O papel das ONGs

Psicóloga Stella Bittencourt falou sobre a contribuição das ONGs no desenvolvimento humano, em minicurso, nesta sexta-feira

Nesta semana, a Unisinos promove o Congresso Brasileiro Engenheiros Sem Fronteiras – CBESF. O evento, que iniciou nessa quinta-feira 08/10, se estende até amanhã, 10/11. A psicóloga Stella Bittencourt conduziu, nesta sexta-feira 9/10, o minicurso “ONGs e Desenvolvimento Humano no Brasil”, com o objetivo de tratar sobre o trabalho desenvolvido em organizações não governamentais (ONGs), traçando um panorama da história do voluntariado e de sua importância na sociedade civil. Stella presta consultoria na área de elaboração e gerenciamento de projetos sociais e na captação de recursos públicos e privados.

A palestra iniciou com o resgate histórico das ONGs no Brasil. Após questionar os presentes sobre o advento das atuações voluntárias, explicou os três períodos que marcaram essa história: o primeiro, religioso, época em que as igrejas exerciam influência direta na educação; o segundo, marcado pelo individualismo dominante; e cansados desse movimento, o terceiro, após a segunda guerra mundial, de integração e assistência de alcance mundial. Segundo a psicóloga, as ONGs surgiram com mais força entre os anos 1980 e 1990, após a Ditadura Militar.

A geração atual já ultrapassou a barreira do individualismo dominante, principalmente pelo fato de estar constantemente interligada, comenta Stella. Com o avanço das tecnologias digitais, torna-se sempre mais fácil pensar globalmente e agir localmente. “Vocês fazem parte de uma geração que trabalha em rede”, ressalta. Ela incentiva os engenheiros e estudantes de Engenharia presentes a inspirarem com suas histórias. “Quando vocês forem contar os projetos que desenvolvem, devem fornecer dados sobre ele. Todas as pessoas que trabalham na área social são captadoras de recursos e todos os que trabalham com projetos sociais devem ser bons contadores de histórias”, comenta.

Segundo Stella, as ONGs travam verdadeiras guerras justas contra flagelos que assolam populações menos favorecidas. Todavia, ressalta que uma das grandes armadilhas de uma ONG é acreditar que pode substituir a ação do Estado, cujo tripé é saúde, segurança e educação. Destaca ela que “consta em nossa constituição o compromisso do país com o combate à pobreza e à desigualdade social”. O objetivo das organizações deve ser articular projetos junto ao governo, proporcionando empoderamento social, econômico e cultural. “Se o projeto que vocês desenharem não contiver esses elementos, ele nunca sairá do papel”, salienta.

Engenheiros sem Fronteiras

Segundo o diretor geral do Engenheiros Sem Fronteiras (ESF) – Núcleo Unisinos, Guilherme Bernieri, o evento é um marco, pois representa a consolidação do trabalho realizado por todos os núcleos brasileiros. “Internacionalmente, o Engineers Without Borders desenvolve projetos que beneficiam milhares de pessoas há muitos anos. No Brasil, a ONG é recente, porém muito trabalho já foi realizado, e o Congresso irá pôr em evidência esses diversos projetos e buscar soluções para os principais problemas enfrentados em nosso país”, completa.

O ESF-Unisinos, primeiro núcleo na região sul do Brasil, foi criado em 2014, como forma de humanização da educação em engenharia por meio do desenvolvimento social de comunidades carentes. Firmou parceria com o Instituto Humanitas Unisinos. “Desde sua fundação, o núcleo foi premiado e participou de congressos pelo Brasil, realizou palestras em escolas de comunidades carentes com o projeto Educação Sem Fronteiras, executou a construção de uma quadra esportiva no Centro Comunitário Talitha Kum, entre outros diversos projetos”, afirma Bernieri.

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