepções de energia, sua presença/utilização pelos diferentes viventes e sua relevância para a sustentabilidade do Planeta.
- Identificar os limites e possibilidades dos paradigmas energéticos com seus impactos ambientais, sociais, econômicos, demográficos, dentre outros.
- Analisar as possibilidades, desafios e limites do Brasil no contexto de uma transição energética global.
Programação
Pré-requisitos
Não há.
Interessante para
Público geral.
Promoção
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos
Instituto Humanitas Unisinos – IHU
Links na página do Instituto Humanitas Unisinos - IHU (ihu.unisinos.br)
Eventos
05/06/23 (Segunda-feira): 10h00 às 11h30
12/06/23 (Segunda-feira): 10h00 às 11h30
08/05/23 (Segunda-feira): 19h30 às 21h00
16/05/23 (Terca-feira): 10h00 às 11h30
30/05/23 (Terca-feira): 10h00 às 11h30
20/06/23 (Terca-feira): 10h00 às 11h30
04/07/23 (Terca-feira): 10h00 às 11h30
12/07/23 (Quarta-feira): 10h00 às 11h30
04/05/23 (Quinta-feira): 10h00 às 11h30
29/06/23 (Quinta-feira): 19h30 às 21h00
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