Educação além dos métodos tradicionais

Educação além dos métodos tradicionais

Crédito: Rodrigo W. Blum

Não há saber mais ou saber menos: Há saberes diferentes. É com a frase de Paulo Freire que a Escola Estadual Firmino Acauan, de São Leopoldo, recebe seus alunos. Em vários murais espalhados pelo espaço escolar, encontram-se frases acolhedoras do educador e filósofo brasileiro.

E é lá na turma 53 que encontramos a professora Viviane Mello da Silva. Responsável por ensinar alunos de quinto ano, a pedagoga tem o difícil compromisso de inspirar crianças com o pouco recurso ofertado pelo Estado. Apesar de um excelente trabalho pedagógico, ela conta que a escola regular não consegue atender as necessidades de um aluno com dificuldades de aprendizagem.

“Temos uma única professora de atendimento especializado que atua também em outras quarenta escolas, sendo que a prioridade são alunos com deficiência. Nos sentimos solitários, pois quem tem dificuldade de aprendizagem muitas vezes não é atendido”, comenta.

É o caso de Maiara, de 11 anos, que ainda encontra-se numa fase inicial de alfabetização, apresentando algumas dificuldades na leitura e na escrita.

Aluna da professora Vivi, ela adora desenhar e reconhecer as letras do alfabeto. De segunda a sexta-feira, Mayara vai à escola, onde encontra uma educadora determinada em alinhar outros meios para seu melhor aproveitamento escolar.

A solução nesses casos é recorrer a um programa que qualifique os processos de ensino. Por meio de um projeto que envolve um tema cultural, o Educas surge como uma oportunidade de trabalhar com as diferenças das crianças e jovens narradas com dificuldades de aprendizagem.

Conheça o programa

Com mais de 20 anos, o Educas oferece atendimento a crianças e adolescentes com dificuldades escolares. É um projeto integrado com os cursos de Pedagogia, Psicologia e Licenciaturas da Unisinos, que ajudam os estudantes a superarem obstáculos que não são rompidos através de métodos convencionais de ensino.

A iniciativa fortalece a parceria entre a Universidade e as escolas públicas do município de São Leopoldo e região do Vale do Rio dos Sinos.

Segundo Rejane Klein, coordenadora do Educas, o objetivo do projeto é contribuir para qualificar o processo de ensino e de aprendizagem dos sujeitos atendidos. “Dessa forma, os estagiários buscam fomentar a atitude investigativa e crítica frente as demandas de aprendizagem das crianças e jovens”, explica.

Ela ressalta ainda que a iniciativa tem o intuito de fazer com que a criança consiga desenvolver potencialidades adquiridas no programa, a partir de conquistas pedagógicas e emocionais construídas nas diferentes trocas de experiências que ele proporciona.

Assim, é possível enxergar resultados positivos nas crianças atendidas. Como na Maiara, que exercita sua independência nas atividades didáticas, atribuindo sentido ao que aprende e tendo a confiança de que, no seu tempo, desenvolverá suas capacidades de leitura e de escrita, assim como os demais colegas da turma.

O projeto também possibilita aos professores, como a Vivi, uma reflexão sobre sua prática pedagógica, no sentido de pensá-la de forma mais coletiva, buscando a parceria dos demais envolvidos nesse processo: a escola e a família.

Esta matéria foi realizada em meados de 2016, referente ao Balanço Social 2015.

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